Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 - 13h54
Montezuma Cruz
A exemplo de outras regiões brasileiras, em Rondônia a escola não consegue mais atrair o jovem. Dois anos atrás, levantamento do Ministério da Educação (MEC) revelava a existência de 620 mil crianças e jovens fora da escola na Amazônia.
Em discurso recente, durante posse de diretores e vice-diretores de escolas interioranas, o governador Confúcio Moura bradou e lamentou o total de 90 mil jovens desinteressados pela escola. Esse número faz parte de pesquisa à qual ele recorre para demonstrar espanto e dor.
Segundo o MEC, na década 2002-2012 a quantidade de matrículas no ensino médio caiu de 8,7 milhões para 8,3 milhões.
Até o momento, não se ouviu da parte dos demais componentes do mando público lamento semelhante ao do governador: pressupõe-se que, tendo assessores que leem ao menos mensagens de “uatisapi”, prefeitos municipais deveriam cumprir o sagrado dever de se antenar com a inquietude de Confúcio. Deveriam reagir, mas parecem moucos.
O anúncio da debandada de alunos soa como bofete no rosto do governo. A esperada ressonância ao discurso do governador diluiu-se em meras linhas de jornal e na internet.
Cara de paisagem não combina com a imagem de um estado pujante, no qual pequenos produtores, sem terra, camponeses, sem nada, têm peso semelhante a grandes produtores agrícolas, exportadores, ao próprio governo. Distoa do estado com o badalado oitavo Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) brasileira.
Sem mais delongas, ninguém moveu uma palha para diminuir a dor, e ela não está apenas no peito do governador, mas em nós todos.
Prefeitos, secretários municipais de educação, vereadores, conselhos tutelares, clubes de serviço, Maçonaria, entidades, não devem alimentar comodismo diante de tão delicado momento na história recente deste estado.
Resgatar o jovem para a escola fundamental, ensino integral e outros atrativos criados a cada quatriênio pelo Ministério da Educação é a saída? Onde eles estão? Nas lan houses, nas esquinas, nos becos, e lamentavelmente, no quarto de casa. Fugindo do bom saber, mergulhando na droga tão nociva quanto a ignorância política mencionada por Bertolt Brecht e Paulo Freire.
Não entra no mérito dessas observações, a combalida guarnição das fronteiras pátrias, numa extensão superior a 17 mil quilômetros.
A cada pesquisa encomendada pelo MEC ou gratuitamente oferecida, fica evidente que escolas precisam melhorar ao máximo possível serviços já disponíveis. Necessário se faz garantir professores presentes e preparados, melhorar a infraestrutura, usar novas tecnologias durante as aulas e zelar pela segurança no ambiente escolar.
Grande parte disso, o governo estadual tem feito desde o primeiro mandato. Mas o sistema quer sempre mais.
O que pensam a respeito da escola, jovens de baixa renda? Quais as razões que os desmotivam a frequentar as aulas?
Rondônia tem 52 municípios. Espera-se que os prefeitos se pronunciem já. Ninguém sabe o que o calado quer.
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