Sexta-feira, 31 de janeiro de 2020 - 14h33
Os efeitos do coronavírus já
são sentidos em boa parte do mundo. Além das vidas perdidas, o problema se
estende também aos aspectos econômicos. As tratativas internacionais de
comércio já estão sendo severamente atingidas em um curto espaço de tempo, por
conta dos efeitos da globalização no Comércio Internacional. Um exemplo é o dos
transportes internacionais, uma vez que os critérios de inspeção por órgãos
sanitários dos países se acentuam e provocam revisões em procedimentos que há
pouco eram tratados como rotina operacional e que agora precisam de novas
práticas.
Qualquer negociação com regiões da China —
especialmente na região de Wuhan, onde o surto da epidemia se destacou — já
passam por processos de revisão, várias delas inclusive, canceladas, promovendo
prejuízos e perdas significantes.
No setor dos transportes
internacionais de cargas, tanto as companhias aéreas quanto os armadores
marítimos já apresentam tarifas mais elevadas para cargas originárias da Ásia,
especialmente da China. Além disso, por conta do coronavírus, o feriado do ano
novo chinês que acabaria no dia 30 de janeiro foi prorrogado para o dia 3 de
fevereiro, aumentando a inflação no momento de reservas de espaços em navios ou
aeronaves em decorrência do acúmulo de cargas. Por tudo isso, o momento demanda
maior esforço e energia de trabalho em todos os setores envolvidos que dependam
de matérias-primas, ou mesmo produtos acabados, de origem do maior país
asiático.
A cidade do “epicentro” do
vírus concentra aproximadamente 230 das 500 maiores indústrias da China, o que
naturalmente causa efeitos devastadores no fornecimento de materiais, pois as
empresas que dependem de recursos de produção daquela região já estão sendo
obrigadas a reformularem seus PCP’s (Planejamento e Controle da Produção),
justamente pelos atrasos nos embarques.
Há incerteza quanto à volta e
normalização das práticas logísticas, anteriormente tão comuns e ajustadas. O
fato é que as bolsas de valores já sentem impactos muito pesados. A Bovespa,
por exemplo, já operava em queda acentuada desde o dia 28 de janeiro. Porém,
dois dias depois, segundo o Jornal Valor Econômico, já apresentava recuo de
2,12% em seu índice, descendo a 112.941 pontos e, claro, alavancando desconforto
e gerando incertezas no mercado financeiro — fator nada salutar ao mercado em
geral.
O câmbio também apresenta
efeitos temerários com índices que podem alcançar a maior alta de cotação do
real frente ao dólar americano na história, pois no dia 30, por volta das
12h50, a moeda americana operava em alta de 1,13%, cotada a R$ 4,2670. Pouco
antes, no entanto, já havia alcançado R$ 4,2705 (dados também obtidos na edição
on-line do Jornal Valor Econômico de 30/01/20).
A Anvisa adotou procedimentos
padrões em casos de qualquer suspeita do vírus em tripulação de navios ou
aeronaves vindas da China, com rigor bem elevado, inclusive impedindo ou
paralisando as operações de navios para evitar qualquer propagação do vírus em
casos de confirmação de sua presença em membros da tripulação.
As expectativas são de que o
vírus seja contido o mais breve possível, tanto para estancar o terrível
números de vítimas fatais — que já passam de 170, segundo o Jornal Valor
Econômico — quanto para manifestar segurança à população mais afetada e a
certeza de que todos os esforços são válidos para que o vírus seja exterminado,
ou diminuído ao máximo, no menor tempo possível.
Autor: João Marcos Andrade é
professor de Comércio Exterior e Global Trading no Centro Universitário Internacional
Uninter.
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