Segunda-feira, 12 de setembro de 2011 - 19h31
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Geoglifo 114, o mais novo da série de descobertas em Rondônia, fica num sítio no travessão entre as linhas 114 e 21, a 40 km de Nova Brasilândia /Especial JOAQUIM CUNHA |
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
PORTO VELHO, Rondônia – Rico em pedras, profundo e com dois igarapés próximos, o mais recente geoglifo descoberto na Zona da Mata de Rondônia já foi georreferenciado pelo pesquisadorJoaquim Cunha da Silva, que o conheceu em companhia do acadêmico de engenharia florestal da Universidade Federal de Rondônia, Ângelo Andrade, e da jornalista Leila Cunha, todos envolvidos no Projeto Identificação de Flora em Sítios Arqueológicos.
O geoglifo 114 fica no sítio de Patrocínio Cunha, no travessão entre as linhas 114 e 21, a cerca de 40 quilômetros de Nova Brasilândia do Oeste, distante 500 quilômetros de Porto Velho, capital rondoniense. “Notamos morros de mais de 450 metros de altura no sítio que localiza em uma planície de 199 metros de altura, com terrenos de várzea”, contou Joaquim Cunha.
Roni Cunha, filho de Patrocínio, guiou a equipe até o local, a 500 metros da sede do sítio. Ele disse que após uma derrubada foi possível localizar as valetas medindo quatro metros de largura por um metro de profundidade. Andando e marcando pontos de GPS por aproximadamente 20 minutos, eles constataram a forma circular: 100 m de raio; 3,15 hectares de área, e 628,25 de circunferência.
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Geoglifo circular na Zona da Mata já está georreferenciado. É mais um desafio para universidades, Iphan, Ibama e estudiosos /Especial JOAQUIM CUNHA |
Castanhais, bacuri, cerâmicas
Observaram ainda que uma castanheira derrubada que germinou na valeta e seus anéis permitirão datar a idade do abandono da aldeia. Segundo Joaquim, materiais líticos, cerâmica, urnas funerárias e três hectares de terra preta indígena também contribuirão nesse estudo. Próximo à terra preta uma lavoura de café se desenvolve muito bem.
“Necessariamente, não precisa estar próximo a esses indícios, pois as civilizações antigas tinham um planejamento de locais para lavoura, cemitério, huacas (lugares sagrados) e casas”, comenta Joaquim Cunha. Ele também percebeu castanhais no entorno do geoglifo 114 e palmeira ouricuri (bacuri para os sitiantes).
Com o empenho das crianças que acompanhavam a equipe, logo apareceram os primeiros cacos de cerâmica e material lítico, próximos dos pés de café. A lavoura foi arada, pondo esses artefatos à flor da terra. A terra preta tem profundidade de um metro e dista meio quilômetro do geoglifo 114.
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Menina mostra uma pedra recolhida num trecho da vala do geoglifo que entra na lista das descobertas dos pesquisadores /Especial JOAQUIM CUNHA |
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Pedra desenhada exige estudos no Museu Regional de Arqueologia em Presidente Médici, na Universidade Federal de Rondônia e no Iphan /Especial JOAQUIM CUNHA |
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Joaquim Cunha observa a terra preta, riqueza encontrada em Rolim de Moura, Alta Floresta do Oeste e agora em Nova Brasilândia /DIVULGAÇÃO |
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