Domingo, 11 de março de 2018 - 14h01
MONTEZUMA CRUZ
Em Porto Velho
Nóis mói ele, nós debulha ele foi talvez a frase botinuda da semana, produto do desastrado diálogo flagrado pelo grampo beiradeiro até o momento não esclarecido pela Polícia Federal, tampouco por vítimas e praticantes.
Há outra: “Não se pode nem conspirar na intimidade”. Ambas são candidatas às mais risíveis falas do ano. A primeira contrasta fortemente com o linguajar original das raízes porto-velhenses.
Na condição de bola da vez, o escândalo possivelmente praticado pelo MDB para canibalizar o presidente da Assembleia, Maurão de Oliveira, induz o eleitorado a se esquecer de outros, a exemplo das propinas pagas na construção da Hidrelétrica Santo Antônio, por exemplo, envolvendo o ex-governador Ivo Cassol.
Lá se foram alguns mensalões a partir da Lei 1776, abrindo o espaço protegido pela Constituição do Estado à edificação da usina. E as Centrais Sindicais caladas sob o comando daquele ínclito senhor Paulinho da Força?
Maurão queria suceder Confúcio Moura, espantou-se com o crescimento da possível candidatura do vice, Daniel Pereira, e teria sido estimulado a tentar o golpe, amparando-se no apoio do colega deputado Jesuíno Boabaid.
Nenhuma novidade para quem se der ao exercício de memória e constatar novamente que o atual esperneio no âmbito emedebista é quase idêntico àquela refrega de Jerônimo Santana e Múcio Athayde Froes contra “o resto do partido”, nos anos 1980.
Ou seja, o “goela abaixo” funciona nesta terra há mais de 30 anos. E o eleitorado militante conhece o jeito das maquinações, embora tenha se acostumado a degustar a farofa.
Se Confúcio sair mesmo para o Senado Federal, renunciando à renúncia da candidatura, aí é que Maurão sepultará de vez por todas os seus intentos. O clima fervilhou, a vergonha parece corar até o rosto do frade de pedra.
Não haveria procissão ou culto evangélico suficientes para reverter o quadro desastroso nesse intervalo entre março e abril, respeitando-se o calendário eleitoral. Quanto mais, impeachment por causa da ponte de Ji-Paraná.
Quando ao vice-governador, legítimo e legal sucessor, aconselhado a ponderar a respeito de apressadas substituições, certamente irá aparar arestas, medindo cada passo e fazendo campanha inteligente.
Daniel Pereira sabe o tamanho do andor e mesmo com o abalo judicial sofrido por um dos seus fortes aliados, o senador Acyr Gurgacz, ele tem apoio para concluir o mandato no Palácio Rio Madeira, e concorrer à sucessão, se assim se credenciar.
Contingências do destino de cada um dos protagonistas desse cenário semi-dantesco contribuem para o sepultamento da investigação do grampo.
Na verdade, nomeações e substituições em diversos escalões do poder soam forte e interessam muito mais. Virão algumas costuras. Pois não é?
A semana começa com ares assim de “tudo como dantes no Quartel de Abrantes” e só se alteraria se houvesse notitia criminis de quem se supõe manchado ou prejudicado pelo lamaçal da escuta telefônica e do resgate dos cargos.
Alguém sente alguma nódoa ou lama nas calças ou no paletó? O palácio caiu por causa do DER ou da PM? Nada, segue impávido.
E a dupla parlamentar, para surpresa dela mesma, ficou assim, moída e debulhada. Praticamente sem condições éticas e morais para desvendar [ou debulhar] a autoria do grampo que as desnudou.
De Periquitos ao Cine Embaúba, Nilsinho exibiu Bruce Lee e Zé do Caixão para alegria dos garimpeiros
Em Periquitos, o primeiro garimpo onde trabalhou, Nilsinho viu muito ouro em movimento. Falo de Eunilson Ribeiro, um dos personagens do meu livro "Ter
Do resgate de línguas indígenas, tupi faz aniversário de 20 anos em Rondônia
Faz 20 anos que o linguista Nilson Gabas Júnior, do Museu Paraense Emílio Goeldi, iniciava em Rondônia seu projeto de resgate da língua tupi. Ele visi
Tem morcego no curral? Chame o Governo
Quero hoje falar de morcegos. O governo estadual tem profissionais competentes que tratam do assunto. Em minha fase de repórter na comunicação social,
Fest CineAmazônia faz falta em tempos de violência e do fim dos pajés na região amazônica ocidental
Como faz falta o Fest CineAmazônia! No atual período de envenenamento agropecuário e ataques latifundiários madeireiros a acampamentos camponeses na r