Poemas InSensatos cantam a Amazônia

MONTEZUMA CRUZ

O mais recente livro do poeta Marcos Jorge Dias fala do ser humano amazônico em sua essência. Anteriormente havia publicado "A Face oculta", divulgada neste site. Com 33 páginas, editado pela Xapuri Socioambiental, Poemas InSensatos foi lançado em Rio Branco (AC) e pode ser solicitado diretamente ao autor pelo e-mail: [email protected]

Iêda  Vilas-Bôas diz no prefácio que, embora se intitule "noviço no vício", o poeta Marcos Jorge "se faz mestre em versejar". "Seus versos trazem um poeta maduro intelectualmente que, com capacidade tamanha, consegue misturar o ir e devir que permeiam a vida dos sensíveis habitantes desta esfera terrestre", ela dedstaca.

"Inspiração volátil e voluptuosa da vida que envolve o poeta e, de mansinho, nos apresenta outras estradas, outros caminhos imaginários, profundos, intensos, quentes...São Verões nos arraiais".

CAÇA E CAÇADOR

O predador espreita

memoriza os movimentos

analisa cada expressão

calcula a distância

A presa caminha

sem saber que está sendo observada

e no momento exato

o ataque

o caçador se lança

sobre a vítima

que se debate

dilacerada

saciada a fome

o caçador se vai

sem olhar o resto

da vida que se esvai

ALDEIA DIGITAL

Em minha aldeia digital

curumins psicodélicos

invadem cybercafés

hackeiam sites filosóficos

e pixam castanheiras

que teimam em rasgar o céu

em minha aldeia sideral

varadouros asfaltados exalam diesel queimado

de carros amontoados

no barranco do rio

que sangra látex avermelhado

em minha aldeia florestal

o sol se deita nas matas

ardente feito um amante para que a lua se levante

fogosa como uma cabocla

em noite de mariri