Quinta-feira, 12 de junho de 2025 - 16h40
Um estudo conduzido por
pesquisadores da Universidade de Toronto mostrou que a brincadeira com os bebês
reborn vai muito além de um simples resquício da infância. Os cientistas
apontam que a interação dos adultos com as bonecas busca estabelecer vínculos
emocionais, dar vazão à expressão criativa e vivenciar benefícios terapêuticos
significativos.
Colecionar bonecos, ter brinquedos
queridos e especiais e até dinâmicas para fins terapêuticos etc, tudo bem e faz
parte, mas aqui destacamos aspectos que nos levam para o contexto das
disfuncionalidades, que merecem reflexão.
A conexão humana está morrendo? É
um questionamento necessário no atual momento social. Quando se fala em
comportamento humano, nem o céu é o limite, definitivamente.
Bebês reborn, bebês robôs (lovots),
cachorros robôs, bonecos de acompanhamento/sexuais, IAS criadas pelas próprias
pessoas para se relacionar são algumas das tecnologias que estão surgindo em
todos os cantos do mundo, em especial, no Oriente.
Outro dia me deparei com uma
notícia envolvendo um casal que estava disputando a guarda de um bebê reborn na
justiça, após o divórcio. Eles afirmavam brigar pela boneca em virtude do
“apego emocional”.
Não obstante e indo mais a fundo na
notícia do tal caso, havia interesse financeiro envolvido, porém o ponto que se
quer destacar aqui é que sob o ponto de vista jurídico o bebê reborn não é
membro da família e; portanto não está vinculado ao direito de família e suas
consequências legais. A questão é que o Judiciário já está lotado de demandas e
está recebendo outras com esta temática e que representam claramente o cenário
atual, com mais uma dose de insanidade envolvendo a sociedade.
Quanto ao bebê reborn, há ainda
notícias dizendo existir parto simulado, pessoas levando esses bebês no
hospital, Dia das Mães de tais bebês que parecem gente etc. Profissionais
explicando que essa fuga da realidade, distorce o que é real e que essas
pessoas ficam na ilusão, na fantasia, colocam vida em algo que não existe,
tratando-se de pessoas devastadas emocionalmente, carentes, com problemas
psicológicos graves.
As notícias mostram ainda que há
projeto de lei para proibir o atendimento de bebês reborn no SUS, com
penalidade que pode chegar a 10 (dez) vezes o valor do serviço.
Bebês robots, os lovots, fofinhos,
que fazem barulhinho bonitinho etc e que seduzem muitas pessoas leva-nos ao
questionamento: será solidão que a fazem pessoas despenderem de uma quantia de
aproximadamente R$16 mil reais para obter um exemplar desses?
E as várias crianças de carne e
osso, que não conseguem um lar adotivo? Por que não são vistas e apoiadas pelos
seus semelhantes carentes e solitários?
Parece-nos que as pessoas querem
comodidade, pouco desgaste, envolvimento e exposição, ficando cada vez mais
centradas em si e em suas bolhas particulares convenientes.
Os nossos fiéis amigos, os cães, já
têm sua versão robótica também. Não sujam as casas, não soltam pelos, não
comem, não fazem xixi e “caquinha”; prometendo amizade, sem custo, ao longo do
tempo.
Para quem sabe o que é ter animais
de estimação, será que tais cachorros robôs substituem os nossos amados cães
que nos recebem com um super entusiasmo, alegria e amor?
E o que dizer dos bonecos
acompanhantes com forma e tamanho de ser humano real? Vários modelos,
cores, formas etc.
E a própria arte em formato de
filmes, por exemplo, que estão nos mostrando relacionamentos amorosos profundos
entre os seres vivos e a tecnologia. Pessoas satisfazendo seu lado emocional e
até mesmo instintivo com esses objetos e/ou ficção criada pela tecnologia
(Inteligência Artificial).
Uma coisa é fato, as pessoas
voltadas para essa desumanização crescente, estão centradas somente em si
próprias, não precisam aprender, ceder, doar-se, ouvir e nem respeitar outras
opiniões; só o que prevalece é o que ela quer, pensa e sente.
Pessoas solitárias, pessoas
entendendo que outras não valem a pena estão substituindo o humano pelo que não
é humano, ou seja, substituindo seres vivos por máquinas.
Temos necessidades da conexão com
outros seres em qualquer idade, e do diferente até para evoluir. O homem é um
ser social, sempre foi e será.
Uma coisa é fato, o AMOR na medida
certa é a cura para tudo, e mesmo quem diga que isso é bobagem, no fundo sabe
que tempo, atenção e amor é o que realmente importa e o que todo mundo quer. Um
beijo, um abraço, um olhar, uma palavra, o tempo de alguém nunca poderá ser
substituído.
Vamos refletir: normalizar a desumanização favorece a quem? E está a serviço do que? Vamos pensar.
*por Viviane Gago, advogada e consteladora pelo Instituto de Psiquiatria
da USP (IPQ/USP) com parceria do Instituto Evoluir e ProSer e facilitadora pela
Viviane Gago Desenvolvimento Humano. Mais informações no site
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