Quarta-feira, 14 de maio de 2025 - 18h26
AFROUXAMENTO
Embora todos sofram
com os reflexos das mudanças climáticas, especialmente nos picos das crises, há
diariamente um movimento político forte em andamento em Rondônia para cada vez
mais afrouxar as leis que ainda protegem nossos biomas. Só não caminha a passos
longos para uma tragédia estadual em razão das travas que o Poder Judiciário
tem posto na produção legislativa rondoniense ao declarar quase todos estes
afrouxamentos legais de inconstitucionais.
IMPACTOS
Rondônia, um estado
onde tudo floresce, tem se firmado por uma pecuária extensiva e uma agricultura
expansiva que avança sobre nossas riquezas naturais protegidas em unidades de
conservação e estações biológicas, além das terras destinadas aos povos
originários. A ação política em direção a estas áreas é claramente predatória,
atendendo uma casta menor do agronegócio que desdenha dos impactos climáticos.
LUCROS
Mas nem tudo é
tragédia, há um contingente também grande de produtores rurais preocupados com
nossos biomas e disposto a proteger nossas matas ciliares e nossas reservas. É
um grupo antenado com os mercados internacionais cada vez mais são restritivo a
produtos oriundos da região amazônica. Isto não significa que são produtores
ambientalistas, longe disso, mas sabem que seus lucros serão garantidos com o
equilíbrio entre o a produção e o meio ambiente. Daí saberem a importância da
preservação ambiental. Como visam o lucro, investem no desenvolvimento
sustentável.
VISÃO
Falta ao legislador
rondoniense uma visão global sobre a importância da preservação ambiental. E um
olhar holístico e estratégico de futuro para que seus produtos oriundos do
agronegócio não apareçam numa eventual lista de retaliações ambientais, uma vez
que os mercados consumidores, em particular o europeu, estão mais restritivos a
importação de produtos agrícolas e pecuários advindos da Amazônia. Este olhar a
longo prazo é que garantirá aos nossos produtores acesso aos mercados cada vez
mais exigente. Somente os visionários sobreviverão.
COMPLACÊNCIA
O que mais intriga,
neste contexto, é a complacência da maioria da população ao eleger pessoas que
publicamente vociferam contra qualquer política preservacionista destinada a
proteger nossas riquezas naturais, vegetais e minerais. Uma indiferença que
cedo ou tarde trará a todos consequências nefastas, seja na economia,
seja no clima.
CONIVÊNCIA
As queimadas, que
outrora eram tratadas como algo corriqueiro e cultural, é hoje um problema de
calamidade pública. Ano após ano, nos meses de julho, agosto e setembro,
queimam nossas florestas e impactam de forma implacável na saúde de todos. As
ações governamentais para conter as chamas são ínfimas e servem apenas de
justificativa burocrática para não incomodar parte de uma população conivente
com tais crimes.
ALTRUÍSMO
O exercício do poder,
a gestão dos recursos públicos e a busca por soluções para os problemas
coletivos são elementos intrínsecos da boa política. A política é
influenciada por diversos fatores, como a cultura, a economia e as relações
humanas, entre outros. Proteger a população e garantir que os povos possam usufruir
do meio em que vivemos, exige antes de tudo, uma compreensão de que as riquezas
postas à nossa fruição são exauríveis e, portanto, necessitam também de uma
proteção. Infelizmente, é impossível esperar altruísmo de quem se preocupa tão
somente com os próprios interesses políticos.
LOROTA
Assim como ocorreu na
pré-campanha de 2022, a eleição do ano que vem inicia com a mesma lorota das
“viúvas” do ex-governador Ivo Cassol lançando na imprensa o factóide de que ele
estará apto para a disputa de 2026. Ao que parece não há nada de novo no
horizonte político estadual. Cassol continuará inelegível e nada que suas
viúvas digam ou façam mudará esta realidade.
DECLARATÓRIO
O agravo deferido
pela Presidência do Tribunal de Justiça do Estado, acolhendo a pretensão de Ivo
Cassol, em face daquela condenação que o deixou inelegível, é algo corriqueiro
nas lides quando uma decisão não é exatamente clara em determinado ponto
jurídico. E foi o que ocorreu. O presidente do TJ, ao verificar que o acórdão
não dispôs de forma essencial sobre o dolo específico (elemento subjetivo na
configuração da improbidade), limitando-se a figura dolosa, sem, contudo,
esclarecer se é específico ou genérico, devolveu ao relator de origem
para análise.
DIVERGÊNCIA
O TJ reconhece que há
uma aparente divergência entre o acórdão e a tese firmada pelos advogados de
Cassol, resultando no retorno ao órgão julgador para exame quanto à pertinência
de juízo de retratação ou a manutenção do julgado. É possível que mude. Mas
este cabeça chata aposta em sentido contrário ao verificar que na
sentença não há divergências nos fatos julgados, embora seja pertinente
esclarecer a aparente obscuridade suscitada. Como não tem efeito
suspensivo, Ivo Cassol continua inelegível, para desagrado das “de cujas”. O
resto é lorota.
VIAGEM
Não é ilegal nem
ilegítima uma viagem internacional de governantes e assessores para trocar
experiências, melhorar a qualificação ou mesmo estabelecer parcerias técnicas.
Mas é imoral quando a viagem transparece não ser destinada as finalidades dos
interesses públicos, especialmente com evidências turísticas. É o caso da
viagem do irmão do governador, Sandro Rocha, Diretor Geral do Detran, que
visita os países nórdicos sem uma justificativa plausível custeada pelo erário.
Um custo nada módico, uma vez que tais gastos ultrapassam as cifras dos
duzentos mil reais.
PERDULÁRIO
Sequer há uma
semelhança geográfica entre a geologia, relevo e o clima rondoniense com os
países escandinavos, onde a tour do irmão do governador acontece. Lá é frio o
ano inteiro. Aqui nosso clima é quente em todas as estações e a mobilidade
urbana bem diversa desta escolhida por Rocha para os passeios e os registros
fotográficos. É uma viagem que precisa ser investigada para explicar seus
objetivos e os resultados. Nossos impostos arrecadados pelo Detran não podem
ser utilizados de forma tão esbanjadora e sem retorno algum para o estado
da forma como faz o maninho do governador.
ASSEMBLEIA
São gravíssimas as
denúncias de assédio, perseguição e ameaças que uma jovem supostamente assessora
da Assembleia Legislativa fez pelas redes sociais contra um policial ligado a
um deputado estadual. Além dos crimes de ordem sexual e moral, há indícios de
que o Poder Legislativo Estadual continua na mesma prática condenável de
contratar pessoas para desempenharem funções em atividades privadas como
ocorreu em gestões anteriores. Ao que parece nosso parlamento não aprendeu ao
logo do tempo com as operações policiais destinadas a coibir práticas
ilegais. Como diz o ditado: o cachimbo é que faz a boca torta.
FERA
A Câmara Municipal de
Ariquemes corrigiu a mais absurda injustiça jurídica ao devolver os direitos
políticos ao ex-vereador Rafael Fera (PODEMOS), cassado dois anos atrás
supostamente por infringir o código ao proferir um discurso áspero e inadequado
contra a chefe do executivo municipal. Imagina se a moda pega nas casas
legislativas rondonienses, certamente haverá uma lista enorme de candidatos a
cassação. Esta coluna, na época, registrou a injustiça perpetrada contra o
edil.
PREDADOR
Com os direitos
políticos restituídos, Fera é um forte candidato a deputado federal em 2026. O
prejuízo com a cassação, agora cassada, impediu que ano passado ele vencesse as
eleições municipais, uma vez que liderava todos os cenários pesquisados.
Tudo indica que o objetivo era exatamente retirá-lo da disputa municipal. Quem
não deve estar gostando do reexame da atual Câmara dos Vereadores Ariquemense é
o deputado federal Thiago Flores que, agora, terá pela frente um
concorrente altamente predador num colégio eleitoral acostumado a eleger gente
com o perfil beligerante ostentado pela Fera reabilitada. Em 2026,
Ariquemes pega fogo.
ATITUDE
Cobrado, o deputado
federal Lúcio Mosquini pediu afastamento da presidência do Diretório Regional
do MDB, abrindo a vaga para que o senador Confúcio Moura possa oxigenar o
partido e filiar novas lideranças. O parlamentar tomou a atitude certa porque
não escondia de ninguém a insatisfação com a condução nacional do partido na
aproximação com o presidente Lula. Sob a sua presidência o MDB encolheu e da
forma como vinha sendo conduzido caminhava para a insolvência em Rondônia. A
atitude merece elogios.
CONFRARIA
Caberá ao senador
Confúcio Moura abrir a legenda e renovar os diretórios emedebistas que servem
atualmente para encontros semanais de uma confraria de anciões que se reúnem
para relembrar os tempos áureos em que o partido vivia com a tulha cheia de
votos nas eleições em que disputava. Uma confraria, a exemplo de Mosquini,
desconexa com a realidade política rondoniense e que também atrasa a renovação
da legenda. É um desafio hercúleo que Moura terá pela frente para que os
velhinhos larguem o osso da burocracia partidária, abrindo os espaços para
novas ideias e novos filiados.
BENGALA
Não tinha cabimento
Lúcio manter sobre os sovacos uma legenda que o dirigente manifesta
repetidamente a vontade de se desfiliar por causa das divergências
programáticas. O deputado tem mantido uma conversa diária com a direção do PL,
partido que tende a acomodá-lo em razão das afinidades de cunho ideológico.
Mosquini revelou seu espírito público ao abrir mão da presidência do MDB,
faltando agora os velhinhos seguirem o mesmo exemplo: pegando a bengala e
largando o osso.
RETORNO
O ex-senador Valdir
Raupp, membro do Diretório Nacional do MDB, optou em renunciar ao cargo na
instância estadual para deixar o novo presidente do Diretório Estadual livre e
a vontade para traçar as estratégias visando o arejamento do partido. Raupp
estuda a possibilidade de retornar à ribalta política e provavelmente na
disputa por uma vaga de deputado federal. É possível que seja pelo MDB, mas não
descarta a possibilidade de ingressar em uma outra legenda. As principais
vitórias do MDB ocorreram quando ambos estavam unidos.
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