Sábado, 22 de março de 2008 - 12h37
MONTEZUMA CRUZ
[email protected]
Amazonas, Rondônia e Tocantins não têm. Mato Grosso tem cinco. O Amapá, dois. Roraima e Acre, um cada. Falo do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps Ad), que apresenta um déficit lamentável e preocupante na região norte do País.
Corredor de drogas e cada vez mais repleta de dependentes químicos, a Amazônia vive esse flagelo, tão avassalador quanto a falta de saneamento básico nas cidades. Tão cruel quanto a malária, a hepatite, a AIDS e a tuberculose.
O general-de-brigada Álvaro de Souza Pinheiro, analista militar especialista em Guerra Irregular ([email protected] Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo) lembrou recentemente que a América Latina é, hoje, internacionalmente reconhecida como uma das mais pacíficas regiões do mundo. "Apesar das sandices irresponsáveis de Hugo Chávez, as ameaças de agressões externas são extremamente remotas. Entretanto, a existência de determinadas situações em alguns estados nacionais pode criar crises capazes de afetar a estabilidade regional.
Movimentos revolucionários radicais e sua associação com o narcotráfico, contrabando de armas, lavagem de dinheiro e um fluxo de migrações difícil de controlar são condições que podem acarretar graves problemas transnacionais".
O País que já tem 186 milhões de habitantes necessita 1,8 mil Caps Ads. Em 2007 eles não passavam de 165. Mesmo assim, as autoridades da saúde entendem que o número cresce bem, já que, em 2003, esses centros não passavam de 58. Devem saber, também, que o consumo de drogas aumentou ainda mais. Belém, Porto Velho, Manaus e Rio Branco que o digam.
A rede de atendimento às vítimas do álcool e das drogas denominadas "pesadas" precisa melhorar, reconhece em nota o Ministério da Saúde. O que dizer dos leitos hospitalares? Em São Paulo , a maior cidade da América do Sul, existem apenas 38 mil leitos em hospitais psiquiátricos e cerca de 2,4 mil nos hospitais gerais. É o que aponta o coordenador da Área Técnica de Atenção ao Dependente de Substâncias Psicoativas da Secretaria Municipal de Saúde, Sérgio Seibel. A Amazônia se resume aos números mencionados no início do comentário.
O braço das armas
Mudando a faixa do disco, examinamos a atuação policial. Há seis anos, agentes federais localizaram 33 aeronaves usadas pelo narcotráfico no chamado Nortão de Mato Grosso. Desse total, 19 estavam em hangares em Matupá, duas em Guarantã do Norte e – pasmem! – 12 no aeroporto internacional de Alta Floresta, considerado um dos mais importantes da Amazônia brasileira.
As aeronaves foram colocadas sob suspeita pela Polícia Federal, e na versão daquela instituição "poderiam ser usadas no tráfico de drogas e contrabando de armas". No entanto, sem meios para removê-las para um hangar policial, os agentes se limitaram a lacrá-las mantendo-as nos locais onde foram localizadas. O resultado disso, todos sabem. É uma situação semelhante à da madeira nobre, motocicletas e carros apreendidos e abandonados em quintais da Polícia Rodoviária Federal.
Só no Nortão e no Sul do Pará a PF constatou a existência de mais de 400 pistas de pouso clandestinas ou sem homologação. Um absurdo. Esse conjunto estrutural que permite pousos e decolagens na floresta abre espaço ao narcotráfico e aos contrabandistas de armas. Bem, não há novidade no que aqui repito.
Tudo dominado?
Novamente, Álvaro Pinheiro alerta: "O espectro do narcoterrorismo, internacionalmente caracterizado pelo triângulo letal integrado por narcotraficantes, terroristas e contrabandistas de armas, enfatizando atividades do crime organizado nos grandes centros urbanos já atingidos pela migração descontrolada, emerge, na atualidade, como uma ameaça nova e extremamente perigosa à sociedade humana".
E a gente, dentro do possível, sem nos deixar vergar pela energia negativa do "tudo dominado", torce para que esse cenário um dia mude. Mesmo sabendo que a cocaína invade agora uma das maiores aldeias indígenas do Amazonas, vale relembrar o velho ditado: a esperança é a última que morre.
Fonte: Montezuma cruz - Agênciaamazônia
De Periquitos ao Cine Embaúba, Nilsinho exibiu Bruce Lee e Zé do Caixão para alegria dos garimpeiros
Em Periquitos, o primeiro garimpo onde trabalhou, Nilsinho viu muito ouro em movimento. Falo de Eunilson Ribeiro, um dos personagens do meu livro "Ter
Do resgate de línguas indígenas, tupi faz aniversário de 20 anos em Rondônia
Faz 20 anos que o linguista Nilson Gabas Júnior, do Museu Paraense Emílio Goeldi, iniciava em Rondônia seu projeto de resgate da língua tupi. Ele visi
Tem morcego no curral? Chame o Governo
Quero hoje falar de morcegos. O governo estadual tem profissionais competentes que tratam do assunto. Em minha fase de repórter na comunicação social,
Fest CineAmazônia faz falta em tempos de violência e do fim dos pajés na região amazônica ocidental
Como faz falta o Fest CineAmazônia! No atual período de envenenamento agropecuário e ataques latifundiários madeireiros a acampamentos camponeses na r