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Montezuma Cruz

Grupos de autocuidado ultrapassam a barreira do estigma e do preconceito contra hanseníase em Rondônia


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Grupos de autocuidado e profissionais de saúde
produziram alimentos no ano passado

Na programação do Janeiro roxo deste ano, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) mostrará a outra face dos pacientes em cuidados com hanseníase, informou a enfermeira Albanete Araújo de Almeida Mendonça, pós-graduada em Saúde Pública e Doenças Tropicais, técnica da Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase.

O trabalho de grupos de autocuidado na produção de alimentos já é importante para a redução do estigma e do preconceito contra pessoas vítimas dessa doença curável, desde que diagnosticada preventivamente.

Dois anos atrás, Rondônia ocupou o 6º lugar no coeficiente de detecção de hanseníase, atrás dos estados do Piauí, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. Números de 2017 estão em fechamento.

Dados parciais do ano passado revelam a existência de 493 novos casos de hanseníase em Rondônia, dos quais, 24 em menores de 15 anos. No ano anterior eles totalizaram 471.

Em Porto Velho e no interior grupos de autocuidado começam a conquistar mercado para venda de bolo de banana, brigadeiros de mandioca, sanduíches naturais, sucos detox, pães e roscas. Esse empreendedorismo assemelha-se a outros promovidos pela Emater-RO e por fundações.

Os grupos funcionam em Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Jaru, Ji-Paraná, Ministro Mário Andreazza, Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé, Vilhena, e na Policlínica Oswaldo Cruz e no Hospital Santa Marcelina, em Porto Velho.

“As pessoas obtêm renda e todo paciente assíduo no grupo tem direito a participar de oficinas”, anunciou Albanete Araújo Mendonça.

Em 2017, oficinas de doces, panificação e sucos obtiveram bom resultado. Uma participante da capital, atendida na Policlínica Oswaldo Cruz, conseguiu clientela em diversas faculdades.

No final do ano, o grupo de Porto Velho vendeu centenas de panetones e roscas no período que antecedeu o natal.

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Bolo de banana é um dos itens da gastronomia

Desde 1990, parcerias firmadas com a organização NHR Brasil [entidade sem fins lucrativos de Direito Privado com sede em Amsterdã, Holanda] permitem aos estados cuidar melhor de pacientes hansenianos.

Se, no ano passado, grupos de autocuidado se dedicaram com êxito à gastronomia em algumas cidades de Rondônia, neste ano elegeram a fabricação de biojoias com sementes regionais, cujo projeto está em andamento. A oficina específica será realizada em abril.

Segundo a enfermeira, a NHR custeou o trabalho de uma nutricionista para orientar os grupos e ela atendeu à clientela de todo o estado. Durante o curso, pacientes também se dedicaram à fabricação de aventais, tocas e livro de receitas.


ALTA INCIDÊNCIA

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, os 27,58 casos por 100 mil habitantes, e de 5,55 casos/100 mil em crianças abaixo de 15 anos ocorridos no ano passado exigirão mais ações do Programa Estadual de Controle.

A Organização Mundial de Saúde considera Rondônia alerta para a magnitude da doença na Amazônia. Áreas sob controle têm dez ou menos casos por 100 mil habitantes, porém, em 2016, Rondônia chegava a 26,35/100 mil, “muito alta” para os parâmetros do Ministério da Saúde.

O Programa de Controle mobiliza municípios na capacitação de equipes de saúde da família; atualiza profissionais em fóruns e seminários; supervisiona e oferece apoio técnico e logístico; e promove mutirões de atendimento em municípios com problemas operacionais e de importância epidemiológica.

PRIORIDADE

Seguindo metas da Coordenação Nacional de Hanseníase, a Agevisa pretende alcançar a faixa etária de 20 a 49 anos, considerando-se o alto risco de adoecimento. Ao mesmo tempo, dará atenção ao público masculino, com 60 anos ou acima disso, mais exposto.

Sintomas de hanseníase incluem: sensação de formigamento ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular, com dificuldade para segurar objetos.

O QUE É

►Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável suscetível. Embora tenha cura, ela pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.

►As pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de caroços, manchas avermelhadas e esbranquiçadas, geralmente dormentes, em qualquer parte do corpo, principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente.

► Desde 1954, o último domingo de janeiro é o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, criado pelo jornalista francês Raoul Follereau. O tema da campanha nacional de 2018, escolhido pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) é Todos contra a Hanseníase.

Leia mais:
Número de casos de hanseníase cai em Rondônia,
mas Agevisa mantém alerta à população para a gravidade da doença

 


Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Agevisa
Secom - Governo de Rondônia

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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