Terça-feira, 30 de maio de 2023 - 09h09
Estamos num tempo de
diversas notícias e fatos que relacionam adoecimento emocional, violência,
indiferença, falta de empatia, de limites e o individualismo. Mas seriam esses
sinais, causas ou sintomas de uma sociedade adoecida? O que temos vivido nos
últimos tempos?
Ao que tudo indica,
estamos perdendo bases importantes para um bom relacionamento, como, por
exemplo, os limites do bom senso e o respeito pelo outro. Isso se expressa
quando vemos comentários agressivos sem precedentes nas redes sociais, e muitos
outros excessos que estão, sim, nos adoecendo enquanto sociedade.
Vivemos um tempo de
excessos que envolve consumo, trabalho, desempenho, dependência tecnológica,
urgência, necessidade e falta de limites. Sonhos impossíveis, metas
inalcançáveis, ou mesmo que não condizem com o que somos. Um excesso de
necessidades e urgências que pode, sim, estar alterando nossa qualidade de vida
e nossa saúde mental.
Modelos sociais
chamados de influenciadores ou "influencers" ditam regras, normas e
padrões, muitas vezes irreais. Imposições sobre o que você deveria fazer ou
teria que ser parece que vão uniformizando as posturas. Temos, sim, uma
prevalência de transtornos como os de ansiedade, de humor, os somatoformes e o
abuso de álcool e drogas.
Num tempo em que o
limite parece não existir mais e que o importante é ser feliz, não podemos
deixar de constatar que o custo tem nos sido pesado demais. A comparação que
vai fazendo com que as pessoas quase que sejam homogêneas em suas aparências e
formas de viver tem sido um grande veneno. Precisa-se ser igual, vestir igual,
consumir igual. Não tenho tempo para esperar, para suportar perdas ou
insucessos, para plantar e esperar germinar e nascer, numa analogia aos nossos
planos.
Em certos momentos,
vamos observando o comportamento das pessoas, que nos parecem viver num mundo
competitivo que exclui totalmente a existência do outro e, com isso, posturas
individualistas vão se acentuando a cada dia. Logo, se a sociedade vai se
tornando individualista, deixamos de pensar nas necessidades, limites e
aspirações do outro.
Os excessos do mundo
digital têm provocado um cansaço excessivo e, com eles, alterações em nossa
saúde: o sedentarismo, a dificuldade de atenção, a ansiedade, a depressão. A
violência e agressividade também são reflexos de um tempo de pouca tolerância,
de carência moral e de tantos outros aspectos que têm deteriorado nossa
sociedade.
A saída para a crise
vivida em nossa sociedade atualmente passa por uma análise ampla e profunda de
uma série de aspectos que estão se deteriorando. A acentuação da desigualdade
social e uma série de outros fatores unidos refletem a necessidade de um olhar
atento aos nossos valores pessoais, para que não se percam em meio a tantos
pontos de desencontro.
Novos propósitos na
educação, na formação das crianças; uma postura mais proativa e não passiva
frente às imposições de modelos; a busca de sentido e a convicção de nossas
crenças são alguns dos elementos que podem nos direcionar ao eixo, ao nosso
centro. Não espere que alguém promova a mudança por você! Inicie um processo de
revisão de vida, de retomada, a partir do respeito a quem você é. É importante
que possamos recusar modelos que não nos cabem e repensar nossa forma de
lidarmos com o mundo e suas exigências e imposições, sempre cuidando do bem
mais precioso que temos: a vida.
*Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e organizacional da
Fundação João Paulo II / Canção Nova.
Instagram: @elaineribeiro_psicologa Site:
elaineribeiropsicologia.com.br
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