Júnior fala em arapongagem, acusa deputado e nega qualquer desvio, em pronunciamento na internet

No dia anterior, o deputado estadual Marcelo Cruz divulgou um documento com graves acusações contra seu colega parlamentar, Ribeiro do Sinpol, afirmando que ele intermediou (com outras palavras, é claro) uma tentativa de cooptação do parlamentar, que também teria sofrido ameaças de outros policiais. Na sexta-feira, num longo pronunciamento, o ex-chefe da Casa Civil repetiu as denúncias, incluindo nelas agora o seu substituto, o atual chefe da pasta, Elias Resende e alguns policiais que foram nomeados para a apoio à Casa Civil. Júnior ora defendia o governador Marcos Rocha (“as ordens que ele me deu sempre foram dentro da legalidade e jamais me pediu algo que não o fosse”!) ora atacava, afirmando que “ele sabia e sabe de tudo o que ocorre no seu governo”, para afirmar que não há ação dentro na administração em que não tenha a decisão e o dedo do titular.

          Júnior mais se defendeu do que atacou, mas o fato de trazer denúncias sérias contra decisões que envolvem a Polícia Civil, incluindo arapongagem, dentro do sistema de inteligência do Governo, colocando o deputado Ribeiro do Sinpol  como um dos responsáveis (“ele entrevistou sete delegados para serem nomeados para a cúpula da polícia, mas nenhum aceitou porque o mote principal era tentar atacar o vice-governador Sérgio Gonçalves”, denunciou) é algo que, certamente precisa ser esclarecido. Durante o vídeo que gravou, Júnior bateu na tecla da história da sua família, fez acusações genéricas e até deixou no ar insinuações sobre acusações que não se sabe baseadas em que provas.

          Não foi uma entrevista coletiva, embora alguns jornalistas estivessem presentes, mas um pronunciamento/desabafo. Júnior afirmou que sua vida está aberta à investigações e que tudo o que possui está declarado, lamentando que tenha sido publicado que ele tivesse desviado  mais de 150 milhões de dinheiro público. As consequências serão sentidas daqui para a frente. Nem o deputado Ribeiro do Sinpol e nem representantes do Governo haviam comentado o pronunciamento do ex-Chefe da Casa Civil, ao menos até o encerramento desta edição. O caso Junior/Governo, infelizmente, ainda deve ir longe. Ninguém ganha com isso, mas a guerra está declarada, o que é uma pena, exatamente num momento e m que Rondônia comemora alguns dos seus melhores índices de desenvolvimento. Mas a política tem dessas coisas. Nada há acima dela! 

MARCOS ROCHA GRAVA VIDEO NUM BUNKER, ENQUANTO MÍSSEIS DO IRÃ ATINGEM ISRAEL, ONDE ELE ESTÁ 

          Sem medo, mas com o semblante de preocupação, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, relatou num vídeo a situação que estava vivendo em Tel Aviv, onde  ele, junto com assessores e representantes dos governos de Mato Grosso e do Tocantins, estavam abrigados  num bunker, enquanto se ouvia a explosão de dezenas de mísseis, num ataque do Irã contra Israel. Mais uma batalha entre iranianos e israelenses pegou a todos de surpresa. Um dia antes, aviões de Israel atacaram áreas para impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O bombardeio matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri. Em retaliação, o Irã realizou vários bombardeios, um deles, aliás, pouco depois que o governador de Rondônia acabara de gravar seu vídeo.    

          Rocha está em Israel através de programas do Consórcio Brasil Central, presidido pelo governador goiano, Ronaldo Caiado, para tratar de temas tão diversificados que envolvem desde negócios com equipamentos hospitalares até aumento na produção de leite e, ainda, exportação de castanhas, café e outros produtos rondonienses. O governador do Tocantins, Mauro Carlesse teve sorte e saiu poucas horas antes do início do conflito. Rocha e sua equipe foram pegos de surpresa e ele só soube o que estava acontecendo quando as sirenes, que avisam a população dos ataques aéreos, começaram a ser acionadas. É aviso de perigo iminente.     

          Na gravação, o Governador diz que só poderá retornar depois que o espaço aéreo de Israel for reaberto para os voos comerciais. Rocha ainda fez comentários sobre o bom momento da economia e, no final, declarou que não iria falar sobre “fofocas e outras questões” (todos sabem a que ele se referia), porque não é do seu estilo. Pediu ainda orações e proteção divina. O vídeo foi gravado na sexta-feira à tarde, horário de Rondônia. No país, vigora o horário de verão, o que o coloca a três horas a mais do que Rondônia. 

VICE-GOVERNADOR ATACA NOVO CHEFE DA CASA CIVIL E DESMENTE QUALQUER PROJETO PARA O TRIBUNAL DE CONTAS

         Outro Gonçalves foi para a mídia, nesta sexta-feira; Entrevistado pelo radialista Arimar de Sá, conhecido por suas perguntas contundentes e também por sites de notícias, como o Eu Ideal, o vice-governador Sérgio Gonçalves analisou a situação política, desmentiu com veemência que haja qualquer possibilidade de ele pensar em ser conselheiro do Tribunal de Contas, disse que não é peão no jogo de xadrez, para ser usado; defendeu o irmão, afirmando que Júnior Gonçalves apenas se defendeu dos ataques que têm sofrido e  criticou a indicação de Elias Resende para comandar a Casa Civil do Governo. 

          Segundo o site Eu Ideal, Sérgio culpou diretamente o substituto do seu irmão como “o responsável como o pivô de toda a crise interna no governo”, sem dar motivos concretos para esta adirmação. Disse ainda que “ele não tem perfil para a função”! O vice-governador e secretário de Desenvolvimento  Econômico, afirmou que mantém seu projeto de concorrer à reeleição, em 2026, mas afirmou que com o atual cenário, com o que está ocorrendo a partir do que ele chama de negativo no comando da Casa Civil, vaticinou: “desta forma como está, não há futuro para este grupo político”. 

          Ficou clara a posição de descontentamento do vice-governador com a situação atual. Certamente ao voltar da sua viagem a Israel, o governador Marcos Rocha e seu vice, precisarão ter uma longa conversa, sobre o futuro de ambos. Rocha pretende deixar o Governo em abril do ano que vem, para disputar uma vaga ao Senado e precisará do apoio de Gonçalves para ajudá-lo em sua meta. Gonçalves depende da decisão de Rocha, para assumir o Governo por seis meses e preparar sua candidatura à  reeleição. No pior dos cenários, Rocha fica onde está até o fim do governo, não concorre e Gonçalves fica também sem perspectivas para o futuro, na política. 

“NÃO ENTRO EM GUERRA POLÍTICA”, DIZ ELIAS RESENDE EM NOTA OFICIAL SOBRE OS ATAQUES QUE SOFREU 

          Sobre os ataques que sofreu, o chefe da Casa Civil, Elias Resende (ele estará no programa dos Dinossauros, na Rádio Parecis FM, nesta segunda-feira, a partir das 13 horas)  emitiu uma seguinte Nota Oficia, recheada de bom senso e serenidade.  

           “Em respeito à população de Rondônia, aos servidores públicos e à imprensa, venho me manifestar de forma serena e objetiva sobre as recentes declarações feitas pelo vice-governador Sérgio Gonçalves. Não tenho tempo, disposição e muito menos interesse em entrar em disputas ou polêmicas com outro secretário de Estado. Minha energia está concentrada em trabalhar, entregar resultados e continuar honrando a confiança que o governador Coronel Marcos Rocha depositou em mim. Deixo claro que, da minha parte, não há qualquer prática de arapongagem, perseguição ou uso da estrutura de comunicação do governo para atacar quem quer que seja. Não é do meu perfil e nunca será. Faço política com responsabilidade, ética e sempre com foco no que realmente importa: melhorar a vida da população de Rondônia”.

          Elias prossegue: “Vale lembrar que tanto eu quanto o próprio Sérgio Gonçalves fomos escolhas pessoais do governador. Aliás, sua escolha como vice-governador foi uma decisão corajosa do governador Marcos Rocha, que o trouxe para o projeto de governo em um momento delicado da sua vida profissional, mesmo enfrentando resistência de muitos — inclusive do próprio irmão dele. Por isso, acredito que a postura mais sensata de todos nós, que integramos a equipe de governo, é respeitar as decisões do governador, reconhecer o nosso papel e trabalhar com lealdade institucional”.

           Conclui a nota: “Vale lembrar que tanto eu quanto o próprio Sérgio Gonçalves fomos escolhas pessoais do governador. Aliás, sua escolha como vice-governador foi uma decisão corajosa do governador Marcos Rocha, que o trouxe para o projeto de governo em um momento delicado da sua vida profissional, mesmo enfrentando resistência de muitos — inclusive do próprio irmão dele. Por isso, acredito que a postura mais sensata de todos nós, que integramos a equipe de governo, é respeitar as decisões do governador, reconhecer o nosso papel e trabalhar com lealdade institucional. Não entro em guerra política, não faço ataques pessoais e muito menos utilizo meios de comunicação para agredir quem quer que seja. Meu compromisso segue sendo com Rondônia, com o governo e, principalmente, com os resultados que a população espera de nós. Equilíbrio, responsabilidade e respeito são princípios que sigo e continuarei seguindo. (Elias Resende) 

EBSERH PREPARA COMPRA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, QUE SERÁ AMPLIADO PARA SER MUNICIPAL E UNIVERSITÁRIO 

          Claro que vão haver desmentidos, como já houve outras vezes. Mas o prédio para sediar o novo Hospital Municipal Universitário, em Porto Velho, será mesmo o do Hospital das Clínicas, localizado na rua João Goulart, próximo a  Pinheiro Machado, no centro da Capital. Haviam, na reta final para a escolha, dois hospitais. O que decidiu a favor do Clínicas foram duas questões. A primeira, uma possibilidade maior de estacionamento. O outro, que também foi importante na tomada de decisão pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) foi a possibilidade de ampliação da área, como mais construções, porque a meta é ter, no total, 15 leitos disponíveis, mais do que o dobro do que tem hoje. A Ebserh é quem vai fazer a aquisição e administrará toda a estrutura hospitalar, quando ela pertencer à Prefeitura de Porto Velho e à Universidade Federal de Rondônia, a Unir.

           Os detalhes sobre o negócio são informações que ainda não vieram à tona. Não se sabe por exigências dos compradores ou dos vendedores, o montante a ser investido para a compra do prédio e a estrutura do Clínicas, é tema guardado a sete chaves. O prefeito Léo Moraes esteve em Brasília, nesta semana e voltou empolgado, embora num vídeo divulgado pelas redes sociais, como as usa seguidamente, ele tenha sido comedido, afirmando apenas que “conseguimos avançar ainda mais sobre nosso hospital”! Na verdade, entre outras reuniões, ele se encontrou c om o senador Confucio Moura, que garantiu recursos e todo o apoio necessário para que o martelo seja batido.

          Há uma decisão de que os recursos de manutenção – cerca de 150 milhões de reais por ano – já estariam garantidos. Não se sabe exatamente de onde virá a verba para compra do prédio na João Goulart, mas esta questão estaria nas mãos de Confúcio Moura, que já teria a solução. A Ebserh está tratando dos detalhes finais do negócio e em breve começa a tratar dos equipamentos para o hospital e da contratação de funcionários. Não se sabe ainda se os atuais servidores da empresa privada terão ou não prioridade de contratação para atuarem no Hospital  Municipal Universitário. 

OBRAS NA PONTE DE CANDEIAS ANDAM RÁPIDO,  PARA QUE AS DUAS PISTAS POSSAM SER ABERTAS EM BREVE 

          Tem gente dando duro. O trabalho está indo firme e, dentro das circunstâncias, com rapidez. Equipes da empresa contratada pelo Dnit  estão realizando o trabalho de reforço da ponte nova sobre o rio Candeias, em Candeias do Jamari, para que o mais breve possível sejam liberadas as duas pistas dela e acabe com o Pare e Siga, que já dura  semanas e que irrita os motoristas pela longa espera. Enquanto o trânsito flui lentamente na estreita pista que é usada para os dois lados da ponte, os operários trabalham bem embaixo dela, reforçando a estrutura com pesadas estruturas de aço e ferro. Enquanto madeiras são cortadas para darem suporte aos equipamentos mais pesados, toda a estrutura do túnel, embaixo, está sendo preparada para receberas estruturas metálicas, que vão ajudar a dar a segurança necessária para que a ponte nova, aberta ao trânsito em 2009.

        Todo o trabalho que está sendo neste momento, é emergencial, mas faz parte de um pacote de melhorias, que inclusive tornará a ponte estaiada, onde são colocados estais que saem do mastro e que são ancorados diretamente em nichos de ancoragem, multiplicando a segurança e a durabilidade da obra. No Brasil, como curiosidade , existem pontes estaiadas em Teresina, Natal e Cuabá, só para citar as principais. A mais famosa, de Florianópolis, foi desativada há alguns anos. 

           O Dnit pretende abrir a segunda pisa da ponte nova em cerca de três semanas, se tudo ocorrer dentro dos planos. Com relação à ponte velha, provavelmente ela terá que ser demolida e construída uma nova no local. 

VOLTA À PAUTA DEBATE SOBRE EMANCIPAÇÕES DOS DISTRITOS, COM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ASSEMBLEIA

        De vez em quando volta à pauta a questão das emancipações para distritos da Capital, principalmente, mas também de áreas do interior, que já contam com toda a estrutura para serem transformadas em municípios, mas até agora nada conseguiram. Nesta segunda-feira, dia 16, o tema será ressuscitado, numa audiência pública proposta pela deputada Dra. Taíssa, que tem tido um mandato destacado no parlamento rondoniense. Ela está convidando autoridades e representantes de distritos que querem se emancipar, para participarem de mais um debate sobre o tema. Certamente o assunto é complexo, porque mesmo nas localidades que já cumpriram todas as exigências da legislação federal, a autorização para criação de novos municípios empaca no governo; eventualmente no Congresso mas, muito mais no STF, que autorizou a criação de apenas uma nova cidade brasileira,  nos últimos 20 anos.

Neste contexto, vale lembrar a situação dos distritos da Ponta do Abunã, distantes cerca de 300 quilômetros da área urbana de Porto Velho. Ali, foram cumpridas todas as questões legais, inclusive com um plebiscito, com ampla maioria favorável à emancipação, mas a população foi feita  de besta. Pura perda de tempo, porque o processo nunca andou e as esperanças que ande fica muito perto do zero.

          Contudo, a iniciativa da competente deputada de Guajará Mirim não é vã. Mexer no tema, exigir que as comunidades sejam ouvidas e que a legislação federal, se cumprida, permita imediatamente as emancipações, é a luta que nunca para. Portanto, nesta segunda, tem assunto importante em audiência pública na Assembleia Legislativa.

ILEGALIDADES NA CRIAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO: RELATÓRIO DA CPI CHEGA AO JUDICIÁRIO RONDONIENSE 

          Há, no Judiciário, uma esperança de que possam ser corrigidas as enormes injustiças e brutalidades que estão sendo cometidas contra centenas de famílias de produtoes rurais de Rondônia, em nome da defesa ambiental, exigida pelas ONGs internacionais e obedecida tigogorsamente pelo governo brasileiro. Depois de ir ao Ministério Público apresentar o relatório da CPI que apontou  uma infinidade de irregularidades e ilegalidades na criação de onze reservas florestais em Rondônia, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alex Redano, fez o mesmo no Tribunal de Justiça do Estado. O encontro serviu para que Redano e outros dois parlamentares que tiveram atuação destacada na CPI das Reservas (Pedro Fernandes e Delegado Lucas Torres) fossem recebidos pelo presidente do TJ, desembargador Raduan Miguel e expusessem a situação a que estão expostos nossos produtores.  

O presidente Raduan Miguel destacou a relevância do trabalho realizado pela CPI. “Recebemos esse relatório com o devido respeito institucional e com o compromisso de que será analisado com toda a seriedade que o caso requer. O esclarecimento desses fatos é fundamental para que o Judiciário possa cumprir seu papel de garantir a segurança jurídica e a justiça social. A CPI traz informações importantes que irão subsidiar uma análise técnica e justa sobre essa situação que impacta diretamente a vida de muitos cidadãos rondonienses”, afirmou o presidente do TJ.

A CPI, presidida por Alex Redano, teve como focoapurar a legalidade da criação de 11 unidades de conservação ambiental no estado de Rondônia. O documento entregue ao TJRO reúne provas, depoimentos e análises técnicas obtidas durante os meses de investigação. Entre os principais pontos destacados estão supostos vícios jurídicos e a ausência de estudos técnicos adequados no processo de criação dessas áreas protegidas. 

PERGUNTINHA 

        Se a eleição presidencial fosse hoje e estes fossem os candidatos, em quem você votaria para comandar um país, que hoje está perto de uma crise econômica e rachado ao meio, entre a direita e a esquerda?