Porto Velho (RO) terça-feira, 16 de abril de 2024
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Viriato Moura

RÉQUIEM PARA ALEXANDRE MULLER


Na manhã desta terça-feira (3) fui surpreendido pela notícia do assassinato do dileto colega e amigo Alexandre Muller. O impacto foi maior, para mim e, certamente, para todos que tomaram conhecimento da tragédia, quando soubemos que o autor do crime foi seu próprio filho.

Gente de Opinião

A morte de Alexandre, por si, já seria motivo de desconforto afetivo para muitos dos que o conheceram. Para os familiares, certamente uma perda irreparável. Mas morrer vítima de alguém a quem por certo dedicou o seu amor na maior dimensão humana possível, é algo que nos faz refletir sobre a perdição que se alastra pelo mundo a ponto de se praticar o parricídio.

Convivi pouco com Alexandre, mas os contatos que com ele mantive, inclusive quando foi secretário estadual de Saúde, levou-me a deduzir que se tratava de alguém imbuído de bons propósitos em relação à sua função pública. Mesmo quando atuava nas fiscalizações da Vigilância Sanitária, era aberto ao diálogo e não me consta que tenha tomado medidas tendenciosas radicais que viessem a prejudicar quem quer que seja.

Lembro-me quando ele esteve comigo para conversarmos sobre possíveis soluções para os graves problemas que cronicamente vinham atingindo sua pasta. Infelizmente não deu tempo de pô-las em prática — logo em seguida fora surpreendido pela exoneração do cargo. Não é porque Alexandre partiu antes do combinado que destaco suas virtudes como homem público. Além do mais, pelo que sei, ele passou incólume pelo terreno minado por onde caminhou.

Alexandre Muller formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, em 1982, e se especializou em Medicina Preventiva Sanitária e do Trânsito. Em Rondônia, formou-se em Direito. Exerceu diversos cargos relevantes no setor de Saúde do  Estado, sendo o último deles o de secretário, no governo de Confúcio Moura. Sua morte precoce, aos 58 anos, certamente deixa uma lacuna entre os servidores públicos de Rondônia que prestam relevantes serviços em suas áreas de atuação.

Se outra dimensão existir como muitos acreditam,  será difícil para o dileto amigo, face as condições em que sua vida foi ceifada, descansar em paz. Mesmo assim, pela fraterna convivência que tivemos, cumpre-me suplicar que na transcendência onde agora habita exista a suprema chance de que um dia, no tempo eterno, possa encontrar a paz que este mundo material costuma nos negar.

À família enlutada, em meu nome e de todos os colegas nossos de minha equipe, minhas sinceras condolências.


Assista reportagem do SIC TV e comentário do jornalista Everton Leoni

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 16 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sem solidariedade e compaixão, ainda que saiba medicina, o médico não fará uma boa medicina

Sem solidariedade e compaixão, ainda que saiba medicina, o médico não fará uma boa medicina

As crianças ouvem tanto “não faça isso”, “isso não pode”, “isso faz mal” e tantas outras reprimendas que podem conclui que viver faz mal à saúde. O

A previsibilidade, num confronto, abre caminho para a derrota

A previsibilidade, num confronto, abre caminho para a derrota

A fé no imponderável, no divino, dá vida mais longa à esperança.O silêncio é duvidoso.A insegurança convence mais que a segurança.Quem nunca diz o q

A carência de nobreza rasteja entre a vaidade e a hipocrisia

A carência de nobreza rasteja entre a vaidade e a hipocrisia

Entre o que somos e o que gostaríamos de ser, caminham nossas frustrações.A conduta expectante precisa de conhecimento, experiência e sensatez para

Gente de Opinião Terça-feira, 16 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)