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Carnaval é economia criativa


Carnaval é economia criativa  - Gente de Opinião

No Brasil, apesar do ano sempre começar depois do carnaval, isto não se concretiza quando a questão são as eleições. Como estamos vendo até o carnaval, a falta de apoio financeiro pela Prefeitura de Porto Velho ao evento, é motivo de polêmicas e de uso político. O governo deve investir em carnaval? É uma questão complexa que não se pode descartar sem pensar além da questão momentânea. O ex-governador Jorge Teixeira pensava que sim. Os dirigentes de blocos daquela época, o Carlinhos Maracanã, está aí para comprovar, ouviram dele que “carnaval em Rondônia é por conta do governo”. Pode-se dizer que isto é passado. Era um tempo de vacas gordas. Mas, há outros aspectos que importam na questão. Entre esses a relação que o estado, o município, o governante possui com o carnaval, se é, ou não, religioso. Basta ver que, por exemplo, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, apesar de dirigir uma cidade onde o carnaval possui indispensável valor turístico e financeiro, pois, o carnaval movimenta no estado R$2, 68 bilhões, o maior faturamento estadual, retirou seu apoio do evento. Na Bahia ou em Recife, com certeza, um comportamento deste tipo seria um passo em direção à tumba política.

É evidente que uma discussão deste tipo se acentua mais num ano eleitoral. No entanto, é preciso que se reflita sobre os efeitos econômicos do carnaval. No Amazonas, com um enorme incremento de turistas estrangeiros, neste ano, se espera um crescimento de 22% na movimentação do setor graças ao carnaval. Segundo as estimativas existentes é esperada uma receita de R$ 8 bilhões, um aumento de 1%, em relação ao ano passado. Em Rondônia, as expectativas são de que o carnaval movimente algo em torno de R$ 82 milhões nos quatro dias de folia, ou seja, algo como 2% do Produto Interno Bruto-PIB, a soma de bens e serviços produzidos no Estado em um ano. Isto pode parecer pouco, mas, representa uma renda significativa para grande parte das empresas e pessoas. São bares  e restaurantes, o setor de bebidas e alimentação, vestuário, gráficas, locação de veículos, hotéis, transporte aéreo e rodoviário, músicos, segurança e um batalhão de vendedores informais que obtém seus recursos do evento. Ou seja, o carnaval tem efeitos importantes sobre a produção, o emprego, a renda. Governantes tem o dever de pensar no que, hoje, se denomina de “Economia Criativa”.  Efetivamente, uma cidade de comércio e de serviços, como Porto Velho, precisa estimular sua economia criativa. E, ao contrário do que pensam muitos, destinar dinheiro para o carnaval, muitas vezes, desde que planejado, não é gasto, mas, sim investimento. Qualquer bom governo pode não bancar os custos do carnaval, mas, tem que participar de seu fortalecimento e avaliar como investir no evento para melhorar a qualidade de vida da sua cidade. Gostar ou não de carnaval é uma questão individual, porém, é preciso reconhecer sua importância social e econômica. 

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