Sábado, 17 de agosto de 2024 - 10h47
O parlamento brasileiro deveria agradecer ao ministro Flávio
Dino, antes de condená-lo pelo bloqueio das “emendas Pix”. A quem, afinal,
esperam convencer os deputados e senadores da própria inocência, quando
destinam, sigilosamente, emendas a Prefeituras e afins (ops).
Ora, diabos, as emendas parlamentares existem
para que suas excelências enviem recursos às bases eleitorais. É uma forma de
mostrar serviço e conquistar votos. Como, afinal, fazer isso no anonimato? Como
é que o eleitor poderá saber que seu deputado destinou uma grana para o
município? Talvez isso seja exatamente o que interessa: que ninguém saiba qual
o endereço da grana.
É evidente
que a destinação de emendas sempre geram um generoso cashback. Há exageros,
obviamente. Há quem exija estorno de 50% para o bolso parlamentar, mas isso já
não é emenda, é rachadinha. Quem aceita e tem que prestar contas, celebra
contrato prévio com um tempo na cadeia. De qualquer forma, assim como as
rachadinhas originais, quase todo o mundo pratica.
Às vezes dá problema, como aconteceu no caso do senador
Flávio Bolsonaro, agravado pela arrogância do pai presidente da República. Se
houvesse alguma humildade no trato da coisa, tudo poderia se resolver como mais
um caso de valor irrisório, dentro do princípio da insignificância. Mas a fúria
de Bolsonaro amplificou a questão de tal forma que não será surpresa se o
senador acabar por isso atrás das grades.
Mas, de volta às “emendas Pix”, a reação do
presidente da Câmara, Arthur Lira, pode levá-lo a provar o tal “vôo de Ícaro”,
sobre o qual advertiu o ministro Flávio Dino. Não é mais uma simples suspeita
de escamoteamento de recursos públicos quase diretamente para cuecas
parlamentares. As denúncias se multiplicam e basta uma canetada ministerial
para a PF sair em campo.
Por isso a situação recomenda cautela. Lira
sabe que vai perder poder se lhe retiraram a administração das emendas, que
tomou do executivo. Especialmente no momento em que se aproxima a eleição de seu
sucessor. Isso pode tirá-lo do trono e devolvê-lo ao ostracismo, conforme já
aconteceu com tantos superpoderosos que o antecederam. É o que o conduz ao
desespero. Que, convenhamos, é um péssimo conselheiro. Melhor entregar os
anéis. E preservar as asas.
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