Terça-feira, 8 de março de 2011 - 14h50
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
O próprio dono de uma das mais movimentadas lojas compradoras de ouro em Porto Velho denunciava: semanalmente, saem pelo Aeroporto Belmonte trezentos quilos de ouro, em média, sem pagar imposto. Numa entrevista para O Garimpeiro, publicada na edição de 14 de outubro de 1985, o comerciante Paulo Ivan Freire Coutinho pedia que o jornal preservasse os nomes de outros seis estabelecimentos do ramo.
Na Redação do jornal, que ficava no Bairro Areal, os editores decidiam preservá-los, mas a matéria de Nelson Severino seria mais um indicativo para o reforço do policiamento estadual e federal durante o embarque de passageiros.
“É preciso acabar com essa escandalosa evasão. Tem que haver fiscalização permanente no aeroporto, nesses vôos para São Paulo”, apelava o comerciante. Na ocasião, a cotação alcançava 98 mil cruzeiros o grama.
O incontrolável contrabando do metal mais precioso dos garimpos rondonienses vinha ocorrendo a todo vapor. O comprador, geralmente de grandes cidades, vinha diretamente nos pontos e pagava um preço acima da cotação de mercado. E ainda saía com nota fiscal de algumas empresas para transportar o produto até a capital paulista. Criminosamente, essas empresas pregavam a primeira via da nota no bloco, anotando cancelado. Com isso, sonegava o imposto.
Inconformado com o lucrativo trambique para quem compra e para quem vende ouro, Coutinho mostrava ao governo rondoniense o prejuízo econômico que isso causava.
Não apenas saía prejudicado o Estado, mas as empresas que não apelavam para o expediente sujo. A dele estava no rol das empresas impossibilitadas de competir. Compravam pouco, já que os garimpeiros entregavam o metal a quem oferecesse mais dinheiro.
Era uma situação delicada para as autoridades fazendárias estaduais, que se viam obrigadas a transformar os costumeiros plantões no aeroporto por fiscalizações noturnas, bem mais rigorosas.
Os pontos de compra funcionavam como “agentes” dos comerciantes vindos de fora e cujo trabalho consistia em sair pela cidade beliscando pequenas quantidades que, em poucos dias formavam grandes volumes. E de grão em grão, a galinha enchia o papo. Uma super-galinha...
NOTA
(*) Na época fui um dos editores Do semanário O Garimpeiro, ao lado dos jornalistas Nelson Severino e Luís Roberto da Cruz.
E a repórter foi à ZBM, de bicicleta!
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