Hospital São Daniel Comboni, uma referência da Amazônia

A população de Rondônia certamente não conhece com detalhes o hospital São Daniel Comboni, hospital filantrópico de Cacoal, mas o serviço prestado por esta instituição é de causar orgulho até mesmo na pessoa mais insensível deste planeta. Se acontecer, porém, a transferência da Unidade Mista de Saúde de Cacoal para o São Daniel Comboni, os problemas serão infinitos, pois muitos dos projetos para tratar com decência os pacientes que fazem tratamento oncológico seriam interrompidos.

Para que o leitor saiba claramente os motivos para defender o hospital São Daniel, é necessário esclarecer alguns fatos, visto que a magnitude da instituição é uma coisa fantástica. Recentemente, e junto com membros da diretoria da Associação São Daniel Comboni, fiquei durante cerca de 03 horas, dentro do hospital, conhecendo cada detalhe e como funciona a administração daquele local. Somente pessoas muito desinformadas ou que desconhecem completamente a realidade defendem que a Unidade Mista de Cacoal seja transferida para o Comboni.

Está em fase de conclusão a instalação de equipamentos de primeiro mundo para que o São Daniel Comboni tenha 04 salas de cirurgia, inclusive para procedimentos de alta complexidade, 10 leitos de UTI e ainda o Centro de Cateterismo com padrão internacional. Este Centro de Cateterismo será um dos raros que existem na Amazônia. Pelas informações passadas por profissionais que trabalham na instituição, teremos uma referência na Amazônia. Por isso mesmo é preciso esclarecer que o hospital Comboni não é um hospital de Cacoal para atender Rondônia; é um hospital que pertence a Rondônia e que está localizado em Cacoal. Os serviços prestados pelo hospital atendem pessoas de todo o estado. Importante lembrar ainda que de tudo que foi trazido da Itália, apenas um armário de cozinha e algumas camas especiais serviram, pois os demais equipamentos não passam de sucatas usadas em hospitais da Europa na Segunda Guerra.

Caso a Unidade Mista de Cacoal seja transferida para o hospital Comboni, essas 04 salas de cirurgia não poderão inaugurar, os 10 leitos de UTI não poderão funcionar e o problema da saúde pública não terá solução. As pessoas que defendem a mudança estão, na verdade, apenas transferindo o problema de lugar. Todo mundo sabe disso! A previsão para inaugurar os setores citados aqui é até o final deste ano, mas pode ser antecipada, caso não haja nenhum imprevisto. A transferência da Unidade Mista para lá é um desses imprevistos que podem acontecer. Não é justo que, por causa da incompetência do prefeito de Cacoal, o hospital São Daniel Comboni deixe de ampliar suas instalações e manter a excelente qualidade no que faz. Essa qualidade, claro, acontece porque as pessoas que administram o Comboni são pessoas comprometidas com a população de Rondônia. E ressalto aqui o seguinte fato: qualquer pessoa que visitar o hospital Comboni não vai concordar que a Unidade Mista mude para lá. Visitem!

Outro fato que merece ser citado aqui é o apoio que o hospital Comboni recebe de algumas instituições. Instituições que merecem todo nosso respeito e carinho, pelo brilhante serviço que prestam à população. Apenas para citar algumas, podemos dar o exemplo da Igreja Luterana, da Pró Vida e da milenar Ordem Maçônica. Esta última tem sido parceira primordial, pois, sem seu apoio, as dificuldades seriam muito grandes. O apoio da Maçonaria deixa claro que todos os municípios de Rondônia contribuem, de modo significativo, para a existência e o bom funcionamento do hospital. Claro que há outras pessoas e instituições que ajudam, apóiam e defendem o Comboni, numa prova clara de que há seriedade no trabalho desenvolvido, como é o caso da imprensa de Cacoal e de todos os demais municípios rondonienses.

Aliás, falando em qualidade, o trabalho dos profissionais que atendem no hospital Comboni também precisa ser registrado aqui, pois eles se dedicam com todo carinho aos pacientes e com alegria, com atitudes que contribuem significativamente para ajudar no tratamento das pessoas. Falo de todos os profissionais que trabalham na instituição. Para o leitor ter uma idéia, eles pensam em detalhes simples, mas importantes. Os lençóis das camas, por exemplo, não são padronizados, para não passar a impressão de hospital, mas de lar, doce lar. A limpeza do hospital é uma coisa que impressiona.

Como sei que “Cacoal é do bem, Cacoal é do povo”, sugiro a todos que pensam na mudança da Unidade Mista para o São Daniel Comboni que façam uma visita, que conheçam de perto as instalações e o trabalho daqueles que, dia e noite, se dedicam a pacientes de tratamento oncológico, com carinho, com respeito e muita dignidade. Sei que pessoas do bem poderiam defender a transferência, mas somente fariam isso sem conhecer a realidade, coisa que não fica bem para pessoas de bom senso. Tenho dito!

FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual