Quarta-feira, 19 de setembro de 2007 - 02h31
O próprio governo admite falta de engajamento social e dos gestores locais para utilizar informações dos ZEEs
MONTEZUMA CRUZ
BRASÍLIA — Pioneiro no Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE), o Estado de Rondônia apresentou alguns aspectos inovadores em relação a outras iniciativas de zoneamento de áreas rurais e à maioria dos programas governamentais de desenvolvimento da Amazônia Brasileira.
Identificou-se, por exemplo, a existência de diferentes grupos sociais, notadamente, das populações tradicionais, com diferentes formas de interação com o meio, como variável a ser considerada no planejamento regional.
"Nem todos, porém, consideram o ordenamento territorial por meio do ZEE, a melhor solução para o planejamento socioambiental e para o desenvolvimento econômico sustentável, queixou-se na terça-feira o deputado Jorge Khoury (DEM-BA), autor do requerimento para a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
A experiência de Rondônia pode auxiliar os demais estados a adequar a exploração dos recursos naturais ao equilíbrio ecológico dos ecossistemas; compatibilizar a conservação dos recursos naturais à função social da terra, respeitando o direito de propriedade, conforme os preceitos legais vigentes. O ZEE rondoniense defende os interesses das comunidades indígenas, ribeirinhas e, em especial, dos seringueiros e dos pequenos produtores rurais, assegurando-lhes o direito de fixação em áreas cuja exploração permite a sustentabilidade do meio físico e ambiental.
Macrozoneamento amazônico
A Amazônia voltou a debater os seus zoneamentos. No entanto, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, há necessidade de o ZEE ser apropriado pela sociedade para de fato ser colocado em prática. "Falta o engajamento social e dos gestores locais para utilizar as informações do zoneamento", ele disse.
Segundo Vizentin, uma das prioridades do governo federal é o macrozonenamento econômico-ecológico do Brasil e da Amazônia Legal, integrando os zoneamentos feitos nos estados. Para o coordenador do Programa de ZEE do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Estevan Del Prette, a integração com outros instrumentos de políticas públicas, em especial do setor agrícola, é um desafio.
Na opinião do pesquisador-sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paulo Gonçalves Barreto, as pendências na jurisdição entravam o ZEE. Ele lembrou que o Pará fez o macrozoneamento levando em consideração áreas federais, mas o governo não seguiu esse planejamento no momento de delimitar as unidades de conservação perto da rodovia BR-163. "É preciso definir bem a responsabilidade pela terra", recomendou.
Lamentou a falta de informação sobre o tema e reclamou do foco equivocado no zoneamento. "Muitas vezes se discute a questão mais em porcentagem de ocupação do que nos reais objetivos do instrumento", disse Barreto. Ele também comentou a dificuldade de fazer zoneamento por pendências fundiárias.
Nos últimos três anos o Pará fez o ZEE, destinando 70% de suas áreas para preservação e os 30% já desmatados para produção.
"Infelizmente, o Brasil não está utilizando a política do zoneamento ecológico-econômico. Se assim o fizesse, os conflitos acabariam", afirmou em entrevista à Agência Amazônia, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Nilson Pinto (PSDB-PA). Leia aqui a entrevista de Nilson Pinto.
[email protected] - Agenciaamazonia é parceira do Gentedeopinião
De Periquitos ao Cine Embaúba, Nilsinho exibiu Bruce Lee e Zé do Caixão para alegria dos garimpeiros
Em Periquitos, o primeiro garimpo onde trabalhou, Nilsinho viu muito ouro em movimento. Falo de Eunilson Ribeiro, um dos personagens do meu livro "Ter
Do resgate de línguas indígenas, tupi faz aniversário de 20 anos em Rondônia
Faz 20 anos que o linguista Nilson Gabas Júnior, do Museu Paraense Emílio Goeldi, iniciava em Rondônia seu projeto de resgate da língua tupi. Ele visi
Tem morcego no curral? Chame o Governo
Quero hoje falar de morcegos. O governo estadual tem profissionais competentes que tratam do assunto. Em minha fase de repórter na comunicação social,
Fest CineAmazônia faz falta em tempos de violência e do fim dos pajés na região amazônica ocidental
Como faz falta o Fest CineAmazônia! No atual período de envenenamento agropecuário e ataques latifundiários madeireiros a acampamentos camponeses na r