Terça-feira, 18 de agosto de 2015 - 11h35
Margens da BR-319 ardem com fogo provocado em áreas de pastagem/Foto Ésio Mendes
Montezuma Cruz
Em Porto Velho
Incêndios e queimadas obrigaram o Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBM-RO) a reduzir escalas de serviço de 24h por 72h (folga) para 24h por 48h, retirando servidores da área administrativa para apagar incêndios no estado. Em apenas uma semana, de 12 a 17 de agosto, o número de focos ativos e inativos de calor subiu para 5,37 mil.
“Chegamos ao ponto crítico em incêndios urbanos, agora a mobilização é total e irrestrita para evitar o alastramento do fogo para unidades florestais”, afirmou nesta terça-feira (18) o coordenador de operações, tenente-coronel Lindoval Leal.
Durante o período da manhã, o efetivo de 80 homens e mulheres em atividade na capital [grande parte do setor administrativo] recebeu instruções gerais para debelar queimadas urbanas e rurais em Porto Velho, onde o número de focos chegava a 2,21 mil na manhã desta terça-feira.
Eles conheceram o uso do aparelho de rádio-comunicação, a capacidade dos caminhões ABT (autobomba tanque), o transporte de mochila em zonas urbanas e rurais, e o básico: chegada ao local, estudo de situação, combate e rescaldo.
Aproxima-se da situação de 2010 o atual período de seca e calor em Rondônia, cujas temperaturas já alcançaram 40 graus ºC. “Faltam pouco mais de 960 focos. Já existe sobrecarga de trabalho aos hospitais, em decorrência de problemas respiratórios”, informou o diretor de comunicação social do CBM-RO, tenente-coronel Nivaldo de Azevedo Ferreira.
Segundo Ferreira, são tantas as dificuldades que, do total de 40 solicitações diárias à Seção de Combate a Incêndios, o atendimento médio não chega a 20. “Tem muita queima em terrenos urbanos; enquanto apagamos o fogo neles, alguém pode precisar das equipes em residências, por diferentes situações, daí o apelo à conscientização: evitem o fogo proposital”.
Empresas distribuidores de combustíveis com depósitos e setores de abastecimento na margem do Rio Madeira estão em alerta, no sentido de evitar super aquecimento e risco de fogo ao redor dos depósitos e bombas. Há duas semanas ocorreram queimadas no pátio da antiga estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Avenida Calama, Porto Velho, 7h30: fumaça cobre a pista, ameaçando o tráfego / Foto Ésio Mendes
Quase igual a 2010
Com área de 34 mil Km², superior à do estado de Sergipe, Porto Velho aproxima-se nos próximos dias da situação de 2010, a pior nesta década, quando teve 2,98 mil focos de calor no período de 1º de janeiro a 17 de agosto.
“A gente fica até desolado com a insistência na prática do erro. No final de semana ouvi conversa [possivelmente de produtores rurais] na região de Humaitá (AM), e um dizia para o outro que só esperava a fiscalização do Ibama se distanciar um pouco para queimar uma área destinada a pastagem”, lamentou o tenente-coronel Lindoval Leal.
A estiagem é tão amarga quanto à ocorrência de fogo em terrenos urbanos [alguns abandonados] e propriedades rurais: em agosto, o índice pluviométrico até agora é de apenas 0,2 milímetros, ínfimo, quase inexistente.
Segundo levantamentos da Estação de Porto Velho do Serviço Geológico do Brasil -CPRM, março e abril foram os meses com recordes de chuvas: 295,1 mm e 317,7 mm respectivamente. Em agosto de 2014, ano de enchentes no Rio Madeira e nos seus principais afluentes, o mês de agosto foi diferente, pois o índice pluviométrico marcou 38.2 mm.
Levantamento feito pela Coordenadoria de Operações, Ensino e Instrução do CBM-RO, tomando-se por base, também, dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revela os municípios que mais queimaram em Rondônia, no período de 12 a 17 de agosto: 1º Porto Velho (2.216 focos), 2º Nova Mamoré (989), 3º Buritis (375), 4º Cujubim (337), 5º Candeias do Jamari (317), 6º Vilhena (210), 7º Machadinho do Oeste (200), 8º Monte Negro (185), 9º Alto Paraíso (84), 10º Ariquemes (62), 11º Rio Crespo (52), 12º Costa Marques (41), 13º Nova União (34), 14º Pimenta Bueno (33), 15º São Miguel do Guaporé (23).
Até a manhã desta terça-feira (18), nenhuma prefeitura municipal decretou estado de emergência.
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