Terça-feira, 29 de abril de 2008 - 21h08
São Paulo , Paraná e DF atraem
mais médicos que a Amazônia
MONTEZUMA CRUZ
AGÊNCIA AMAZÔNIA
BRASÍLIA – Prefeitos e secretários de saúde vão continuar pedindo médicos em 2008. Apenas 21,53% de todos os médicos no País se transferiram para localidades diferentes daquelas onde se formaram. São Paulo é o estado que mais recebeu profissionais de outros locais, seguido do Paraná e do Distrito Federal. A fixação de profissionais em grandes centros nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste inviabiliza o preenchimento de vagas na Amazônia. No entanto, quem trabalha na região tem queixa: faltam condições de trabalho. Os salários iniciais, pelo menos para o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde, estão acima de R$ 6 mil mensais.
O estudo sobre a migração médica, feito em 2007 pelos pesquisadores José Cássio de Moraes, Paulo Henrique D'Ângelo Seixas e Aniara Nascimento, faz parte do Projeto MigraMed, do Observatório de Recursos Humanos em Saúde de São Paulo (ObservaRHSP*), entidade apoiada pela Organização Panamericana de Saúde. A fixação de profissionais nesses grandes centros se deve ao local da residência médica. Os percentuais encontram-se entre 70% e 80% para a maioria dos estados, revela Seixas.
O MigraMed tem duas fases: na primeira, apurou dados e investigou as razões da movimentação dos médicos, com base nos dados ativos do Conselho Federal de Medicina e dos residentes registrados na Comissão de Residência Médica. Aí São paulo aparece como o estado de menor percentual de movimentação, com apenas 3,09%. Mato Grosso, Tocantins, Pará e Paraíba apresentam as maiores taxas, em torno de 45%.
Na próxima fase, em parceria, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e o Observatório de Recursos Humanos da Universidade de Brasília (UnB) farão a análise socioeconômica da movimentação médica, em busca de elementos que a orientem. Os dois órgãos farão entrevistas telefônicas com uma amostra de profissionais que apresentaram alguma movimentação ao longo da carreira, identificando em suas declarações as causas para a migração.
(*) Observa RHSP é formado por parceria entre a Secretaria de Saúde de São Paulo; o Centro de Estudos Leopoldo de Ayrosa Galvão, do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; e o Centro de Estudos em Saúde da Easesp/FGV.
O que os conselhos
querem fazer em 2008
BRASÍLIA – As queixas dos médicos em atividade na Amazônia se repetem. Praticamente, eles prevêem para 2008 momentos de dificuldade se o setor não receber investimentos financeiros e de pessoal. À exceção de Roraima, que deu vez a estudantes nos cursos destinados a médicos, a palavra fiscalização aparece mais nos relatórios. Pouco ou nada se diz a respeito de mutirões de saúde que poderiam ser feitos com a participação dos governos estaduais. Está previsto para maio próximo, em Boa Vista (RR) um encontro de médicos do Norte e do Centro-Oeste.
A Agência Amazônia apresenta um resumo da situação:
■ Em Rondônia, o Conselho Regional de Medicina anuncia para 2008 a continuidade das ações de 2007. Ou seja, voltará a fiscalizar e combater irregularidades nos centros de saúde de Porto Velho, a capital do estado, onde apenas a Policlínica Ana Adelaide oferece condições de trabalho satisfatórias. A entidade cobra investimentos da Prefeitura.
■ No Acre, os médicos reivindicam "dignidade e tranqüilidade que não se resumem ao ganho financeiro, mas às condições de trabalho, estudo e aperfeiçoamento técnico".
■ Os 16 municípios do Amapá foram visitados pelos conselheiros do CRM. Neste ano, eles prosseguirão a fiscalização e cobrarão melhores condições para o trabalho médico.
■ O CRM do Amazonas contabilizou em 2007 um volume de 166 denúncias, 136 sindicâncias instauradas, 97 sindicâncias arquivadas, três conciliações, 29 processos instaurados, oito julgamentos, e diversas fiscalizações hospitalares.
■ Em Mato Grosso o Programa de Educação Médica Continuada levou para o CRM médicos do interior em busca de atualização profissional. A entidade se aproximou de outras, em busca de integração profissional na área da saúde: "Médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas ou qualquer outro profissional têm suas funções interrelacionadas e todos têm como objetivo final o bem-estar do paciente", diz o documento.
■ O Pará também fiscalizou o exercício da profissão nas macrorregiões, em 28 municípios. Negociou com a cooperativa médica da Unimed em Belém o pagamento de R$ 45 por consulta.
■ Educação médica continuada e fiscalização do exercício da medicina foram as preocupações dos médicos em Roraima no ano passado. Depois de dois encontros – de ética profissional e médico-acadêmico – o CRM promoveu o primeiro curso de eletrocardiograma no estado, com a participação da classe médica e dos estudantes de medicina. O desafio para 2008 será o encontro dos profissionais das regiões Norte e Centro-Oeste.
■ No Tocantins, além da construção da sede própria com 1.350 metros quadrados, o CRM pretende fortalecer a instituição, promovendo concursos e reciclagem. Em 2007, a Educação Continuada permitiu a atualização de 40 médicos. (M.C.)
Fonte:Montezuma Cruz - Agênciaamzônia é parceira do Gentedeopinião.
De Periquitos ao Cine Embaúba, Nilsinho exibiu Bruce Lee e Zé do Caixão para alegria dos garimpeiros
Em Periquitos, o primeiro garimpo onde trabalhou, Nilsinho viu muito ouro em movimento. Falo de Eunilson Ribeiro, um dos personagens do meu livro "Ter
Do resgate de línguas indígenas, tupi faz aniversário de 20 anos em Rondônia
Faz 20 anos que o linguista Nilson Gabas Júnior, do Museu Paraense Emílio Goeldi, iniciava em Rondônia seu projeto de resgate da língua tupi. Ele visi
Tem morcego no curral? Chame o Governo
Quero hoje falar de morcegos. O governo estadual tem profissionais competentes que tratam do assunto. Em minha fase de repórter na comunicação social,
Fest CineAmazônia faz falta em tempos de violência e do fim dos pajés na região amazônica ocidental
Como faz falta o Fest CineAmazônia! No atual período de envenenamento agropecuário e ataques latifundiários madeireiros a acampamentos camponeses na r