Sexta-feira, 17 de junho de 2022 - 11h44
Imaginem-se presos a uma
enorme caixa, sem janelas, tudo escuro e uma imensa vontade de não fazer nada.
Não havia vistas. Não havia janelas que me apontassem horizontes. Essa era a
sensação que me atormentava, quando as ondas da depressão começaram a varrer a
praia da minha mente. Não ouvia ninguém, sequer percebia minha própria voz,
como se alguém invisível estivesse me sufocando, como se o vento, ao entrar
pelo meu corpo, estivesse causando desordem, mas não podia culpá-lo, pois fui
eu que deixei a janela da alma aberta.
Antigamente eu não sabia que
estava sofrendo de uma séria enfermidade, aumentava o consumo de café, fechava
os olhos, pensando que não ia ver nada, era pior, via o que não devia, me via!
Começava, então, a vontade de morrer. Só a morte poderia parar a agonia da
minha cabeça, pensava eu. Embora meus pensamentos estivessem aprisionados, eu
me locomovia para todos os lados, mas não tinha noção da direção, aqui e acolá
parava repentinamente, como se estivesse à beira de um precipício.
O mais complicado era que,
essa estranha sensação, do mesmo jeito que aparecia, ia embora, sem que eu
soubesse o tempo de duração. O meu silêncio momentâneo, os olhos apavorados, a
vontade de chorar e de não me levantar da cama, eram interpretados pelos que me
cercavam como frescurite.
Houve uma época que também eu
achava que não estava doente. O sinal de alerta tocou o meu espírito, quando
meu sentimento de sobrevivência começou a me mostrar que algo estava errado,
pois a vontade de morrer não me abandonava. O diagnóstico foi preciso: você
está com depressão. Passei uns dois anos tomando remédios inúteis, até o dia em
que resolvi reciclar meus pensamentos, aprendi a controlar minha respiração e a
meditar. Hoje já não medito mais e sinto como se a depressão tivesse se
adaptado ao meu novo pensar.
Nesse meu novo processo
natural de reciclagem mental, tomei como base princípios de uma filosofia de
vida conhecida como Taoísmo, e desde então venho aprendendo a me melhorar, cada
vez mais. Tao quer dizer caminho. Não tenho religião nem tomo remédios. Procuro
viver em harmonia com a natureza, tentando atingir o equilíbrio, ou o Tao. De
tudo que aprendi o que mais me ajudou foi o desprendimento do mundo material e a
anulação dos desejos, porquanto ao realizarmos um desejo, outro surgirá em seu
lugar, ensina o mestre.
Mediante novos pensamentos,
elimino de dentro de mim os desejos inúteis. As coisas vão acontecendo
naturalmente, conforme o equilíbrio, a harmonia entre o yin e o yang, o
masculino e o feminino, o bem e o mal, etc.
Não é fácil, depende de muito
estudo, dedicação e paciência. O Tao Te Ching, livro sagrado do Taoísmo,
escrito por Lao Tsé, é chamado em português de livro do Caminho e da Virtude. É
um livro de 5.500 palavras em que estão contidos os ensinamentos filosóficos
adquiridos por Lao Tsé na busca pelo caminho.
“O tempo é uma coisa criada.
Dizer ‘Eu não tenho tempo’, é o mesmo que dizer, ‘Eu não quero’.” “Não há culpa
maior do que entregar-se às vontades, não há mal maior do que aquele de não
saber contentar-se, não há dano maior do que nutrir o desejo de conquista.”
(Lao Tse)
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