Sexta-feira, 13 de agosto de 2010 - 08h38
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Parece a primavera de antigamente: ipê-amarelo enfeita a paisagem seca da segunda-feira na principal avenida de Rolim de Moura /FOTOS MONTEZUMA CRUZ |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
ROLIM DE MOURA, Zona da Mata (RO) – Na internet e nos canteiros da Avenida 25 de dezembro, as candidaturas seguem ao sabor do vento no reduto eleitoral do ex-governador, do vice, do senador que já relatou o Orçamento Geral da União e liderou a Bancada do PMDB. Enfim, a cidade de 35,4 mil eleitores, detentora da mais forte representatividade política de Rondônia ostenta uma campanha sem a menor preocupação com impugnações do Tribunal Regional Eleitoral.
Farta propaganda dos candidatos está exposta em diversos pontos da avenida. Automóveis e caminhonetes com alto-falantes circulam em todos os quadrantes, com músicas de campanha e apelo ao eleitorado.
Na semana passada, o PMDB inaugurou a nova sede do seu diretório e seus candidatos ao governo e à reeleição caminharam entre estandes, restaurantes e parque de diversões, cumprimentando o público na exposição agropecuária.
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Expedito Júnior, senador cassado, não parou um minuto: está na Internet e nos cartazes espalhados pelas ruas e avenidas da cidade que o elegeu e torceu o nariz para sua cassação. |
PT não aparece
Intocáveis, o ex-governador Ivo Cassol (PP) e o ex-senador Expedito Júnior (PSDB) pousam para a foto ao lado de seus principais correligionários, candidatíssimos. Cassol aparece com João Cahulla (PPS) e Júnior, com o vice, Miguel de Souza, com os candidatos a deputado federal Aguinaldo Muniz, e à Assembléia Legislativa, Milene Mota.
Até o momento não se vê um só cartaz do PT e de seu candidato ao governo, deputado Eduardo Valverde. Mesmo assim, o candidato deverá confirmar o dia do corpo a corpo que deve ser feito no território dos seus principais adversários. Terá que chegar com fôlego, por óbvios motivos.
O que pode ser ruim para Rondônia ou para o País, em tempos de caça aos fichas-sujas, é visto até com indiferença para a população em geral. Cassol é Cassol. Ao sair do PPS e se filiar ao PP, deixou de cumprir os requisitos legais da Justiça Eleitoral. A Procuradoria Eleitoral acionou-o por isso. No entanto, sempre soube espernear bem nos recursos apresentados aos tribunais superiores, sejam quais forem os motivos – pessoal ou governamental.
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Senador Valdir Raupp, deputada Marinha Raupp e prefeito Confúcio Moura: o trio forte do PMDB também é visto na cidade que detém os mais altos cargos da política rondoniense. |
Costa aquecida
Cahulla é o candidato da máquina, em que pesem possíveis obstáculos motivados pela mulher dele, Marli Aparecida Cahulla, que foi secretária de educação e teve os bens indisponíveis em conseqüência de processo judicial no qual é acusada de participar no desvio de recursos no total de R$ 2,4 milhões.
Expedito ostenta, desde antes da cassação, seus fortes laços com os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e José Sarney (PMDB-AP). Ambos lhe ampararam em momentos delicados da vida pública e até hoje nunca lhe fecharam as portas. As relações de Júnior com Jucá, dizem aqui, datam da época em que o cearense adotado por Roraima presidiu a Funai, facilitando a retirada de madeira nobre das reservas indígenas em Rondônia, principalmente na Zona da Mata e do Cone Sul do Estado.
No twitter, o ex-senador anuncia um comício para o próximo dia 17 de agosto, às 20h, no Bairro Socialista, em Porto Velho. Se ele fará barulho naquele bairro poeirento, ora enlameado e sempre perigoso por causa do esgoto a céu aberto, imagine-se a festa que sua equipe já organiza para o centro de Rolim de Moura.
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Imagens de Cahulla e Cassol estão nos cartazes e em placas de madeira. |
Presídio e CPMF, bandeiras
Quando anunciou na TV que, se eleito, implodirá o Presídio Urso Branco para erguer no lugar dele uma penitenciária nos moldes industriais, Júnior também puxou para si o apoio direto de madeireiros ilegais. Lamentou que “o madeireiro em Rondônia ainda seja tratado como bandido”.
Persuasivo, lembrou ter ajudado a derrubar a (antiga) Contribuição Provisória sobe Movimentações Financeiras (CPMF), e com isso quis demonstrar que o fim “desse imposto da saúde” não alterou o destino da saúde brasileira. O presidente Lula repetira que isso aconteceria.
Cahulla, que “vende” o peixe da continuidade da administração Cassol, aceitou hoje o desafio de ir fazer uma caminhada em Ariquemes, território do candidato peemedebista Confúcio Moura. Ali chegou, acompanhado candidato a vice, Tiziu Jidalias.
Em Rolim ainda não há empolgação nas ruas. Conversas ao pé do ouvido indicam que os desentendimentos entre Cassol e Júnior, somados às impugnações das candidaturas, arranharam, mas não produziram uma hecatombe na sucessão. Ou no continuísmo, como queiram os mais exigentes analistas. Tudo como antes.
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