Sábado, 16 de janeiro de 2010 - 21h55
Talvez já tenham escrito tudo sobre este episódio, mas como no Direito, cada um escreve a mesma coisa com a sua própria forma peculiar.
Nos festejos de fim de ano saiu uma gravação na internet de Boris Casoy debochando de forma horripilante de dois garis, simplesmente por que os rapazes faziam felicitações de boas-vindas de ano novo. Falou que “dois garis do alto de suas vassouras...a camada mais baixa...” A partir daí, como é comum no Brasil em todas as áreas, travou-se o debate acerca do superficial, do nada a ver com o fato em si.
Os prós Boris argumentam que todo mundo faz o mesmo. A mais destacada foi sua colega Barbara Gancia, no jornal Folha de São Paulo, de 8 de janeiro, pág. C2. Até o título foi de uma infelicidade e espanto ímpar: Sirvam a cabeça do Boris com batatas! Os contrários despencam até a sugestões grosseiras e de incitação a atos criminosos.
Como no Direito, fiquemos com a posição mista. O pedido de desculpa de Boris já veio errado, eivado do vício brasileiro de culpar o meio e não o fato. Desculpou-se culpando o som ter ficado aberto. Foi um erro, mas deixar o som aberto, necessariamente, não força ninguém a falar bobagem. Com a experiência que ele tem nos meios de comunicação, menos ainda.
Defender o Boris Casoy, como fez a Barbara Gancia, sob o argumento de linchamento público torna-se mais grave do que o próprio deboche do apresentador. Isso porquê, implicitamente, defende-se que se aceite escárnio contra pessoas e funções. Isso, sim, não é tolerado. E o grave está aí. Boris não brincou de uma situação, que já não seria tão bem, por se tratar efetivamente de pessoas mais humildes. Ele simplesmente debochou de uma profissão, de uma posição social. Não levou em conta que importa é se os garis são pessoas dignas.
Para compreensão dos incautos. Ninguém poderia ter dúvida na escolha se colocasse para escolher entre um gari honesto felicitando a todos na televisão de Boris ou um governador roubando o dinheiro do povo, inclusive de garis, publicamente.
Mas o fecho bem à brasileira veio depois. O técnico do som foi o demitido. Essa pena deveria ser revertida, mesmo que se fosse ao custo de um boicote nacional à rede Bandeirantes de Televisão. Medida drástica, mas necessária. O próprio Boris Casoy deveria se redimir um pouco e exigir a recontratação do rapaz, cujo erro foi técnico, e não de conduta ética, como o do apresentador. Já quanto ao artigo da Barbara Gancia, seria bom ressaltar que a sociedade toda pode formular suas brincadeiras em particular, mas se rebela quando se trata de deboche em rede nacional. Ainda bem!
Pedro Cardoso da Costa
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