O inesquecível e necessário Papa Francisco!

No Conclave de 2005 que elegeu o cardeal alemão, Joseph Ratzinger, que escolheria o nome Bento XVI,  o argentino Jorge Mario Bergoglio foi o segundo mais votado para liderar a Igreja Católica que precisava passar por mudanças imediatas, em virtude da crescente perda de fiéis em todo o mundo. Oito anos depois, com a renúncia histórica do Papa Bento XVI por motivos alegados de idade avançada, 86 anos na época, no segundo dia de Conclave, na quarta votação, mesmo pedindo para que não votassem nele, Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266.º Papa da Igreja Católica, Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano, em 13 de março de 2013.

Ele foi o primeiro Bispo de Roma a ser membro da Companhia de Jesus (Jesuítas), o primeiro nascido nas Américas e no Hemisfério Sul, bem como o primeiro pontífice não nascido na Europa em mais de 1 200 anos e o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco, uma referência a São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, o que durante muito tempo fez a imprensa divulgar erroneamente que ele era o primeiro franciscano a ocupar o trono de Pedro.

Por quê Papa Francisco?

Ao longo de sua vida pública, ainda na Argentina, Jorge Mario Bergoglio, se tornou conhecido pela vida simples e sem regalias costumeiras de um arcebispo. Morava em um quarto simples, ônibus e metrô. Eleito Papa continuou com os mesmos constumes de não utilizar adornos de ouro ou pedras preciosas. Por exemplo, o famoso Anel do Pescador, usado primeiramente por Pedro, o Pescador, fundador da Igreja Católica, é sempre feito em ouro, sendo tradicional que a maioria deles apresentasse uma imagem de São Pedro e as chaves da Santa Sé — evocando o momento em que ele recebeu as chaves do céu — pouca coisa além disso define seu design. Em consonância com a abordagem modesta do falecido papa, Francisco optou por não encomendar a criação de uma nova peça, mas em vez disso “usou um anel do secretário de Paulo VI”, segundo informações do Vaticano, o Arcebispo Pasquale Macchi, que faleceu em 2006. Foi feito de prata banhada a ouro, em vez de ouro puro. O Pontífice o utilizava em ocasiões formais e diariamente um anel de prata, da época de arcebispo.

Quando escolheu o nome de Francisco, Jorge Mario Bergoglio, disse que a escolha estava em consonância com a vida que levava e a identificação com os ideais franciscanos de humildade, preocupação com o pobres e o desapego aos bens materiais!  O Papa Francisco teve uma abordagem menos formal ao papado do que seus antecessores, tendo escolhido residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae, em vez de nos aposentos papais do Palácio Apostólico usados por papas anteriores. Ele sustentava que a Igreja deveria ser mais aberta e acolhedora. Ele não apoiava o capitalismo definido "selvagem", o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação. Francisco manteve as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de mulheres e celibato clerical. Opunha-se ao consumismo e apoiava a ação sobre as mudanças climáticas, foco de seu papado com a promulgação da encíclica Laudato si', que significa Louvado Seja. O título é uma citação do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, ressaltando a importância de louvar a Deus e reconhecer a beleza e a importância da criação e critica o desenvolvimento irresponsável, o consumismo e a exploração dos recursos naturais, apelando por uma mudança de comportamento e uma ação global para enfrentar a crise climática e a degradação ambiental.

A empresa Católica

Mais de 1,4 bilhão de pessoas ao redor do mundo são católicas, segundo os dados mais recentes do Vaticano. Isso representa cerca de 17% da população mundial. A América concentra o maior número de católicos do mundo – são mais de 660 milhões de fiéis – e é o continente com maior proporção de seguidores da religião em sua população (64%). O país com a maior população católica do mundo é o Brasil. A Igreja Católica possui um número significativo de fiéis no país, com cerca de 10% da população mundial católica residindo no Brasil. Embora o Brasil tenha a maior quantidade de católicos, a Cidade do Vaticano possui a maior proporção de católicos em relação à população total, com 100% da população católica. Mas isso não quer dizer que as doações que sustentam a missão da Santa Fé são proporcionais! Desde a pandemia, o papa vinha lutando para reduzir o salário dos clérigos do Vaticano, uma vez que a crise causada pela Covid-19 acabou afetando a renda na Santa Sé, órgão administrativo central da Igreja Católica em todo o mundo.

Em 2021, o papa Francisco determinou que os cardeais tivessem um corte de 10% em seus salários e reduziu salários no Vaticano para salvar o emprego dos funcionários. Na época, acreditava-se que os cardeais que trabalham no Vaticano recebiam salários de cerca de 4 mil a 5 mil euros por mês, muitos deles morando em grandes apartamentos com aluguéis bem abaixo do mercado.

Em 20 de outubro do ano passado, por ocasião do 98º Dia Mundial das Missões, o Vaticano, através da Agência Fides apresentou como de costume, algumas estatísticas para oferecer um panorama da Igreja Católica no mundo, tendo em vista as comemorações do Jibileu de 2025, e um apêndice que resumiu os dados das alterações, durante os últimos vinte e cinco anos (1998-2022) vividos da Santa Sé. Denominado Anuário Estatístico da Igreja, ele trouxe informações que se referem aos membros da Igreja, estruturas pastorais, atividades nos setores da saúde, assistência social e educacional.

O documento registrou o aumento dos católicos em quatro, dos cinco continentes. Na Europa, registra-se uma diminuição do número de católicos de 474.000. Como nos anos anteriores, o aumento dos católicos é mais acentuado na África (+7.271.000) e na América (+5.912.000), seguido pela Ásia (+889 mil) e Oceania (+123 mil). A percentagem de católicos, na população mundial, teve um leve aumento (+0,03); em relação ao ano anterior, permaneceu igual a 17,7%.

O número total de Bispos no mundo aumentou (+13), em comparação com a pesquisa do ano anterior, chegando a 5.353. O número de Bispos diocesanos aumentou (+19), mas o número de Bispos religiosos diminuiu (-6). Os Bispos diocesanos são 2.682, enquanto os Bispos religiosos são 2.671. 

O Papa necessário

Ainda como arcebispo na Argentina, o Papa Francisco se manifestou contra o casamento civil homoafetivo, legalizado pelo Senado Argentino em 2010 e teve atritos públicos com a então presidente, Cristina Kirchnner. Eleito Papa e vendo o crescente número de vítimas de violência e mortes de pessoas LGBTQIA+ no mundo inteiro, ele assumiu uma posição arriscada dentro da Igreja ao dizer que não podia julgar e condenar ninguém por suas escolhas sexuais. Indo mais longe em uma audiência ele aconselhou aos pais de homoafetivo que não os expulsassem de casa, que em seus lares deveria começar o acolhimento e proteção!