Terça-feira, 30 de junho de 2015 - 19h12
Montezuma Cruz
Em Porto Velho
Treze trabalhadores morreram vítimas de intoxicação exógena (externa), 219 tiveram cura sem sequela, seis foram curados com sequela e não se sabe o que ocorreu com outros 49.
Do total de 288 trabalhadores vítimas desse tipo de acidente grave no estado de Rondônia, 70% são afrodescendentes, 58,5% analfabetos e apenas um tem curso superior completo.
O relatório elaborado pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Secretaria Estadual de Saúde, e pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde denomina-se Análise dos casos de intoxicação exógena, acidentes graves de trabalho e com material biológico no estado de Rondônia no ano de 2014.
“A intoxicação exógena é a consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas”, explicou hoje (30) a gerente do Cerest, enfermeira do Trabalho Ana Flora Camargo Gerhardt.
O agrotóxico [herbicida agrícola] é o primeiro na lista desse grave problema de saúde nas zonas urbana e rural. Dela também constam medicamentos, raticidas, alimentos e bebidas, veneno doméstico, produtos de uso domiciliar e químicos. Ana Flora reforçou o pedido de atenção à primeira Cartilha do Trabalhador elaborada pelo Cerest, na qual detalha seis tipos de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, de acidentes e psicossociais.
A região do Vale do Jamari tem o maior número de notificações, seguida das regiões do Café, Cone Sul, Zona da Mata, Central e Madeira-Mamoré.
Segundo o relatório Cerest/Sinan os 109 trabalhadores mais intoxicados estão na faixa de 20 a 39 anos e 21 têm acima de 60. Do total, 50 não eram empregados registrados, 33 registrados, 12 aposentados, dez desempregados, oito avulsos, seis temporários, dois servidores públicos e até um empregador.
Emissões de comunicado de acidentes de trabalho revelam a gravidade da exposição por agrotóxico: a estatística apurou oito casos em consequência de pulverização de produtos, três casos de diluição, um durante a colheita, um na desindetização, um na produção e aponta 274 casos ignorados ou com falta de informações.
O QUE FAZ O CEREST
❶Qualquer trabalhador formal ou informal, urbano ou rural, domésticos, autônomos, com e sem carteira assinada, desempregados, aposentados de empresas públicas ou privadas, com doenças e/ou acidentes causados pelo trabalho pode ser atendido pelo Cerest.
❷O Cerest presta acolhimento ao trabalhador e trabalhadora acometidos por doenças relacionadas ao trabalho e/ou ocupacionais e acidentados, ou mesmo àquele que precisa apenas de esclarecimentos na área. Cabe ao setor de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) informar ocorrências ao INSS, a fim de garantir aos familiares do trabalhador benefícios previdenciários quando ele fica afastado do trabalho mais que 15 dias.
❸O Cerest não pode fazer: curativos, aplicação de medicamentos e tratamento em geral. Não fornece atestados admissionais, demissionais e periódicos, laudos técnicos e programas específicos. Porém, acompanha e registra agravos e acidentes, por meio do sistema de notificações compulsórias e articula toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para assistência à saúde dos trabalhadores.
Comunique acidentes de trabalho ao Cerest: 0800 647 5300 FREE0800 647 5300
De Periquitos ao Cine Embaúba, Nilsinho exibiu Bruce Lee e Zé do Caixão para alegria dos garimpeiros
Em Periquitos, o primeiro garimpo onde trabalhou, Nilsinho viu muito ouro em movimento. Falo de Eunilson Ribeiro, um dos personagens do meu livro "Ter
Do resgate de línguas indígenas, tupi faz aniversário de 20 anos em Rondônia
Faz 20 anos que o linguista Nilson Gabas Júnior, do Museu Paraense Emílio Goeldi, iniciava em Rondônia seu projeto de resgate da língua tupi. Ele visi
Tem morcego no curral? Chame o Governo
Quero hoje falar de morcegos. O governo estadual tem profissionais competentes que tratam do assunto. Em minha fase de repórter na comunicação social,
Fest CineAmazônia faz falta em tempos de violência e do fim dos pajés na região amazônica ocidental
Como faz falta o Fest CineAmazônia! No atual período de envenenamento agropecuário e ataques latifundiários madeireiros a acampamentos camponeses na r