Terça-feira, 30 de novembro de 2010 - 17h37
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Olivar, militante político, jornalista, acadêmico de letras, ativista cultural, sabe dos desafios que terá, mas está animado com as perspectivas do turismo e da cultura em Rondônia /ARQUIVO |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
PORTO VELHO – Julio Olivar, 37 anos, autor de dois livros e às vésperas de lançar o terceiro, contando a história de todos os administradores e prefeitos de Vilhena, não é apenas uma caixa de ressonância das coisas boas e das mazelas da região conhecida por Cone Sul do Estado de Rondônia. Sua visão extrapola os limites municipais, o que já demonstrou em diversas ocasiões.
Se ele tem a faca e o queijo na mão para assumir o desafio de exercer o cargo de superintendente de turismo, ele próprio dirá a partir de primeiro de janeiro. O que possui verdadeiramente, e isso é bem visível, são desafios existentes desde o advento do estado.
Membro da Academia Vilhenense de Letras, vive lutando pela conservação da memória estadual. Crítico em relação ao turismo, afirmou: “É um desperdício o absurdo e o pouco caso que dão ao setor, mesmo sabendo-se que ele pode se tornar-se um eixo econômico, além de significar mais qualidade de vida à população, por meio de investimentos que possibilitem mais conforto para todos”.
Há sete anos militando no PCdoB, o qual presidiu, chegando a se candidatar a vice-governador em 2006, Julio atravessou um enorme “Mar Vermelho” durante as acomodações político-partidárias da sua e de outras agremiações, desde o primeiro mandato do presidente Lula nas eleições deste ano, esse partido foi o primeiro a apoiar a candidatura do médico Confúcio Moura ao governo, ainda no primeiro turno das eleições.
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O dinheiro destinado à reforma do Museu Histórico de Guajará-Mirim corre o risco de retornar a Brasília. Situação do prédio não favorece a guarda de importantes relíquias. |
Pequeno orçamento
Em 2011 a Superintendência de Turismo (Setur) tem orçamento de R$ 2,2 milhões, baixíssimo diante do mais de R$ 6 bilhões do Estado. Por falta de prioridades, é uma pasta “apagada” durante sucessivos governos.
Entre outras situações que tiveram soluções adiadas encontra-se a reforma do Museu de Guajará-Mirim, cujos recursos federais, de R$ 800 mil, chegaram à conta bancária há quatro anos, mas a obra não sai e corre o risco de os recursos retornarem à União. O imóvel onde fica o museu é da década de 1930.
Confúcio Moura pretende futuramente transformar a Setur em secretaria, permitindo-lhe plena autonomia orçamentária e administrativa. Isso, no entanto, não invalida colaborações voluntárias para melhorar o setor. Inicialmente convidado por Confúcio Moura para assumir a Secel, Julio não quis, preferindo o turismo “para sentir o desafio”
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Amilcar Adamy, durante trabalho de campo na Zona da Mata: catalogação de áreas minerais com potencial turístico é pauta no SGB /MONTEZUMA CRUZ |
Catálogo das riquezas
Ouvido hoje por Amazônias, site do qual é um dos colaboradores, Julio antecipou que promoverá um amplo trabalho de catalogação das riquezas estaduais e se comprometeu a contratar turismólogos, historiadores, jornalistas e outros servidores “que possam definir estratégias para o turismo, além de difundir o nome de Rondônia para além-fronteiras”. Já foi informado de que o Serviço Geológico do Brasil (antiga CPRM) vem fazendo um levantamento das potencialidades minero-turísticas, trabalho supervisionado pelo geólogo Amilcar Adamy. Desta maneira, unirá o útil ao agradável.
“O site da Setur precisa ser atrativo e precisamos constar dos roteiros turísticos do País e no exterior, participando das redes sociais”, defendeu. “São medidas simples, mas que funcionam e que atualmente não são levadas em conta”, explicou.
Julio sabe que o potencial turístico rondoniense é grande. Disse que a proposta de turismólogos e o estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada é uma das principais orientações do governador eleito. Mas ponderou: “Antes de tudo, precisamos diagnosticar as potencialidades e as deficiências do segmento no Estado”.
Tradições, festas e estâncias
Lembrou que Rondônia possui riquezas arqueológicas, antropológicas, artísticas, fauna, flora e minérios imensuráveis, casarios (em Porto Velho), tradições centenárias (indígenas, caboclas, negras, sulistas, nordestinas), festas folclóricas e culturais, religiosidade (Procissão do Divino), pesca esportiva e ecoturismo em geral.
“É a própria ‘cara miscigenada’ que tem Rondônia o maior atrativo a exigir uma série de trabalhos”, reconheceu. Um dos meus objetivos na Setur é a criação do sistema de qualificação de estâncias, status ao qual seriam elevados alguns municípios, que passariam a ser prioritários. Exemplo disso é Vilhena, cujo potencial pode elevá-la a estância climática.
■ Antes de se tornar um dos coordenadores da campanha do candidato Confúcio Moura, Julio também militou na imprensa em Vilhena. Durante alguns anos editou o semanário Folha do Sul. Trabalhou também na TV Band, TV Rondônia e Rádio Meridional. Em todos eles procurou enaltecer o potencial turístico de Rondônia e denunciar a falta de políticas públicas para o segmento. Ou seja: deverá ser coerente com aquilo que sempre postulou.
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