Segunda-feira, 2 de setembro de 2019 - 08h44
Localizado no centro histórico
de Porto Velho, o Palácio Presidente Vargas, que foi sede do Governo de
Rondônia de 1998 a 2013, foi quase rebatizado como Palácio da Memória. Mas o
bom senso prevaleceu e o nome histórico foi preservado. O antigo palácio hoje
abriga o Museu da Memória de Rondônia. É
lá que está em exposição a coleção fotoantropológica do rondoniense Luiz Brito.
Pela primeira vez exposta ao
público rondoniense, a coleção de fotografias que retratam a tradicional festa
do Divino, no Vale do Guaporé, é algo que legitima e exalta a transformação do
antigo palácio em espaço dedicado à memória. Não uma memória com cheiro de
naftalina, resguardando objetos de significado vão ou incógnito, mas uma
memória da significação, viva e pulsante, como as cores e luzes que perfazem
retratos de uma Rondônia que muitos rondonienses ainda não conhecem.
Luiz Brito há anos usa sua
percepção de turismólogo para captar imagens, inclusive em movimento, que
refletem o conteúdo mais representativo da identidade rondoniense, em suas
dimensões cultural, artística, histórica e, sobretudo, antropológica. De suas
fotografias e registros audiovisuais emanam energias que mostram o quanto é
forte a alma rondoniense. E o quanto ela se mantém viva, resistindo às
transformações ambientais impostas pelos grandes empreendimentos que suprimem
as exuberantes paisagens naturais.
A própria utilização dos
salões da antiga sede do governo para abrigar a coleção fotoantropológica de
Luiz Brito, retratando a mais importante e tradicional festa popular e
religiosa regional, ganha uma significação especial. No mesmo salão antes
adornado com fotografias de ex-governadores, têm-se agora imagens do povo,
manifestando sua fé, conservando suas tradições e, dessa forma, preservando sua
identidade.
É o próprio Luiz Brito quem
relata a emoção de pessoas do Vale do Guaporé, região onde se realiza a
tradicional Festa do Divino, quando visitam a exposição e se veem ali de alguma
forma retratadas nas pessoas de seu convívio que aparecem nas fotografias,
Muitas delas, pessoas já falecidas. Depois de ter seu trabalho exposto na
comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, realizada na Universidade
de Graz, na Áustria, Luiz Brito assegura que “essa está sendo a exposição mais
gratificante pra mim, pois são muitas as pessoas que chegam aqui e nos falam
daqueles que estão nas fotografias”.
Ao todo são mais de cem
fotografias que se encontram em exposição desde 14 de agosto no Palácio
Presidente Vargas. Além dos trabalhos de Luiz Brito, produzidos nos sistemas
analógico e digital em reiteradas idas à Festa do Divino durante vinte anos, de
1992 a 2002, há também fotografias de autoria de Marcela Bonfim, que também
retratam a Festa do Divino com registros intimistas e fortes nas cores. A
exposição fica até novembro, podendo ser visitada das 9h00 às 17h00. A entrada
do Museu da Memória é pela rua Dom Pedro II, nos fundos do Palácio Presidente
Vargas.
Galeria de Imagens
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