Segunda-feira, 14 de novembro de 2011 - 07h31
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
Não demorou muito para que os grupos Paranapanema, Brumadinho e Brascan/British Petroleum, todos exploradores de cassiterita, enviassem também seus emissários para a pesquisa do ouro no Rio Madeira. Em 1985 Samuel Hanan, então presidente da Brascan, alardeava que a produção mecanizada desse metal era estratégica.
A Delegacia da Receita Federal em Porto Velho divulgava que em 1984 um total de 36 bilhões de cruzeiros havia deixado de girar no mercado, em conseqüência da perda de uma 1,5 mil t do ouro, volume que proporcionaria uma arrecadação de 456 milhões de cruzeiros em imposto único sobre minerais.
Novos grupos aportavam na capital rondoniense num período em que a produção de Serra Pelada (PA) havia caído muito: se antes havia conseguido produzir entre 150 e 200 quilos de ouro por dia, em 1985 não passava de sete a oito. A Assessoria Especial de Ouro da Caixa Econômica Federal informava então que, de maio de 1980 – data da criação daquele garimpo – até 31 de dezembro de 1984, a produção de ouro somava 102 toneladas, o equivalente a 700 bilhões de cruzeiros.
Três anos depois do nascimento do novo estado brasileiro, outras empresas ancoravam na capital na mesma época em que a C.R. Almeida se associava à Companhia de Mineração de Rondônia (CMR) para explorar uma mina em Ribeirão, a 250 quilômetros de Porto Velho.
Dez quilos por mês, duzentos homens trabalhando, perspectivas de outros quinhentos empregos diretos e 40 bilhões de cruzeiros em investimentos gerais. Assim embalavam o sonho de um grupo que dimensionava o recorde de seis toneladas de ouro – algo inédito em 1985 –, o maior projeto do País.
Também associada à CMR, a Ster, de São Paulo, começava a dimensionar depósitos auríferos por meio de estudos geomorfológicos e sondagens mecanizadas. Um ano antes, a empresa havia executado 100 quilômetros de perfis.
Trabalhando na região de São Sebastião do Abunã, a equipe de 30 homens do Consórcio Elmo/Saurer foi atacada pela malária. Os serviços ficaram três meses paralisados e muitas dificuldades foram enfrentadas, inclusive financeiras.
Não tirava os olhos das pesquisas de ouro no Pará e em Rondônia. Em 1985 o diretor de operação para ouro, Antônio Luiz Sampaio de Almeida (ex-superintendente do Projeto Radam Brasil) anunciava investimentos de três milhões de dólares em pesquisas na Amazônia.
A CCO pesquisava cassiterita e ouro numa área de 20 mil hectares nas proximidades de Fortaleza do Abunã. Notando a movimentação desses grupos, o Grupo Casas da Banha, do Rio de Janeiro, anunciava seu interesse em criar uma subsidiária para explorar ouro aluvionar.
E a Soloservice S/A, “carimbada” pela tentativa de despejar garimpeiros em Nova Vida, ainda incorporada ao município de Ariquemes, passava a atuar na região de Costa Marques, perto dos igarapés Saldanha e Rio Branco. A empresa fora beneficiada pelos alvarás 1.563 e 1.564 para pesquisar berilo e magnetita numa região com ocorrência de ouro e de cassiterita.
Em 1984 a Soloservice fora temporariamente beneficiada por uma liminar de manutenção de posse contra cerca de três mil garimpeiros que extraíam ouro de uma mina em Nova Vida. No entanto, o juiz de Direito em Ariquemes, José Gurgel do Amaral Neto, não citava um só garimpeiro. Sem réu, a ação perderia o sentido.
A Soloservice não perdeu tempo nas suas pretensões, porém freou. E a PM desistia de ir ao local onde se concentravam os garimpeiros, mesmo com ordenação de despejo. O Tribunal de Justiça julgava um mandado de segurança impetrado pelos garimpeiros, por meio do advogado Amir Lando. O relator, desembargador José Clemenceau Pedrosa Maia, revogava a liminar, pois a lei era clara: “Qualquer ação só poderia ser levada adiante quando da existência de um réu.
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