Sexta-feira, 1 de março de 2019 - 17h56
A história de Rondônia possui em suas páginas políticas uma lista de
diversos coronéis que tiveram atuação de destaque na construção do estado, e
mesmo na construção do Território do Guaporé ou do Território de Rondônia. É
evidente que nesta lista não se pode olvidar de citar nomes como Aluísio
Pinheiro Ferreira, Humberto da Silva Guedes e Jorge Teixeira de Oliveira. Por
uma questão de coerência histórica, o coronel Paulo Cordeiro da Cruz Saldanha
igualmente precisa ser citado, porque ele também constitui um capítulo muito
importante da história. A citação desses nomes tem a finalidade de impedir que
as futuras gerações tenham informações apenas sobre os coronéis que precisam
ser esquecidos, antes de serem lembrados pela história deste estado, como é o
caso do atual governador...
A divulgação de alguns áudios onde Confúcio Moura diz que foi ele o
conselheiro de Marcos Rocha, quando o então pré-candidato pensava em disputar o
cargo de governador, por si só, já deixa claro que esse coronel não tem a
essência desta patente, porque revela fragilidade, falta de amor ao militarismo
e despreparo político. Após ter comido a tapioca eleitoral de Confúcio, o
coronel andou diversos municípios do estado, pregando a moralidade, pregando
valores familiares, valores religiosos e dizendo que implantaria em Rondônia a
“nova política”, caso fosse eleito. Na verdade, ele jamais acreditou que seria
eleito, tanto que suas opiniões, defendidas nos debates, durante a campanha,
deixam bem claro que se tratava apenas de um nefelibata político que queria
consolidar sua vaidade como candidato ao governo. A conduta política adotada
por ele, após a eleição, e principalmente depois da posse, deixa muito evidente
que ele está muito longe de ser um dos coronéis epigrafados. Falta polidez,
inteligência, firmeza de retórica e falta aquilo que jamais faltou aos coronéis
que o antecederam no cargo: COMANDO!
Como a Polícia Militar de Rondônia tem em seus quadros enésimos coronéis
muito qualificados, não faz sentido imaginar que Marcos Rocha é a ressonância
da formação de oficiais da PM de Rondônia. Não é mesmo!! Mas a impressão que
fica é a de que ele jamais comandou alguma coisa. A ausência de altivez e o
excesso de pedantismo não fazem parte da biografia dos oficiais mais preparados
da Polícia Militar de Rondônia. Isso sem falar no despreparo para o cargo que
exerce. Um governador que prometeu enxugar a máquina administrativa do estado
jamais deveria fazer essa farra de nomeações, sem nenhum critério técnico,
apenas para brincar com a caneta bic do contribuinte de Rondônia. A nomeação de
parentes de aliados em cargos de luxo do governo é prova cabal da falta de
critério para administrar o estado que ele prometeu enxugar. Esse patriotismo
de empregar parentes é uma coisa tão hipócrita e tão antiga que não combina com
a “nova política” dos panfletos do coronel...
A coisa mais estranha que ocorre na pedagogia do coronel Marcos Rocha é
a incoerência praticada em alguns atos do governo, em relação à educação.
Poucos dias atrás, alguns guachebas, desses que adoram viajar o interior do
estado, ganhando diárias para proferir verborragias, apareceram em Cacoal
visitando escolas. Eles disseram aos diretores que, caso os professores se
alimentassem na escola, o governo decretaria a prisão dos diretores. Não tem
decisão mais néscia do que essa! Ninguém sabe de onde o governo tirou a lei que
tipifica como crime o ato de um professor comer um prato de comida em uma
escola. E não precisa ser coronel, e muito menos governador, para saber que
quando alguém oferece propina para um agente público, deve ser preso. O coronel
Marcos Rocha não prendeu as pessoas que ele disse que ofereceram propina a ele.
Agora, fala em prender diretores de escolas que deixarem os professores comer
junto com os alunos. Com certeza, o governador acredita que negar comida aos
professores vai melhorar a qualidade do ensino nas escolas do estado...
Aliás, o governador mandou pintar no muro das escolas de Rondônia a bandeira
do estado em forma de estrela-do-mar. Essa ideia é sintomática! A
estrela-do-mar é um animal que não possui cérebro. Um governo que intimida
diretores de escolas, tentando impedir os professores de merendar, também não
tem cérebro. Agora, se o coronel declarar que não sabia desse pandemônio, então
lhe falta comando. Nesse caso, o túmulo do coronel Jorge Teixeira certamente
vai tremer. A história não mente! Muitas pessoas falam que nem todas as
composições da música brasileira atual possuem a qualidade das composições do
século passado. Pois é! E nem todos os cursos de formação de oficiais formam
oficiais como Aluísio Ferreira, Humberto da Silva Guedes e Jorge Teixeira de
Oliveira...Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER
GOMES
Professor da Rede
Estadual e Articulista
RONDÔNIA: O GOVERNO, A NOVA POLÍTICA E A LEGISLAÇÃO...
A educação de Rondônia nunca foi tratada com nenhum zelo pelos governadores que sucederam o coronel Jorge Teixeira, embora alguns deles, como é o ca