Sabrina Valle - (Agência Globo)
Os problemas para os passageiros continuaram nesta terça-feira. A Nova Varig está operando com apenas sete aeronaves, concentradas na já bem coberta rota Rio-São Paulo. Caso a companhia não se pronuncie, a própria Anac determinará quais rotas deverão ser atendidas pelas poucas aeronaves em funcionamento. No entanto, isso só deve acontecer caso a a empresa não anuncie o atendimento a nenhuma rota além da ponte aérea. A Anac deverá divulgar nota a qualquer momento sobre o assunto.
Quase todos os vôos da Varig saindo do aeroporto internacional do Rio Tom Jobim foram cancelados, inclusive os da ponte aérea, que, no Rio, estão saindo do aeroporto Santos Dumont.
A Anac havia determinado anteriormente a retomada dos vôos para Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Fernando de Noronha, Florianópolis, Macapá, Brasília, Belém, Manaus, Foz do Iguaçu e Natal.
Os passageiros que tiveram os vôos cancelados no aeroporto internacional do Rio reclamavam dos contratempos. Eles foram direcionados para outras companhias ou encaminhados, de táxi, por conta da Varig, ao aeroporto Santos Dumont para pegar a ponte-aérea.
O professor Rafael Lima e a engenheira Adriana Linhares voltaram de uma viagem ao Canadá com um prejuízo de R$ 430 por causa da crise da empresa. O vôo partindo de Belo Horizonte fazia conexão em São Paulo, mas o trecho foi cancelado pela Varig e o casal teve que comprar por conta própria passagens de outra companhia para não perder o trecho para Montreal, feito pela American Airlines.
- Gastamos R$ 380 com passagens e ainda tivemos que trocar de aeroporto em São Paulo, o que custou mais R$ 50. Nem temos como pedir reembolso, ficamos no prejuízo - contou Rafael.
- Também tivemos que esperar nove horas no aeroporto de São Paulo e outras sete em Nova York. Perdemos quase um dia em Orlando, atrapalhou muito a viagem. Nosso grupo acabou sendo dividido em dois e parte ainda ficou em Atlanta - conta a estudante Ana Carolina Clemente.
Já a passageira Ana Melhim reclamava da falta de assistência da companhia ao tentar embarcar seu filho, de 17 anos, para Copenhagen. Jonas Melhim Mith, que mora na Dinamarca, disse que teve que trocar de aeroporto em São Paulo e contou que sua mala chegou ao Brasil com uma semana de atraso. Ele estava com o vôo marcado para à noite desta terça-feira, mas soube do cancelamento na véspera e chegou de manhã cedo no aeroporto para tentar conseguir embarcar.
- Ele vai ter que dormir em Frankfurt sozinho e a Varig não vai pagar alimentação, hospedagem, nem transporte. Ele é menor de idade e eles não darão assistência alguma - lamentava a mãe.
Os funcionários da companhia também reclamavam. Os salários estão atrasados e houve corte nos benefícios com alimentação e transporte.
- Meu pai está me dando dinheiro para eu conseguir vir trabalhar - contava uma estagiária.
- Estou há um mês sem salário. Os funcionários estão absorvendo toda a tensão dos passageiros, alguns já foram até agredidos fisicamente. A diretoria, que é a culpada, não está nem aí. Estamos aqui dando a cara a tapa. Sabemos que vai ter demissão e sequer sabemos quais vão ser os critérios - contou uma funcionária
Sábado, 19 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)