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CONFÚCIO MOURA: A CIDADE E A CRIANÇA


 
Nenhum governo vai fazer a sua parte. Nenhum prefeito vai entrar na sua sala para corrigir seu filho. Nem substituir pai e mãe. Esta é uma tarefa exclusiva da família. Dentro de casa há um reino encantado. Que também pode ser maldito. O tempo não para. 

E se o tempo não existir? 

Esta é a grande verdade. O homem foi construindo tabelas. Regras. Segundo, minuto e hora. Dia, semana, mês e ano. Foi assim mesmo – construindo sempre e assim será. O que não existia passou a existir. Os foguetes pipocaram no ar às 6 horas. Todo mundo se assustou. O que será meu Deus? 

Aniversário de Ariquemes. 

O bolo da festa será o seu pãozinho francês de todo dia. O que já será muito e auspicioso. Ariquemes está madura como uma manga rosa. Atravessando a sua melhor idade. São trinta e dois anos. Viva! E como é bom misturar dois dias de festas. Amanhã será O DIA DA CRIANÇA. Mais um aniversário prolongado, bom demais, para se por em ordem as gavetas, dormir mais um pouco, andar a pé, jogar bola, por conversa fora ou ser perder nas asas do Google. 

Quem disse que Ariquemes só tem trinta e dois anos? Quem? 

Talvez a professora, talvez ninguém. É e não é. Como o Brasil de quinhentos anos. O Brasil tem infinitos anos de descobrimento. Pedro Álvares Cabral fez apenas o seu registro de nascimento. O Brasil sempre existiu, com seus índios e bichos e terras. E os índios são também seres humanos. Talvez vieram pra cá por terrível abalo no continente, que o rachou ao meio, África pra lá, América pra cá. No meio o Atlântico. 

“Eduque as crianças e não precisará punir os homens”. Vamos começar em casa pelas regras e os limites. Que tal iniciar pelo dinheiro? Dizer pra eles que dinheiro não cai do céu. Que não se pode dar dinheiro à criança quando ela pede. Nem comprar brinquedos a revelia. O cérebro da criança é uma gaveta vazia. Ela guarda o que se coloca dentro dela. O bom hábito deve ser repetido. Não ceda às birras. Nem as chantagens. Dinheiro não cai do céu. 

Era fevereiro de 1977, o Rio Jamari esturrava de cheio. A balsa puxava gente de um lado pra outro. Muitas mulheres pariam do outro lado do rio. Dona Dorva tinha que acudir. O Governador do Território desceu de helicóptero. Juntou gente. Uma curiosidade medonha. Fui atrás da comitiva com Belmira e Osmar Raposo. A Nova Ariquemes surgiria, até que enfim. Todo mundo parou nos fundos da roça da família Ronconi. Um cafezal. Outros aventureiros se juntaram. Todos carregados de coragem imensa. E muita irresponsabilidade em ocupar o desconhecido. Sem nenhum estudo comprovado. Era mais um ufanismo de governo. Para se livrar de um problema grande no sul e sudeste. A criação das novas fronteiras agrícolas. Primeiro foi Andreazza e depois foi Rangel Reis, ministros do Presidente Geisel. Eles que implantaram em Rondônia o novo Eldorado. 

É com a criança que se construirá um país melhor. Por ser um (criança) material em formação. Cérebro vazio. Terreno fértil para se plantar a boa obra. O líder é o pai. O filho segue o pai. Aprende o cheiro e o gosto. Guarda a voz da família no coração. Registra o carinho no tutano dos ossos. Não o ensine a consumir sem necessidade. A não desperdiçar. A comer frutas e verduras. A não abusar do sal e do açúcar. Ensine-o a correr. Estimule-o a brincar. É bom brincar. Subir no pé de goiaba. A balançar na corda. A soltar pipas. A pular cordas. A jogar bola-de-gude. Ensine a seu filho a gostar de matemática. Brincando com os números. A ler o universo de luas e estrelas. Eduque-o brincando. Não precisar bater. Apenas determine o limite. Depois o castigo. E também a recompensa. 

O Coronel Humberto da Silva Guedes subiu no trator e derrubou uma árvore. Aplausos. A cidade seria construída. Carpintero bem rápido fez o projeto. A emancipação veio em 11 de outubro de 1977. Mas, não é bem assim. Ariquemes é bem mais velha. Movimento sobre movimento, tempo sobre o tempo, a borracha e o minério, Rondon e outros mais, lá detrás vem Ariquemes se arrastando no meio do mato. No meio do mato tem o mistério. A mata esconde muita coisa. As jazidas minerais, a imensidão de águas e os mistérios dos medicamentos naturais. Tudo ainda pode ser. Muito mais. A matéria prima para perfumes, alimentos, resinas, cosméticos e voará no imaginário uma imensidão de porvir plenamente possível. A produção de energia. 

As crianças merecem ser salvas. Porque o Brasil de hoje é de guerra civil silenciosa. Foram-se muitas décadas perdidas. Se não cuidarmos teremos outras tantas. Salvar ao menos as crianças. Pai e mãe serem pais de verdade. Escola voltar a ensinar. Colocar estas palavras de novo na moda: obrigado, por favor, me dá licença. Já é muito. Hora de sair e hora de chegar. Vigiar o filho de perto. Olhar o caderno dele. Dar carinho para receber depois. Conversa franca. Sem gritos. Sem bater. Sem xingar. Além do mais, o beijo, o abraço, o carinho, o elogio, o respeito, 

Fonte: Confúcio Moura

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