Quinta-feira, 12 de junho de 2025 - 16h51
O Ministério Público Federal (MPF) realizou uma série de visitas
às terras indígenas Rio Negro Ocaia e Pacaás Novos, em Guajará-Mirim (RO). O objetivo
foi dialogar com as comunidades sobre o papel do MPF na defesa de seus direitos
e coletar demandas, principalmente nas áreas de saúde e educação. A equipe
visitou as aldeias Piranha, Pantirop, Komi Wa Wan, Central, Rio Negro Ocaia III
(na Terra Indígena Rio Negro Ocaia), e Bom Futuro, Santo André, Graças a Deus,
Tanajura e Capoeirinha (na Terra Indígena Pacaás Novos) entre os dias 26 e 30 de maio de 2025.
Um dos
pontos centrais abordados durante a visita foi a descontinuidade do atendimento
especializado à população indígena no Hospital Bom Pastor, decisão da
prefeitura de Guajará-Mirim que tem causado impactos graves. Com mais de 50
anos de atuação junto às comunidades indígenas, tendo sido construído com
participação ativa dos povos, o hospital é referência na região.
O
procurador da República Leonardo Trevizani Caberlon ressaltou que a saúde
indígena deve respeitar suas especificidades. A ausência de consulta prévia,
livre e informada sobre a medida viola a Convenção nº 169 da Organização
Internacional do Trabalho. Além disso, a continuidade do serviço público e a
vedação ao retrocesso impedem que o gestor atual ignore responsabilidades ou
suprima direitos já conquistados.
Também
foram discutidas as condições de trabalho das equipes de saúde, incluindo
agentes indígenas de saúde e de saneamento básico, além da necessidade de obras
em unidades de saúde e sistemas de água e esgoto. Reforçou-se a importância do
conselheiro na elaboração do Plano Distrital de Saúde Indígena, que define
prioridades junto à Secretaria de Saúde Indígena para os próximos quatro anos.
Educação
- Na área da educação, as visitas constataram a precariedade
das estruturas escolares em ambas as terras. O MPF destacou a demora do estado
de Rondônia em priorizar a educação indígena e garantir estruturas dignas.
Foram abordadas ainda questões como merenda escolar, número insuficiente de
profissionais, elaboração do projeto político pedagógico, ausência de visitas
pedagógicas e adequação do material didático elaborado em parceria com a
Universidade Federal de Rondônia.
A
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apoiou a visita com transporte
fluvial e esclarecimentos sobre a atuação do MPF na garantia de direitos
previdenciários, projetos de etnodesenvolvimento e geração de renda, apesar de
enfrentar limitações devido à redução orçamentária.
O MPF
reafirmou aos indígenas o compromisso de buscar soluções junto aos órgãos
competentes e, se necessário, recorrerá à Justiça Federal para assegurar os
direitos dos povos indígenas.
A Justiça Federal em Rondônia modificou decisão anterior e determinou que a União será responsável pelo pagamento dos custos de perícia necessários
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