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Hiram Reis e Silva

Terceira Margem – Parte DCCXXXIV - Retorno à Lagoa Mangueira – Parte I


Parque Eólico Mirim II (Foto Cauê Mendonça) - Gente de Opinião
Parque Eólico Mirim II (Foto Cauê Mendonça)

Bagé, 1°.05.2024

 

Fontes de Energias Alternativas

(Abdias Campos)

O vento é um combustível

De simplicidade incrível

Há muito tempo acessível

A barco a vela e moinho

É uma fonte natural

Sem lixo residual

Que tem nos dado o sinal

De que é mais um bom caminho

PoA – Campos Neutrais, SVP (22.06.2016)

Um indivíduo que conheci como Tenente, no 6° Batalhão de Engenharia de Combate – a Caserna de Bravos – sediado em São Gabriel, RS, fez-me um convite irrecusável – visitar os Parques Eólicos dos Campos Neutrais, viagem patrocinada pela empresa Aços Lima. Eu tinha ficado maravilhado com as esguias e elegantes estruturas que tinha avistado, pela primeira vez, desde a costa Ocidental da Lagoa Mirim (margem uruguaia), e manifestara a ele meu interesse em vê-las de perto.

Conforme tínhamos combinado, deslocamo-nos de Porto Alegre para Santa Vitória do Palmar, antes das 07h00, pela BR-116. Fizemos uma breve parada em Camaquã, para que eu pudesse apresentar-lhe o grande aventureiro Pedro Auso Cardoso da Rosa e um grande amigo que participou de algumas de minhas jornadas pelas Lagunas e Lagoas litorâneas gaúchas como canoísta ou reforçando a equipe de apoio.

O Pedro é um verdadeiro “Professor Pardal” da era moderna, extremamente criativo, pois fabrica e projeta, pelas próprias mãos, invenções náuticas e terrestres.

Chegamos ao Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar – Projeto Mangueira Mirim, onde conheci o Engenheiro Civil Leandro Zaroni, da Redram Construtora de Obras Ltda., que nos hipotecou total apoio. O Leandro foi um estradeiro como eu e hoje gerencia com invulgar capacidade e dinamismo as obras do Complexo. Fomos apresentados na mesma oportunidade ao Alexandre Nestor Rodrigues da Silva Bembem, encarregado dos Serviços de Aterramento, também funcionário da Re­dram Construtora de Obras Ltda. O Alexandre realizou, no Exército Brasileiro, os cursos de Paraquedismo, Guerra na Selva, Escalador, Contraguerrilha e Guerrilha Urbana, e trouxe para a vida civil uma invulgar capaci­dade de liderança desenvolvida na Força Terrestre.

Santa Vitória do Palmar - SVP (22.06.2016)

Em Santa Vitória, depois de devidamente instalados no Hotel, entrei em contato com o amigo Gustavo Rodrigues Gonzalez que convidou-nos para jantar na “Pizzaria do Mário”, localizada na Rua Barão do Rio Branco, 232. Além da companhia extremamente agradável do Gustavo, de sua querida esposa Murieli Silva e do filho Conrado, fomos brindados com o formidável carisma do Mário, além de ter a oportunidade de saborear a melhor pizza de toda minha vida.

O Menu do Mário apresenta nomes que nos reportam à região de SVP. Não é a primeira vez que encontro produtos de tão alta qualidade nas minhas andanças por este Brasil.

Quando desci o Rio Amazonas II (Santarém – Macapá) encontrei em Almeirim, PA, na “Sorveteria Kerobizz”, de propriedade do simpático casal de empresários Manoel Freitas Correa e Izaneide do Socorro Souza Correa, o melhor sorvete que já tive a oportunidade de degustar.

Santa Vitória do Palmar – Chuí (23.06.2016)

Na manhã do dia 23.06.2016, fomos até a residência dos pais do Gustavo apanhar umas mudas de Butiá com o amigo Renato (caseiro da residência dos Gonzáles e amigo da família, mais conhecido na cidade como “Maçã”). As mudas presenteadas pela Sr.ª Nádima, por ocasião da 3ª Perna da “Jornada Patriótica”, foram arrebatadas pelas vagas na Baía Canoa. Fomos, depois, até o Chuy (Uruguai) comprar cobertores e no caminho passamos pelo Posto Megapetro Chuí para cumprimentar o amigo Carlos Moreira Cabreira que infelizmente não se encontrava.

Dirigimo-nos, então, ao Parque Eólico Hermenegildo. O cronograma de obras do Parque previa que o mesmo entrasse em plena operação no final de 2015, mas sofreu um pequeno atraso em decorrência da liberação das “Licenças Ambientais”. O Parque possui 101 aerogeradores distribuídos por 13 usinas, cada torre tem cem metros de altura e capacidade de 1,79 MW de potência. Para a implantação dos Parques Eólicos, a Eletrosul e a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), empresa que pertence ao Grupo CEEE, estão investindo na construção do Sistema de Transmissão para escoamento da energia e integração ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Depois do Hermenegildo, fomos até o Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar que depois de concluído contará com uma Potência Total Instalada de 207 MW e um excepcional Fator de Capacidade de 51,77 %. Vale lembrar que a média mundial do Fator de Capacidade é de somente 30%, o que quer dizer que durante aproximadamente 1/3 do ano há produção de energia, e, no restante, a produção não é significativa.

A empresa espanhola Acciona Windpower instalou uma fábrica de torres no próprio canteiro de obras do Complexo Eólico, acarretando uma sensível otimização logística. Serão 69 turbinas de 3 MW de potência, com rotores de 125 metros de diâmetro instalados em torres de concreto de 120 metros de altura que produzirão, juntas, 207 MW.

Alexandre Nestor e o Símbolo Pqdt - Gente de Opinião
Alexandre Nestor e o Símbolo Pqdt

Encontramos o Alexandre trabalhando em uma das subestações e na hora da despedida o amável paraquedista brindou-me com um símbolo que o acompanhava desde os 17 anos de idade quando ainda servia na Brigada de Infantaria Paraquedista (Bda Inf Pqd).

O ato encheu-nos de emoção e foi devidamente documentado. Quando retornei à minha residência fixei o distintivo em posição de destaque no quadro das medalhas que me são mais caras. Vale a pena rememorar D. Duarte:

Os desafios do combate exigem que entre os soldados a força da amizade se chame “camaradagem”. Este sentimento, que se deve projetar no todo coletivo a fim de alicerçar um forte Espírito de Corpo, é a base do bom viver e da coesão de um Exército.
(D. Duarte – Século XV)

Retornamos a Porto Alegre, prometendo regressar. O Engenheiro Leandro disponibilizou-nos as confortáveis instalações do Parque Eólico às margens da Lagoa, curiosamente as mesmas que avistei quando, no dia 13.01.2016, paramos para almoçar na “Bomba 14” (33°05’57,2” S / 52°49’42,5” O). Planejo voltar na segunda semana de setembro para visitar o Parque Eólico, reconhecer o Sul do Banhado do Taim, o Farol do Albardão e, quem sabe, os Concheiros, partindo em cada uma das três oportunidades da “Bomba 14”.

Energia Eólica

A energia eólica é usada há mais de 3 mil anos. No passado, os moinhos eram empregados no bombeamento da água, para moer grãos, dentre outras atividades. Com o passar dos anos, passou-se a utilizar a força dos ventos para gerar energia elétrica.

Em 1992, foi instalada em Fernando de Noronha, a primeira turbina eólica brasileira. Este ano, o Brasil alcançou 10 mil megawatts (MW) de capacidade instalada de energia eólica, em 400 parques com mais de 5.300 aerogeradores, quase a mesma energia produzida pela usina hidrelétrica de Belo Monte, no Tapajós, PA.

Considerando-se os aerogeradores atualmente em construção, em breve atingiremos 20 mil MW o que tornará a energia dos ventos a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional. Estima-se que o nosso potencial de geração eólica seja de 500 mil MW, o triplo da demanda nacional atual. Na Região Nordeste, a geração de energia eólica já supera a da hidroeletricidade e no ano passado esta foi a fonte de energia que mais cresceu na matriz elétrica brasileira.

Há uma tendência de se instalar placas fotovoltaicas (energia solar) aproveitando-se as áreas onde já estão instalados os parques eólicos e avançam as pesquisas que visam a construção de baterias especiais onde seriam armazenados os excedentes da energia eólica permitindo que se faça uso dela nos períodos de calmaria.

 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989);

Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS);

Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO);

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG);

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN);

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP)

E-mail: [email protected].

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