Terça-feira, 5 de dezembro de 2017 - 11h44
Silvio Persivo
Houve um tempo onde o jornal foi a única maneira viável de se manter informado, de se ter acesso as notícias. O jornalismo, nesta época, arrebanhava leitores, era o centro das atenções e, por isto mesmo, quando bem feito, se traduzia, de imediato, em gordas receitas publicitárias. O fim desta era de predomínio, e conforto, das mídias impressas se verificou com o surgimento da publicidade digital, e se agravou, depois, com as mídias sociais. O jornal, de fato, foi levado as cordas, de vez que as receitas se evaporaram. A publicidade diminuiu e o jornalismo passou a perder fatias expressivas de suas receitas. De forma que, início dos anos 2000, os jornais, as revistas, a mídia impressa, de uma forma geral, começaram a escorregar, alguns lentamente, outros, de forma acelerada, para o abismo.
A publicidade na mídia impressa perdeu proeminência e seus números, ainda mais comparados aos custos, pareciam minúsculos comparados ao alcance do meio digital, das redes sociais, capazes de atingir, e segmentar, um público cada vez maior. As receitas de impressão despencaram, a web assumia de vez o protagonismo e até se apregoava, reiteradamente, que era o fim do papel, que ninguém mais lia os papéis. O jornalismo teve que, rapidamente, se adaptar. As mídias de papel tiveram que aderir ao digital para sobreviver. As formas digitais tomaram, definitivamente, o palco e, como consequência, os jornalistas foram demitidos, as redações ficaram vazias, e a questão ficou reduzida a produzir conteúdo da forma mais barata possível. Claro que não foi a solução para os problemas, na medida em que a qualidade do jornalismo diminuiu sem impedir que uma sucessão de empresas fechassem suas portas. É uma competição desigual: mídias sociais proporcionam conteúdo gratuito. Jornalismo tem custos e custos elevados. Não tem como competir com preços livres. E o modelo de vida baseado na publicidade está morto e enterrado. É preciso um novo modelo.
Até agora não parece ter se encontrado este caminho. Mas, por outro lado, há uma explosão de mídia impressa e segmentada acompanhada de uma mortalidade muito elevada. Isto somente mostra que existe espaço, e mercado, para o jornalismo de qualidade; que, ao contrário do que muitos apregoam, o jornal, a revista, não vão morrer. Persiste, todavia, o grande problema como fazer um jornal, uma revista lucrativa. A mídia impressa, a velha e boa mídia impressa, tem lugar no mundo moderno, mas, precisa ser de boa qualidade, analítica, agregar informações relevantes. Num momento em que há uma falta de confiança generalizada nas instituições, nos políticos e nos poderes, que põe em risco a própria democracia, em que o capitalismo que garantiu a liberdade, o individualismo e a fé estão sendo questionado, as pessoas, cada vez mais, procuram quem possa lhes dar direção, parâmetros,
meios de entender a realidade e agir. Este é o papel dos jornalistas que farão a mídia impressa sobreviver. O caminho não pode ser o da rapidez do mundo midiático, do fast-food das notícias ou do desfile de fofocas sobre celebridades. O público já recebe isto de graça nas redes sociais. Já está viciado nos cliques. O jornal, a revista para criar um novo público precisa desintoxicar, ultrapassar o superficial e oferecer aos que procuram verdades, a melhor versão possível dela. Só isto não basta. Fazer jornal está além dos jornalistas. Ainda falta quem delineie uma forma lucrativa de fazer mídia impressa, mas, a crise é a mãe da invenção. Enquanto isto não acontece muitos jornais e revistas continuarão a morrer.
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