Sábado, 24 de maio de 2025 - 13h56
Ao
comemorar
como um grande feito o anúncio de
eventuais sanções do governo americano contra o Ministro Alexandre de Moraes, o
deputado licenciado Eduardo Bolsonaro não se dá conta de que, na verdade, está
sendo usado instrumento de vingança pelas big techs – Elon Musk à frente.
Talvez saiba, mas não se importa. O certo é que o STF sabe, assim como o
governo brasileiro, o que não exclui o filho de Bolsonaro de ser chamado a se
explicar mais à frente.
O
que está sendo
apontado como exibição de força das grandes redes, não é diretamente uma
resposta à humilhação imposta por Alexandre de Moraes ao trilhardário
sulafricano. A motivação está do projeto de lei que deve ser enviado ao
Congresso em breve para retomar a proposta de controle civil das redes,
aprovada no Senado, mas engavetada na Câmara pelo ex-presidente Arthur Lira. A
proposta governamental vai, com certeza, provocar forte reação dos partidos de
direita. Mas isso poderá ser corrigido pelo STF.
Eduardo
Bolsonaro,
contudo, não deverá ficar impune. Ele terá que voltar ao Brasil para
candidatar-se à reeleição ou buscar uma cadeira no Senado, como quer o
ex-presidente. O clima, claro, não anda lá nada favorável ao bravo parlamentar.
Nos bastidores, os magistrados elevaram o tom sobre sua atuação nos EUA. Que é
descrita como “molecagem” e “traição ao Brasil”, por defender que um país
estrangeiro interfira na própria nação. O que se ouve dá conta de que “até
agora” não há nada contra ele no STF, mas “isso pode mudar”. Isso equivale,
como diria Brizola, a considerar que o ex-deputado está “costeando o
alambrado”.
Regabofe em São Paulo: reação contra Bolsonaro
A
monumental
festança que
reuniu em São Paulo lideranças de quase todos os principais partidos de direita
a pretexto de lançar a candidatura ao Senado do secretário de segurança
Guilherme Derrite foi, na verdade, mais um avanço da campanha do governador
Tarcísio de Freitas à Presidência. Derrite foi somente o chamado “boi de
piranha”, para dizer a Bolsonaro que ninguém ali contrariava sua decisão de
sustentar a própria candidatura até chegar o momento em que imagina lançar
alguém da família em seu lugar.
Nenhum
dos presentes
ao estrepitoso regabofe, grande
demais para uma candidatura ao Senado, concorda com a estratégia de Bolsonaro,
que pretende indicar o sucessor apenas depois de preso. Quanto mais perto da
eleição, melhor. Mas vai reduzir as chances de sucesso de um candidato da
direita, pois não? Vai! Mas isso não preocupa o dono dos votos (pelo menos em
sua opinião). Para ele, a derrota é até melhor, pois pode voltar a ser o
candidato, caso consiga fortalecer a bancada no Senado e viabilizar a anistia,
projeto sobre o qual não se falou no encontro paulista.
Claro
que não colou a tal
candidatura de Guilherme Derrite. Afinal, nem Bolsonaro é tão besta quanto os
bolsonaristas. A situação vai produzir atritos, reclamações e acusações de
traição. Nada, porém, assim tão grave. Vale lembrar que se os políticos odeiam
traidores, eles também amam a traição. Mas o evento acaba por se situar como um
verdadeiro ponto de inflexão, aquele no quala curvatura da curva troca de
sinal, para indicar uma mudança na direção da inclinação. Na verdade, o
que aconteceu ali foi uma pré candidatura de Tarcísio, se possível com a
indicação de Derrite para a sucessão em São Paulo.
Autoengano
Os
bolsonaristas sabem ser
verdade tudo o que é registrado sobre Bolsonaro. Sabem que o que realmente
importa para ele é ele mesmo. E a família. Não naturalmente, não por amor
paterno, mas como uma reserva técnica, de onde possa eventualmente tirar, quem
sabe, um rim em caso de necessidade.
Acredito
que, se fosse possível apontar um
filho para cumprir pena em seu lugar, ele teria dificuldade, Não que possam
restar dúvidas sobre concordar ou não com a ideia. Mas sobre qual filho
escolher. Nada disso importa, no entanto, aos bolsonaristas. Assim como o
sujeito que diz no vídeo das “meninas do Jô” que “Eu entendi o que ele quis
dizer”, mas claramente não entendeu “pn”, os bolsonaristas buscam justificar
Bolsonaro. Algo parecido com o bordão de Chicó: “Não sei. Só sei que foi
assim!”.
É
um caso claro de
autoengano, como bem define o livro de Eduardo Giannetti, que relaciona as
mentiras que contamos a nós mesmos. “Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos
o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só
levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além
disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com
a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o autoengano, a vida seria excessivamente
dolorosa e desprovida de encanto. Abandonados a ele, entretanto, perdemos a
dimensão que nos reúne às outras pessoas e possibilita a convivência social”.
Ex-vereador aplica “coup de force” em senadores e deputados
Poucas vezes vi um “coup de force” tão bem aplicado, nos meus muitos anos de cobertura política. E olha que estou nessa vida há mais de meio século
Direita aplica Gambito da Rainha em Hugo Motta
Golpe de mestre da direita coloca o presidente da Câmara, Hugo Motta, em uma verdadeira sinuca de bico ao explorar espertamente sua irritação com
Os Partidos políticos e o Poder
A reação indignada que mobiliza os emedebistas todo o estado resulta da insistência do deputado Lúcio Mosquini em aplicar seu perfil coronelista à
Nota do MDB exige saída de Mosquini da presidência
Em Nota Pública distribuída hoje, lideranças e filiados do MDB rondoniense de todo o estado cobram providências urgentes para o imediato afastamento