Quinta-feira, 21 de março de 2024 - 10h11
Viajando de ônibus
sozinha para outro município me deparei com aquele sentimento que todas nós
sentimos diariamente. Aquele que foi inserido ainda criança e que infelizmente
faz parte da vida de todas nós mulheres mesmo quando não queremos, o medo.
É um alívio quando tem
uma poltrona ao lado vazia para arriscar um cochilo durante a viagem. Mas e se
por acaso algum homem sentasse do lado e tentasse me tocar sem o meu
consentimento? Eu iria gritar ou travar? Se eu gritasse pode ser que ninguém
tomasse partido ou acreditasse em mim. A segunda opção é a que mais acontece no
nosso dia a dia.
O choque do abuso nos
paralisa e na maioria das vezes faz com a gente se culpe. Eu devia ter
escolhido outra poltrona, ou outro ônibus, horário ou até outra vida. Funciona
assim no trabalho em casos de assédio, em relações amorosas e até de amizade
onde também acontece assédio, abuso e agressão. O medo é diário e muitas vezes
nos impede de seguir.
Viver em um mundo
machista, liderado por homens faz com que ações e pensamentos de culpa por
abuso ou assédio persistam nos pensamentos de mulheres antes de denunciar. A
notícia de liberdade provisória do jogador condenado por estupro que pagou
fiança para sair da prisão é um recado para homens violentarem mulheres e
continuarem impunes.
Mais uma vez precificaram
o valor do estupro e chamaram de justiça. É mais um exemplo de que mesmo quando
alguém faça algo contra a nossa vontade somos responsabilizadas por tamanha
covardia.
“Se ele fez isso é
porque deu abertura, ou o seu desconforto com a ação do outro não é
necessário”. São esses e outros piores confortos recebidos, às vezes até por
outras mulheres, vítimas do machismo.
Precisamos aprender a
tomar partido da dor do outro e de leis mais severas em casos de abusos ou assédio
contra mulheres. São ações solidárias que nos fazem humanos e mudam nossos
costumes. Ninguém sentou do meu lado durante a viagem e nem sequer sofri abuso,
assédio nem agressão. Mas e se tivesse? Quanto vale minha dignidade?
Deixo aqui toda minha
solidariedade às mulheres que já passaram por casos parecidos e não viram seus
agressores sendo punidos. Haverá um dia que qualquer ato de abuso ou
importunação não será tolerado, e a violência sobre os nossos corpos também não
será precificada. Até lá só nos resta reivindicar leis mais severas para tentar
transformar a cultura de que ainda hoje não merecemos respeito.
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