Porto Velho (RO) sábado, 7 de junho de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Municípios

Índios e governador de Rondônia disputam controle de fazenda de 8.000 hectares



JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém
PABLO SOLANO
da Agência Folha

Índios da etnia ajuru e o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), disputam o controle de uma fazenda de 8.000 hectares perto da fronteira com a Bolívia, no distrito de Porto Rolim de Moura do Guaporé, município de Alta Floresta d'Oeste (541 km de Porto Velho).

Os ajurus dizem que são os donos da terra - cuja extensão é equivalente a mais de quatro arquipélagos de Fernando de Noronha - e querem que a fazenda seja desapropriada e convertida em seu território.

Cassol afirma que comprou a terra regularmente, em meados do ano passado, e que tem todos os documentos que legalizam a propriedade - pela qual ainda paga prestações.

"Não vou ficar quieto. Vou para cima", afirmou Cassol, por meio de sua assessoria, sobre como pretende reagir a um possível processo de demarcação, que ele considera "uma armação" de "inimigos políticos". Mas, se for obrigado a ceder as terras, afirmou que cumprirá a determinação legal.

Os índios já reivindicavam a demarcação da área há cinco anos, de acordo com o administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Ji-Paraná (RO), Vicente Batista.

Mas a disposição em começar o processo só teve início em julho deste ano, quando a antropóloga Ruth Henrique recomendou ao órgão que sejam feitos estudos sobre a etnia.

Batista disse que a questão dos ajuru é tratada como "prioridade" pela Funai, mas acha que a demarcação ainda vai demorar. "Isso exige antropólogos, um monte de coisa, e sabemos que falta estrutura."

A definição de uma terra indígena começa com a criação de um grupo de trabalho para a identificação da área e só se concretiza com a homologação pelo presidente da República. A assessoria da Funai em Brasília não confirmou a recomendação de Henrique.

Os ajuru mais idosos, de acordo com a antropóloga, relatam que seus pais foram retirados das terras no início do século 20, quando passou pela região o marechal e sertanista Cândido Rondon (1865-1958).

Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os índios dizem que Cassol destruiu vestígios de um antigo cemitério da etnia quando abriu as pastagens da fazenda e impediu o acesso a uma área valorizada em suas tradições.

Além disso, afirmou o conselho, o governador quer construir nas terras um hotel pesqueiro à beira do rio Guaporé.

A assessoria de Cassol negou qualquer dano à cultura dos indígenas e também a intenção de fazer um hotel. Ele só cria gados e "esfria a cabeça" no local, afirmou a assessoria.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Gente de OpiniãoSábado, 7 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Prefeitura de Ji-Paraná leva mais saúde aos caminhoneiros com o programa Jipa Cuida

Prefeitura de Ji-Paraná leva mais saúde aos caminhoneiros com o programa Jipa Cuida

A Prefeitura de Ji-Paraná, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), segue ampliando o acesso à saúde para públicos que mais precisam. Um

Em coletiva, prefeito Léo Moraes anuncia reajustes e melhorias para Saúde e Educação

Em coletiva, prefeito Léo Moraes anuncia reajustes e melhorias para Saúde e Educação

O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa na sede da Prefeitura, nesta quinta-feira (5), para apresentar os p

Somente nos primeiros cinco meses de 2025, Prefeitura de Porto Velho recolhe 56 mil toneladas de lixo e entulhos a mais que no mesmo período de 2024

Somente nos primeiros cinco meses de 2025, Prefeitura de Porto Velho recolhe 56 mil toneladas de lixo e entulhos a mais que no mesmo período de 2024

Somente nos primeiros cinco meses de 2025, a Prefeitura de Porto Velho retirou das ruas da cidade um total de 63.054 toneladas de lixo e entulhos. Com

Léo Moraes faz história e tira do papel a valorização que os servidores esperavam há anos

Léo Moraes faz história e tira do papel a valorização que os servidores esperavam há anos

Porto Velho vive um momento histórico na valorização dos servidores públicos municipais. Em menos de seis meses de gestão, o prefeito Léo Moraes est

Gente de Opinião Sábado, 7 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)