Porto Velho (RO) sexta-feira, 30 de maio de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Justiça

MPF requer demarcação da Terra Indígena Tanaru, onde vivia o “índio do buraco”, em Corumbiara (RO)


Uma das palhoças construída pelo indígena. Foto: Funai - Gente de Opinião
Uma das palhoças construída pelo indígena. Foto: Funai

Depois de audiência de conciliação ter encerrado sem uma solução consensual, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) deve concluir, em seis meses, estudo técnico sobre o território Tanaru, área onde vivia o “índio do buraco”, em Corumbiara (RO). A medida foi definida pela Justiça Federal em ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) para assegurar o reconhecimento da ocupação ancestral da terra indígena e a destinação socioambiental da área. A ação fica suspensa durante o prazo para conclusão dos estudos. 

A audiência, realizada por meio de videoconferência em 16 de julho, contou com a participação dos procuradores da República Daniel Dalberto, Caroline Helpa e Eduardo Sanches, de advogados e representantes da União, da Funai, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e proprietários rurais lindeiros da área em questão. Na ocasião, a União e a Funai indicaram que entendem a área como indígena. Porém, é necessário definir o instrumento jurídico adequado à preservação, o que será objeto de estudo pela Funai. 

De acordo com o MPF, o território já deveria ter sido demarcado, considerando todas as evidências já identificadas de que a ocupação tradicional da área é indígena. Na ação, o MPF sustenta que o território deve ser considerado patrimônio da União e que a destinação socioambiental da área deve ser definida com a participação dos povos indígenas da região e dos órgãos públicos envolvidos na questão. 

A área a ser demarcada inclui território de floresta contínua onde viveu o indígena até a sua morte. Porém, porções dessa área de floresta possuem matrículas de fazendas confrontantes. Advogados dos fazendeiros – que atuam como assistentes da União e da Funai na ação –propuseram deixar uma pequena área para que fosse erguido um memorial ao “índio do buraco”, que faleceu em agosto de 2022, sendo o último sobrevivente do genocídio de um povo indígena da região e que recusou todas as tentativas de contato e aproximação de não indígenas. Ele cavava misteriosos buracos no interior de suas palhoças, por isso recebeu o nome de “índio do buraco”. 

O MPF esclarece que não é possível negociar o território com particulares, já que a área pertence a União em decorrência da ocupação indígena ancestral. Já existe uma restrição de uso do território definida pela Funai, com duração até 2025. O MPF pede que a Funai e a União protejam a área durante todo o processo. Após a conclusão dos estudos técnicos, a Funai deve apresentar à Justiça proposta para demarcação e destinação do território. A proposta será analisada pelo MPF, que é autor da ação, e pelas demais partes envolvidas. 

Ação Civil Pública nº 1003119-25.2022.4.01.4103

Gente de OpiniãoSexta-feira, 30 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

MPF acompanha inspeções do Conselho Penitenciário de Rondônia em presídios do Cone Sul

MPF acompanha inspeções do Conselho Penitenciário de Rondônia em presídios do Cone Sul

O Ministério Público Federal (MPF) acompanhou, entre os dias 19 e 23 de maio, as inspeções do Conselho Penitenciário de Rondônia (Copen/RO) em cinco

Com atuação do MPE, Justiça Eleitoral libera fraude à cota de gênero em Rolim de Moura e condena partido político

Com atuação do MPE, Justiça Eleitoral libera fraude à cota de gênero em Rolim de Moura e condena partido político

A atuação do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra fraude à cota de gênero nas eleições municipais de 2024, praticada pelo Partido da Mulher Bra

MPRO recebe cronograma de retomada do concurso da Câmara de Porto Velho

MPRO recebe cronograma de retomada do concurso da Câmara de Porto Velho

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) recebeu na última sexta-feira (23/5) o cronograma detalhado para a retomada do Concurso Público 1/2024 da Câ

MPRO realiza fiscalização em empresa de mobilidade urbana em Porto Velho

MPRO realiza fiscalização em empresa de mobilidade urbana em Porto Velho

O Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio da Promotoria de Justiça do Consumidor, realizou visita institucional a uma empresa de mobilidade

Gente de Opinião Sexta-feira, 30 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)