Patrícia Duarte,(Agência O Globo)
BRASÍLIA - O volume total de crédito no país, que inclui recursos livres e direcionados, chegou a R$ 658,9 bilhões em junho, com crescimento de 0,7% sobre maio, informou o Banco Central (BC).
O quadro mostrou desaceleração com respeito ao mês anterior, quando houve expansão de 2,7%. A cifra corresponde a 32,4% do Produto Interno Bruto (PIB), ligeiramente abaixo dos 32,5% observados em maio.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diversos fatores explicam esse comportamento, entre eles a queda na concessão de cheque especial (de 9,1% no mês, para R$ 16,365 bilhões) e o câmbio sobrevalorizado (5,9% em junho).
Outro fator é a procura menor de crédito pelas grandes empresas, que estão buscando outras formas de financiamentos fora do sistema bancário. Em março, por exemplo, os empréstimos acima de R$ 100 milhões via bancos respondiam por 14,4% do volume total de crédito para pessoas jurídicas; ao passo que, um ano antes, a fatia era de 15,1%.
Pesou ainda a securitização de R$ 1 bilhão em créditos atrasados feita por um banco no mês passado, o que acaba afetando o cálculo do total de crédito no país.
Taxas de juros recuam, mas menos intensamente
As taxas médias de juros continuaram caindo no período, mas também de forma menos intensa. De acordo com o Banco Central brasileiro, no total, as taxas recuaram de 43,8% ao ano, para 43,2% em junho, a menor desde março de 2001 (42%).
Em maio, elas haviam diminuído 1,1 ponto percentual. Para a pessoa física, a queda ficou em 0,3 ponto percentual em junho, indo para 55,8% ao ano, a menor taxa da série histórica, iniciada em 2004. No mês anterior, no entanto, o recuo fora de 1,7 ponto percentual. Já para as empresas, o recuou em junho foi maior: 0,9 ponto percentual, para 28,8% ao ano.
Em julho, a tendência de queda parece estar voltando a ganhar força. Até o último dia 13, os juros médios já estavam em 42,5% ao ano, sendo que para o consumidor final, em 54,7% (queda de 1,1 ponto percentual) e, para as empresas, em 28,5% (recuo de 0,3 ponto percentual), adiantou o Banco Central.
Juro do cheque especial recua 0,3 ponto percentual
Os spreads (diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada pelos bancos) também cederam em junho. Para o consumidor final, eles ficaram em 40,6 pontos percentuais (queda de 0,5 ponto percentual) e para as pessoas jurídicas, em 13,6 pontos percentuais, recuo de 0,4 ponto.
Dentre as modalidades de crédito para pessoa física, a que mais apresentou recuo nas taxas de juros em junho foi a de CDC de bens duráveis, passando de 58,1% ao ano para 57,5% ao ano. Os juros dos cheque especial recuaram em média 0,3 ponto percentual, para 145,1% ao ano, enquanto os juros do crédito pessoal perderam 0,1 ponto percentual, para 62,2% ao ano.
Quinta-feira, 8 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)