Sábado, 10 de setembro de 2011 - 05h09
“E na verdade os antigos, para que os ímprobos nesta vida tivessem algum temor, pretenderam que nos infernos houvessem castigos aparelhados para os ímpios, certamente porque entendiam que a morte por si só não era para se temer” Cícero, IV Catilinária, IIº AC.
Exaustivamente explorado nos programas de auditório, especialmente pelo macróbio, longevo e vivaz, Silvio Santos em seu programa idem, o jogo das palavras sempre manteve distância de um vocábulo simples, de largo uso comum e vasta aplicação na poesia e na música. No Direito (acusação ou defesa) é usado muito mais que o tal “Delenda Cartago”, atribuído a Catão, que praticamente virou bordão num tempo em que advogado estudava Latim e sabia Português.
A palavra é “então”. Vem do Latim (intuc), é advérbio, interjeição ou substantivo. Presta-se a uma multiplicidade de usos, até mesmo na pregação da Bíblia. A letra de uma conhecida música - Vitória no Deserto - diz que: “Então eu direi, oh oh, abra-se o mar/ E eu passarei pulando e dançando em sua presença”.
Uma das aplicações, das mais incisivas, eu adoraria ver levada à presidente (nunca presidenta, que isso é só prá puxa-saco) Dilma Roussef, juntamente com a foto em que ela, sem esconder a fúria, ao lado de Lula, como sempre dissimulado (com sua conhecida cara de “eu-não-sabia-de-nada), posando com todo o peso do monumental cinismo de um sorridente Zé Dirceu ao fundo, literalmente colado entre os dois, no tal congresso do PT.
Seria magistral a pergunta: - Então?
Ora, diabos, o sujeito, que é reconhecido como chefe de quadrilha, nas palavras do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, mantém uma consultoria na qual enriquece vendendo facilidades no governo. Faz exatamente aquilo que fez divulgar sobre Antônio Palocci (para derrubá-lo). Todos sabem que a presidente sabe. E ela sabe que todo o mundo ta sabendo. Então?
Afinal, a ele pode-se aplicar, na sua absoluta integralidade, o trecho das Catilinárias que encabeça esse festival de bobagens que escrevo aqui com a coragem de quem sabe que ninguém vai ler mesmo.
Outro caso ocorre em relação ao dileto Confúcio Moura. O governador conhece bem seu amigo Vicente Moura, nosso Cambuquira. Pessoa de sua mais extrema confiança, de uma fidelidade absoluta, que no entanto tem lá sua limitações. Confúcio sabia disso ao nomeá-lo para a Coordenadoria Geral de Apoio à Governadoria. Se sabia, porque nomeou?
Só para queimá-lo publicamente como fez ao reclamar em seu blog de um estudo sobre o trânsito na região do novo Centro Administrativo que encomendou e nada? Será que foi inspirado nesse nada que ele escreveu aquela frescura sobre um risco nas águas do Madeira? Vai saber.
O problema é que agora Confúcio precisa decidir quem irá administrar o Centro Administrativo. A lógica diz que seria o titular da CGAG. Mas o titular é o Cambuquira e, nesse caso, a lógica muda de idéia e aconselha não. O governador sabe disso e vive um dilema, o que remete à questão número um: Então?
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Fonte: Carlos Henrique Ângelo - [email protected]
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