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Fotoantropologia faz do Palácio Presidente Vargas um espaço de memória viva

Trabalhos de Luiz Brito que já foram mostrados na Europa pela primeira vez são expostos aos rondonienses


Fotoantropologia faz do Palácio Presidente Vargas um espaço de memória viva - Gente de Opinião

Localizado no centro histórico de Porto Velho, o Palácio Presidente Vargas, que foi sede do Governo de Rondônia de 1998 a 2013, foi quase rebatizado como Palácio da Memória. Mas o bom senso prevaleceu e o nome histórico foi preservado. O antigo palácio hoje abriga o Museu da Memória de Rondônia.  É lá que está em exposição a coleção fotoantropológica do rondoniense Luiz Brito.

Pela primeira vez exposta ao público rondoniense, a coleção de fotografias que retratam a tradicional festa do Divino, no Vale do Guaporé, é algo que legitima e exalta a transformação do antigo palácio em espaço dedicado à memória. Não uma memória com cheiro de naftalina, resguardando objetos de significado vão ou incógnito, mas uma memória da significação, viva e pulsante, como as cores e luzes que perfazem retratos de uma Rondônia que muitos rondonienses ainda não conhecem.

Luiz Brito há anos usa sua percepção de turismólogo para captar imagens, inclusive em movimento, que refletem o conteúdo mais representativo da identidade rondoniense, em suas dimensões cultural, artística, histórica e, sobretudo, antropológica. De suas fotografias e registros audiovisuais emanam energias que mostram o quanto é forte a alma rondoniense. E o quanto ela se mantém viva, resistindo às transformações ambientais impostas pelos grandes empreendimentos que suprimem as exuberantes paisagens naturais.

A própria utilização dos salões da antiga sede do governo para abrigar a coleção fotoantropológica de Luiz Brito, retratando a mais importante e tradicional festa popular e religiosa regional, ganha uma significação especial. No mesmo salão antes adornado com fotografias de ex-governadores, têm-se agora imagens do povo, manifestando sua fé, conservando suas tradições e, dessa forma, preservando sua identidade.

É o próprio Luiz Brito quem relata a emoção de pessoas do Vale do Guaporé, região onde se realiza a tradicional Festa do Divino, quando visitam a exposição e se veem ali de alguma forma retratadas nas pessoas de seu convívio que aparecem nas fotografias, Muitas delas, pessoas já falecidas. Depois de ter seu trabalho exposto na comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, realizada na Universidade de Graz, na Áustria, Luiz Brito assegura que “essa está sendo a exposição mais gratificante pra mim, pois são muitas as pessoas que chegam aqui e nos falam daqueles que estão nas fotografias”.

Ao todo são mais de cem fotografias que se encontram em exposição desde 14 de agosto no Palácio Presidente Vargas. Além dos trabalhos de Luiz Brito, produzidos nos sistemas analógico e digital em reiteradas idas à Festa do Divino durante vinte anos, de 1992 a 2002, há também fotografias de autoria de Marcela Bonfim, que também retratam a Festa do Divino com registros intimistas e fortes nas cores. A exposição fica até novembro, podendo ser visitada das 9h00 às 17h00. A entrada do Museu da Memória é pela rua Dom Pedro II, nos fundos do Palácio Presidente Vargas.

Galeria de Imagens

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