Domingo, 18 de maio de 2025 - 08h50
Certa ocasião fui convidado por casal amigo,
para almoçar. Ele, ocupava cargo de relevo numa empresa pública; ela, era
professora.
Durante o repasto a conversa descambou para a
política, e como lhes dissesse que não era apolítico, e nunca militara num
partido, nem movimento, ela me disse:
-"Tudo que se escreve ou se diz, é política.
Atitude ou opinião que se exprime, mesmo que se pense que nada tem com política,
já o é."
Como a prosa continuasse abordando as
características do bom político a mulher acrescentou:
-" Muitos que se filiam num partido têm
pouca ideologia a fim; mas desejam ocupar cargo importante – o que é humano, –
se não se milita num, nunca será chamado para nada..."
Nisso foi interrompida pelo marido:
- " Não basta ser militante, é preciso ter
talento. Ser bom profissional... Mas é verdade que só são escolhidos os que se
conhece. Ilustre desconhecido, que permanece no remanso de sua casa, por mais
competente que seja, nunca será chamado para nada, porque ninguém o conhece.
Lembrei-me, então, de meu pai, que se carteava
com nomes sonantes da literatura lisboeta. Estes, várias vezes diziam-lhe;
" desça à Capital, escrevendo em matutino do Norte, será sempre um
provinciano."
Resolveu bater à porta de velho amigo de infância,
pessoa de peso na vida política.
Este respondeu-lhe que era amigo de editores e
jornalistas da Capital, e com gosto o apresentaria a alguns.
Porém esclareceu:" Prometes-me que não
vais escrever artigos que cheirem a sacristia, nem crónicas piegas e
moralistas; trata temas sociais de combate: Tens um estilo peculiar, que ronda
a poesia, não o alter, porque é muito apreciado."
Meu pai – segundo me disse, – agradeceu a
gentileza, mas preferia ser provinciano, do que " descer" à Capital.
Como católico não escreveria artigos, que a consciência reprovasse.
Era homem que preferia defender seus
princípios, do que a glória da Capital.
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