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Carta aberta a um injustiçado ancião


 Carta aberta a um injustiçado ancião - Gente de Opinião

David Pinto Castiel

O senhor da foto certamente é um velho conhecido da comunidade de advogados que militam no Fórum Cível desta Comarca.

Trata-se do Sr. Luiz, septuagenário, que, mesmo diante da avançada idade, desempenha a função de responsável pelo estacionamento da CAARO-RO.

Não há como não se comover com o estado degradante a que está sendo o Sr. Luiz submetido em sua atividade laboral diária.

Ele sequer tem à sua disposição uma guarita, um mínimo de conforto e segurança. Debaixo de sol escaldante (em média 39º graus), o Sr. Luiz diariamente, das 7h às 14h, está literalmente pendurado em um galho de árvore, com um guarda-sol em punho, sentando em um banco, no estacionamento do Fórum Cível.

A um só tempo, na figura do Sr. Luiz, estão sendo violados diversos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, pois seus insensíveis e - por que não dizer? – desumanos empregadores não têm o mínimo de preocupação com a preservação de sua saúde, física e mental, em absoluta afronta ao artigo 5º da Constituição Federal e, bem assim, ao Estatuto do Idoso, os quais asseguram direitos básicos do individuo, entre eles a vida, a saúde e a segurança.

O mais absurdo é que seus empregadores são conhecedores da Lei, dos Direitos e das Garantias da Pessoa Humana, em especial as normas protetoras dos Idosos.

A ação degradante a que está exposta o Sr. Luiz é intencional, causa indignação e exige imediata ação de autoridades públicas que detêm o poder de evitar e punir qualquer tipo de violência ou degradação humana nas relações de trabalho.

Fica aqui o registro de um advogado militante, indignado com o que passa e sofre diariamente o Sr. Luiz, sabedor que a velhice aguarda a todos em um amanhã bem próximo, se assim Deus nos permitir.

Não é esse o exemplo de sensibilidade, de humanidade, de respeito à pessoa humana e as leis que devemos deixar como legado a nossos filhos.

Sr. Luiz, receba minhas sinceras desculpas, pois, afinal, pertenço a uma classe que é diretamente responsável pelo mal que lhe tem causado e, nesse particular, dela  me envergonho.

Minha preocupação, Sr. Luiz, só aumenta; na medida em que, com o fim do verão,  o inverso se aproxima e aí sua situação só tende a piorar.

Receba minhas sinceras desculpas!

David Castiel

Advogado

 

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