Primeira Mão - 21/11/09

RISCO DE APAGÃO NAS RELAÇÕES
DO PMDB E DO PT DE RONDÔNIA

Há algo de estranho na vida de uma estatal de Rondônia, hoje comandado por gente de fora. Alguns dos seus diretores vivem a milhares de quilômetros daqui, na maior parte do tempo, mas todas as decisões emanam deles. Trata-se da Ceron, onde o único diretor local, o ex-vereador Inácio Azevedo, representante do PT, tornou-se apenas uma figura decorativa, sem qualquer poder decisório. Os dirigentes da empresa fazem parte da cota de indicações do PMDB nacional e o PT, que é governo federal, não está gostando nada da história. Nessa semana, inclusive, houve uma reunião em Brasília quando a senadora Fátima Cleide e o deputado federal Eduardo Valverde, dois dos três pré-candidatos petistas ao governo do Estado em 2010 foram ao ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, tratar do assunto. Oficialmente, Fátima e Valverde foram pedir que a Ceron seja retirada do Programa Nacional de Desestatização. Como pano de fundo, sabe-se que o pessoal do partido do presidente Lula em Rondônia está “por aqui” com o fato de não ter qualquer ingerência numa das mais importantes empresas do Estado. Os dirigentes da Ceron ignoram qualquer pedido emanado dos petistas, por menor que seja. Por isso, o partido em Rondônia quer que a Ceron volte a ser de Rondônia. E não dos cariocas do PMDB. O assunto ainda vai longe.

MISSA DIÁRIA

O caso que envolve o processo contra o governador Cassol no TSE tem muita fofoca, malidicência, desinformação, papo furado. A oposição reza missa todos os dias para que Cassol seja defenestrado, porque aí há alguma chance para ao menos alguns de seus representantes. Na vida real, contudo, a tendência hoje é de absolvição do governador. 


COR LOCAL

Enquanto isso, o presidente da ALE não quer falar sobre futuro antes da decisão do TSE sobre Cassol. Neodi é parceiro e fiel escudeiro do governador. Caso não aconteça nada, o que hoje é bem viável , Neodi vai à reeeição à ALE. Não pensa em disputar a Câmara Federal.  


FILME ANTIGO

Por falar em Assembléia, é preciso registrar: alguns deputados que fizeram o maior H, querendo as obras da nova sede, agora estariam querendo o dinheiro para suas emendas. Há sim parlamentares que para o presidente Neodi dizem uma coisa e para a imprensa outra. Filme velho, aliás. 


ÚNICA FONTE

O tempo está passando e uma das lideranças do Estado que poderão fazer a balança pender para um lado ou outro continua em silêncio sepulcral em relação a 2010. Dizem que nem o travesseiro dele sabe ainda o que o prefeito de Ji-Paraná, José Bianco, decidiu sobre sua participação na próxima eleição. Só ele sabe. 


ELE SABE!

O colunista de Veja, Diego Mainardi, peca apenas por sua parcialidade, como declarado opositor do governo Lula. Mas de vez em quando escreve como ninguém sobre temas que precisam ser do conhecimento da população. Na última edição da Veja, está imperdível artigo do Diego sobre a tal “Conferência de Comunicação”. 


MST E OUTROS

A Conferência é um caminho óbvio em que o governo tenta, por vias legais e envolvimento de alguns setores da sociedade que o apóiem, interferir e, é claro, controlar a imprensa. Fazem parte da tal Conferência representantes do MST e outros movimentos que todos já conhecem. Nem empresas jornalísticas nem jornalistas estão participando. Porque sabem muito bem o que a tal conferência pretende. 


AUTODESTRUIÇÃO

O Senado está mesmo em processo de desmoralização e autodestruição. A oposição, que não tem competência nem para criar uma CPI, partiu para a brincadeira, exigindo a convocação de um membro do grupo Cacique Cobra Coral, para explicar o apagão de dias atrás. Uma vergonha. 


E A VERDADE?

Mas o governo também tem culpa no episódio. Ao invés de falar a mais pura verdade, anunciando apenas que não sabe o que aconteceu para que 18 estados do país ficassem às escuras, começou a dar explicações esdrúxulas, algumas risíveis. Melhor se tivesse dito a mais pura verdade e anunciasse que quando descobrisse o que aconteceu, anunciaria à população. Muito simples. 


NÚMEROS FRIOS

Das 101 mortes registradas em homicídios em Porto Velho neste ano, quase a metade são de jovens e adolescentes, todos residentes em bairros pobres, onde as armas proliferam, os bandidos mandam e não há policiamento preventivo. Também assusta o número de menores envolvidos com o crime, embora algumas autoridades continuem teimando em dizer que a participação dos "di menor" na violência tem diminuído. 

Fonte: Sergio Pires - [email protected]  
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