Segunda-feira, 11 de março de 2019 - 12h20
Pinto Guedes veio para cumprir exatamente missão. O território não dispunha de recursos para executar programas mínimos, a folha de pagamento estava inchada e o precário abastecimento de energia elétrica a óleo diesel não atendia à necessidade de escolas e hospitais. Esse drama se estenderia até o governo de Humberto,a partir de 1975.
Com três meses no cargo, pediu o boné, e se foi para o Rio de Janeiro.
De tudo se conclui: para obter recursos financeiros, todos os governadores tiveram que ir de pires na mão a Brasília, e folha de pagamento nunca deixou de representar um peso na receita orçamentária.
Tão complicada estava situação no período de Pinto Guedes que ele precisou suspender o crédito nos armazéns, levando à penúria as próprias residências oficiais dele e do secretário geral.
O que fez o tenente-coronel? Usou o seu meteórico período no poder para instaurar inquéritos administrativos e remetê-los à Promotoria Pública. Casos mais graves foram encaminhados à Polícia Civil.
Nacionalista, a exemplo do presidente Goulart, dez dias depois da posse Paulo Guedes mandou cancelar a escritura de venda e a ação demarcatória do Seringal Rio das Garças, adquirido pelo norte-americano James Bryan Choate, então representantes da empresa Galron Melhoramentos.
Pesquisa feita por este repórter no arquivo do extinto jornal carioca Correio da Manhã constatou que, mesmo desgastado, Pinto Guedes saíra de Porto Velho com a certeza da missão cumprida, entretanto, em 15 de abril de 1964 lia seu nome na lista de 67 pessoas – 12 oficiais generais, entre eles – com mandatos políticos cassados pela Revolução. O ato transferia para a reserva outros sete oficiais do Exército e 17 da Aeronáutica.
Para quem ainda não quis estudar, tome nota: a ditadura cassou também dezenas de militares das Três Forças.
Da lista que catapultou Pinto Guedes fizeram parte os generais Argemiro de Assis Brasil e Euriale Zerbini, os almirantes José Luiz de Araújo Goiano e Pedro Paulo de Araújo Suzano, o editor Ênio Silveira, o ex-ministro Julio Sambaqui, os jornalistas Edmar Morel e Nelson Werneck Sodré, e diversos deputados, entre os quais o mineiro José Múcio Athayde Froes (PTB-MG). Este último se tornaria conhecido em Rondônia, 18 anos depois, quando se candidataria e seria eleito deputado federal pelo MDB.
Ao mesmo tempo, com um simples aviso, o ministro da Marinha Augusto Rademaker expulsava do Corpo de Fuzileiros Navais um oficial, 13 sargentos e um cabo, todos acusados de terem constituído a “guarda pessoal do deputado Leonel Brizola”. O gaúcho Brizola integrava então o PTB da Guanabara e atemorizava militares radicais.
Já o coronel Humberto Guedes, que aqui colheu espinhos da disputa fundiária entre o Incra e grandes grileiros de terras [leia matéria a respeito], teve mais sorte e reconhecimento: depois de planejar o futuro estado, algo consolidado pelo sucessor, coronel Jorge Teixeira de Oliveira, mudou-se para Brasília onde ainda trabalhou um período na extinta Telebras.
E a repórter foi à ZBM, de bicicleta!
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