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Carlos Henrique

Ação contra Moraes é vingança das big techs


Ação contra Moraes é vingança das big techs - Gente de Opinião

Ao comemorar como um grande feito o anúncio de eventuais sanções do governo americano contra o Ministro Alexandre de Moraes, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro não se dá conta de que, na verdade, está sendo usado instrumento de vingança pelas big techs – Elon Musk à frente. Talvez saiba, mas não se importa. O certo é que o STF sabe, assim como o governo brasileiro, o que não exclui o filho de Bolsonaro de ser chamado a se explicar mais à frente.

 

O que está sendo apontado como exibição de força das grandes redes, não é diretamente uma resposta à humilhação imposta por Alexandre de Moraes ao trilhardário sulafricano. A motivação está do projeto de lei que deve ser enviado ao Congresso em breve para retomar a proposta de controle civil das redes, aprovada no Senado, mas engavetada na Câmara pelo ex-presidente Arthur Lira. A proposta governamental vai, com certeza, provocar forte reação dos partidos de direita. Mas isso poderá ser corrigido pelo STF.

 

Eduardo Bolsonaro, contudo, não deverá ficar impune. Ele terá que voltar ao Brasil para candidatar-se à reeleição ou buscar uma cadeira no Senado, como quer o ex-presidente. O clima, claro, não anda lá nada favorável ao bravo parlamentar. Nos bastidores, os magistrados elevaram o tom sobre sua atuação nos EUA. Que é descrita como “molecagem” e “traição ao Brasil”, por defender que um país estrangeiro interfira na própria nação. O que se ouve dá conta de que “até agora” não há nada contra ele no STF, mas “isso pode mudar”. Isso equivale, como diria Brizola, a considerar que o ex-deputado está “costeando o alambrado”.

 

Regabofe em São Paulo: reação contra Bolsonaro

 

A monumental festança que reuniu em São Paulo lideranças de quase todos os principais partidos de direita a pretexto de lançar a candidatura ao Senado do secretário de segurança Guilherme Derrite foi, na verdade, mais um avanço da campanha do governador Tarcísio de Freitas à Presidência. Derrite foi somente o chamado “boi de piranha”, para dizer a Bolsonaro que ninguém ali contrariava sua decisão de sustentar a própria candidatura até chegar o momento em que imagina lançar alguém da família em seu lugar.

 

Nenhum dos presentes ao estrepitoso regabofe, grande demais para uma candidatura ao Senado, concorda com a estratégia de Bolsonaro, que pretende indicar o sucessor apenas depois de preso. Quanto mais perto da eleição, melhor. Mas vai reduzir as chances de sucesso de um candidato da direita, pois não? Vai! Mas isso não preocupa o dono dos votos (pelo menos em sua opinião). Para ele, a derrota é até melhor, pois pode voltar a ser o candidato, caso consiga fortalecer a bancada no Senado e viabilizar a anistia, projeto sobre o qual não se falou no encontro paulista.

 

Claro que não colou a tal candidatura de Guilherme Derrite. Afinal, nem Bolsonaro é tão besta quanto os bolsonaristas. A situação vai produzir atritos, reclamações e acusações de traição. Nada, porém, assim tão grave. Vale lembrar que se os políticos odeiam traidores, eles também amam a traição. Mas o evento acaba por se situar como um verdadeiro ponto de inflexão, aquele no quala curvatura da curva troca de sinal, para indicar uma mudança na direção da inclinação. Na verdade, o que aconteceu ali foi uma pré candidatura de Tarcísio, se possível com a indicação de Derrite para a sucessão em São Paulo.

 

Autoengano

 

Os bolsonaristas sabem ser verdade tudo o que é registrado sobre Bolsonaro. Sabem que o que realmente importa para ele é ele mesmo. E a família. Não naturalmente, não por amor paterno, mas como uma reserva técnica, de onde possa eventualmente tirar, quem sabe, um rim em caso de necessidade.

Acredito que, se fosse possível apontar um filho para cumprir pena em seu lugar, ele teria dificuldade, Não que possam restar dúvidas sobre concordar ou não com a ideia. Mas sobre qual filho escolher. Nada disso importa, no entanto, aos bolsonaristas. Assim como o sujeito que diz no vídeo das “meninas do Jô” que “Eu entendi o que ele quis dizer”, mas claramente não entendeu “pn”, os bolsonaristas buscam justificar Bolsonaro. Algo parecido com o bordão de Chicó: “Não sei. Só sei que foi assim!”.

É um caso claro de autoengano, como bem define o livro de Eduardo Giannetti, que relaciona as mentiras que contamos a nós mesmos. “Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o autoengano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto. Abandonados a ele, entretanto, perdemos a dimensão que nos reúne às outras pessoas e possibilita a convivência social”.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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