Segunda-feira, 13 de janeiro de 2014 - 19h28
Título a R$ 400, parcelados em 12 vezes
MONTEZUMA CRUZ
De Brasília
Até em 12 prestações mensais de vinte reais, Mercado Livre e outros sites de compras estão vendendo na internet títulos, apólices e selos da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (The Madeira-Mamoré Railway Company) a Ferrovia do Diabo. O alerta foi feito hoje (13/1/14) pela Associação dos Amigos da Madeira-Mamoré. “São documentos históricos de Rondônia! Aparentemente, nem o Governo do Estado, nem a Prefeitura Municipal de Porto Velho se mexem para adquiri-los”, lamentou o presidente do conselho da entidade, arquiteto Luiz Leite de Oliveira.
É desconhecida a maneira como os sites conseguem documentos referentes à construção da ferrovia que ligava Porto Velho a Guajará-Mirim (fronteira Brasil-Bolívia) na primeira década do século passado. Conforme os anúncios do Mercado Livre, por exemplo, os documentos disponíveis da Madeira-Mamoré e de outras ferrovias brasileiras são procedentes de colecionadores de Goiás, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Todos têm a grife: artigo usado.
Este título original custa US$ 995
No entanto, conforme Oliveira, esta não é a primeira vez em que o governo estadual vacila no que diz respeito à posse de documentos e fotos originais da construção dessa ferrovia. “Quando se acidentou dentro de casa, em São Paulo, o falecido escritor Manoel Rodrigues Ferreira necessitou recursos financeiros para tratamento de saúde, e ofertou por preço acessível arquivos fotográficos da época em que escreveu uma série de reportagens para o extinto jornal A Gazeta e também os do lendário fotógrafo norte-americano Dana Merril. Nem lhe deram ouvidos”, queixou-se Leite.
O maior acervo fotográfico original da Madeira-Mamoré pertencera a Merril. Desde o final do governo militar em Rondônia, nenhum outro governo se interessou em adquiri-lo. Assim, as fotos foram levadas para o Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
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Oliveira: "Ninguém se mexe" |
Perdas diversas
O arquiteto, que já denunciou sucessivas vezes a transferência de um vagão inteiro do trem da Madeira-Mamoré para o terreno de uma mansão, no Lago Paranoá, em Brasília, disse que “sobram motivos para indignação”. “Levaram o vagão, sumiram com peças de porcelana, ferro e bronze, e até a caneta usada pelo presidente João Figueiredo para assinar o tombamento da ferrovia desapareceu sem vestígios”, disse Oliveira.
Não apenas Dana Merril fotografou a epopeia da construção da ferrovia mais famosa e isolada do Planeta. Visitando Porto Velho em 2010, o jornalista e escritor Gary Neeleman informava aos organizadores da 2ª Conferência Internacional de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico Brasil-Bolívia-Estados Unidos-Inglaterra que o fotógrafo Oscar Pyler também registrara o início da obra.
Neeleman encontrou em Americana (SP) latas com negativos de filmes mostrando a EFMM. Eles pertenciam à senhora Judith Jones, viúva de um dos confederados da Guerra da Secessão, nos Estados Unidos. Ela entregou-lhe os negativos e morreu no início dos anos 1980. Neeleman contou ao arquiteto Luiz Leite Oliveira que levou esse acervo para pesquisa nos Estados Unidos e trouxe-os de volta para provocar um debate no Brasil.
Veja os títulos da Galeria Numistória
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