Porto Velho (RO) sexta-feira, 6 de junho de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Silvio Persivo

Copenhague pede um ponto de inflexão



Em dezembro próximo se realiza a Conferência de Copenhague, na Dinamarca, cujo principal objetivo é o de atualizar as decisões tomadas, em 1977, em Kyoto, no Japão, quando os países participantes da Convenção do Clima iniciaram uma tentativa de evitar o aquecimento da atmosfera e as mudanças climáticas que, naquela época, já apresentavam os sintomas que, hoje, são muito mais visíveis e já era claro o papel fundamental da queima dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) como uma de suas causas. Ocorre que uma coisa são as boas intenções; outra é, malgrado elas, o desprendimento necessário para reduzir os padrões de riqueza e de consumo ou encontrar substitutos adequados (e econômicos) para as formas vigentes de energia. Um balanço evidente é o de que somente um grupo de países europeus levou a tarefa a sério. E os países em desenvolvimento, os denominados emergentes, em especial a China, Índia e o Brasil, sempre tiveram mesmo como meta o desenvolvimento (crescimento melhor definiria a meta) do que diminuir as emissões e prejudicar o aumento dos seus produtos internos. O certo é que se avançou muito pouco, apesar de se constatar que com os avanços da tecnologia se produz muito mais com menor gasto e também se usa muito mais fontes de energia renováveis, porém, o esforço ainda é diminuto em relação aos danos que se causa ao planeta. 

Claro que não é um esforço simples nem fácil. Olhando para o passado se vê que os países ricos poluem a mais de cem anos e que só agora os países em desenvolvimento se tornaram emissores importantes, daí o argumento, até certo ponto lógico, de que é injusto exigir que estes países reduzam as emissões, exceto se pagos pelos ricos. A lógica termina de ser lógica quando se verifica que, ao poluir, estamos prejudicando a nós mesmos, logo não se trata de uma tarefa dos outros, mas, nossa na medida em que a questão é de sobrevivência mundial. Também os tempos são outros. Quando os países desenvolvidos poluíram não tinham a consciência que existe hoje. No entanto, apesar da entrada no palco muito depois, os emergentes respondem atualmente por metade das emissões de gases de “efeito estufa”, ou seja, a participação dos países em desenvolvimento é essencial para qualquer esforço sério de melhoria climática. 

É preciso que haja, por parte de todos, um maior comprometimento para que se reduzam as emissões para algo entre 25% a 40% até 2020, o que é uma meta factível, e a Conferência de Copenhague pode ser um marco desta mudança que deve preencher o fosso entre discurso e ação. O Brasil deve ter um papel maior e deve ultrapassar o discurso que tem sido sua única contribuição real. Neste sentido é preciso rever, em primeiro lugar, sua política ambiental para a Amazônia na medida em que é o desmatamento nossa fraqueza maior e este não será, como já se comprovou, reduzido efetivamente com a mera ação repressiva. É preciso mudar a política ambiental para a Amazônia e prover meios para que haja preservação sem impedir a sobrevivência e o desenvolvimento de sua população.

Fonte: Sílvio Persivo

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 6 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Gefion: o supercomputador que está transformando a inovação

Gefion: o supercomputador que está transformando a inovação

Você já ouviu falar no Gefion? Ele é o primeiro supercomputador da Dinamarca, e uma verdadeira potência tecnológica! Inaugurado em 23 de outubro de

O Impacto Negativo da Instabilidade Jurídica no Crescimento Econômico Brasileiro

O Impacto Negativo da Instabilidade Jurídica no Crescimento Econômico Brasileiro

No cenário atual, fica cada vez mais evidente que muitas autoridades e políticos parecem não entender o que realmente significa ter um negócio ou in

Bernardinho na “Semana S” inspirou jovens e líderes a superar desafios

Bernardinho na “Semana S” inspirou jovens e líderes a superar desafios

Fui, na sexta-feira 16 de maio, ao Talismã 21 participar da Semana S no dia dedicado aos empresários. Confesso que sem muita expectativa na medida e

Desvendando o amanhã: o que Ricardo Amorim nos ensinou

Desvendando o amanhã: o que Ricardo Amorim nos ensinou

No Fórum de Desenvolvimento Econômico de Rondônia, realizado nesta última terça-feira (29 de abril), o Governo de Rondônia marcou um gol ao encher o

Gente de Opinião Sexta-feira, 6 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)