Quarta-feira, 28 de maio de 2025 - 13h37
MEIO
AMBIENTE
É impressionante a visão tosca dos
nossos legisladores quando são instados a criar leis afetas ao Meio Ambiente,
especialmente quando assistimos ano a ano os problemas climáticos se agravarem
em razão do desmatamento desordenado e das ações predatórias contra nossos
biomas e áreas de reservas dos povos originários. O Senado aprovou, na semana
passada, uma nova lei ambiental que, a longo prazo, deve piorar os eventos
climáticos e, a médio prazo, servir como justificativa para mercados europeus
criarem barreiras restritivas aos nossos produtos. A decisão dos senadores
significou um retrocesso descomunal na preservação do ecossistema no ano em que
o Brasil sedia a COP 30.
AFROUXAMENTO
A nova lei permite a emissão
automática de licenças com base na autodeclaração de quem vai empreender, sem
uma análise técnica anterior, exceto em projetos considerados de alto risco.
Nessa toada, empresas de mineração que emitem inúmeros elementos altamente
poluidores são beneficiadas. É um afrouxamento que abre a “porteira legal para
a boiada”.
ALINHAMENTO
Para surpresa de quem acusava o
senador Confúcio Moura (MDB) de inimigo do agronegócio, o relator desse
monstrengo jurídico foi exatamente o senador rondoniense que, entre outros
jabutis, acatou uma emenda que abre caminho para o desmatamento da combalida
Mata Atlântica. A postura de Moura surpreendeu devido às suas posições
anteriores em defesa das nossas riquezas naturais. Este alinhamento provocou
reações duras entre os ambientalistas.
LOROTA
Daqui para a frente bastará à
agropecuária preencher um formulário auto declaratório para que suas atividades
sejam liberadas, sem qualquer verificação sobre impactos ambientais. Os
apoiadores da lei alegam que o aumento de punições e uma boa fiscalização
resolve o assunto, embora estados e municípios, em todo o país, não conseguem
atuar corretamente contra empreendimentos rurais, seja por falta de pessoal
para fiscalizar, seja por ingerência política. É uma lorota achar que a
fiscalização vai conter o avanço sobre o Meio Ambiente.
MARINA
A ministra Marina Silva é uma
militante de carteirinha do ambientalismo e com posições firmes que beiram ao
extremismo. Mas é sem dúvida uma voz que consegue reverberar num mundo digital
e que influencia substancialmente os mercados consumidores estrangeiros. O
bate-boca travado entre ela e os senadores no dia de ontem, no Senado Federal,
imediatamente ressoou mundo afora com reações fortes contra senadores ávidos em
passar a boiada por cima dos nossos biomas. Isto comprova a força do que fala.
RETROCESSO
Podemos enumerar várias críticas à
senadora, mas sua visão e luta em defesa dos nossos biomas e por políticas que
compatibilizem o desenvolvimento com o ambientalismo merecem aplausos. Marina é
uma voz solitária na defesa do ambientalismo e quando fala suscita ódio de um
senado misógino e cada vez mais distante daquela casa de velhos sábios. O
senador rondoniense Marcos Rogério (PL) deveria ter temperança no que fala numa
casa inspirada em Rui Barbosa. Ao ordenar para que a ministra se ponha em seu
lugar, nosso senador revelou a cara mais reacionária e pequena da nossa Câmara
Alta, e o fez sabedor que em Rondônia a maioria das vozes, inclusive femininas,
concordam com a grosseria e com a ordem por ele emitida e por ela sabiamente
rechaçada. Vivemos tempos bicudos e com massa cinzenta atrofiando nossas
percepções. Precisamos de mais Marinas aos borbotões.
MEDIOCRIDADE
O deputado federal Thiago Flores
surpreendeu nas redes sociais com uma peça publicitária hilária ao se colocar
como um candidato a governador que desafia o sistema e com uma ficha de
antecedentes primária. Na gravação de menos de um minuto percebemos que a
candidatura não passa de um blefe para criar manchetes. Nesta perspectiva a
peça foi um sucesso porque o apagado parlamentar federal conseguiu alguns
minutos de fama, visto que o trabalho legislativo em Brasília é medíocre. Ele
mesmo revela que a desafiadora candidatura ficha limpa está condicionada à
limpeza da ficha suja de Ivo Cassol, ocorrendo, ele retira para apoiar o
ex-governador.
EUNUCO
Essa contradição entre sua
primariedade de Flores e os antecedentes de Ivo Cassol não é a única
incoerência na encenação do dublê de comediante e parlamentar no baixo clero do
Congresso Nacional, nos sessenta segundos da peça veiculada nas plataformas
digitais do parlamentar. O que vemos é a impotência de um político que nada tem
a mostrar ao eleitor senão a revelação de que esquenta o lugar de candidato a
governador para um suposto candidato que está inelegível e continuará
inabilitado para as eleições de 2026. Nosso Flores está caminhando para virar
mais um eunuco da política rondoniense.
SUPÉRSTITE
Esta coluna escreveu quatro anos
atrás, quando algumas viúvas da “Cassolândia” garantiam o donatário da Vila
Cassol como apto a concorrer, que Ivo Cassol estaria inelegível na época e
continuaria para a eleição de 2026. A coluna reafirma o que escreveu porque não
há nada, absolutamente nada de novo no horizonte que modifique essa realidade.
EGOCÊNTRICO
Cassol é sem dúvida um caso a ser
estudado pelos cientistas políticos uma vez que virou ficha suja por razões que
muitos abominam na política, além de permanecer com saudade das suas
grosseiras, sentem nostalgia do seu jeito de tratar o público como privado, e
do seu governo 16 anos depois. Como objeto de estudo seria bom vê-lo numa
disputa onde as plataformas digitais são as vedetes e expõem verdades e mentiras
no mesmo patamar, bem distinta da campanha que disputou vinte anos atrás. A
campanha digital é como nuvem e Cassol é um torrencial de memes para todas as
plataformas. A verdade é que a mentira de ontem, assombra hoje, uma realidade
virtual futura. Cassol é uma realidade de ontem, uma ficção eleitoral no
presente e sem futuro político daqui para frente. Como cabo eleitoral há
controvérsias, seja agora, seja amanhã, em razão do ego.
GASTANÇA
Ninguém é contra que sejam
investidos alguns milhões do tesouro estadual em atividades que atraiam mais
investimentos para Rondônia. A feira Rondônia Rural criada ainda pelo
governador Confúcio Moura e pelo então prefeito Jesualdo Pires, de Ji-Paraná,
cresceu e chamou a atenção dos investidores de vários países. Cada centavo
gasto na preparação do evento é bem investido em razão do retorno econômico. O
agro rondoniense é muito forte, assim como a agricultura familiar. Mas é
condenável quando o gasto tenha aparência perdulária, como é o caso da
contratação do influencer Caio Coppola que percebeu a bagatela de sessenta mil
reais da Assembleia Legislativa para fazer uma palestra com um tema desconexo
do objetivo da feira. Esta gastança é inconcebível e necessita de lupa para ser
avaliada sua finalidade pelos órgãos de controle, mesmo a feira sendo um
sucesso.
PIONEIRO
É preciso registrar o pioneirismo
de Reditário Cassol, patriarca da família, que ajudou a construir em Rondônia o
agronegócio quando o ex-território ainda derrubava suas árvores para dar lugar
aos pastos. Reditário não foi um político que mereça um panteão, mas foi uma
figura notável na luta pelas consolidações de vários municípios na Zona da Mata
e um pioneiro no agronegócio rondoniense. Ficará na memória política por suas
falas caricatas em açoitar meliantes, mas no desenvolvimento estadual fincou
raízes firmes e merecedoras de aplausos.
CONVITE
No último final de semana o
ex-prefeito Hildon Chaves abriu as portas da sua mansão para receber o prefeito
de Cacoal Adailton Fúria e o mandatário do PSD de Rondônia, Expedito Junior.
Entre um gole e outro de um bom líquido precioso, Fúria aproveitou a animação e
tascou um convite para que o ex-prefeito da capital aceitasse ser seu
vice-governador nas eleições de 2026. Foi a senha para mudar o humor de Chaves,
avinagrar o vinho e acabar com a conversa. Hildon, que esperava ser ele
convidado para a cabeça da chapa governamental, ficou “P” da vida com o convite
e encerrou o regabofe antes dos petiscos serem servidos.
ESTAFETA
Quem conhece Hildon Chaves na
intimidade sabe o quanto o ego ficou machucado com o papo entabulado pelos
visitantes. Expedito Júnior não é mais aquele estafeta que o ex-prefeito
acionava quando necessitava e ele (Hildon) já não é o dono dos noventa por
cento dos votos da capital como exaustivamente propagava.
FORRÓ
Léo Moraes tem aproveitado as datas
festivas da capital para reunir multidões em eventos comemorativos bem
familiares. Na semana passada, por três dias, reuniu no parque ao lado do Porto
Velho Shopping centenas de pessoas numa festa junina antecipada e que registrou
a participação de várias famílias que se divertiram com segurança em uma
organização impecável do evento. No dia a dia da administração o prefeito tem
dado conta do recado, embora na saúde exija mais atenção por ser uma área
nevrálgica e que precisa de muitos investimentos. É uma área ainda deficiente
em razão também de um secretário incapaz de superar os desafios. Mas Léo tem
dado conta do riscado.
BARULHO
Há no ar muito barulho para
acontecer em junho e que não são os balões e foguetórios de São João. Muita
gente vai dançar em descompasso e fora do tom. A ver!
Uma fonte da Câmara Municipal revelou à coluna que existe um foco de conspiração contra Léo Moraes
UNGIDOPela segunda vez em dois meses o ex-presidente Jair Bolsonaro unge o desconhecido pecuarista rondoniense, Bruno Scheid (PL), como seu provável
Falta ao legislador rondoniense uma visão global sobre a importância da preservação ambiental
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