Quarta-feira, 19 de outubro de 2016 - 17h53
Felizes, Creuzideine e o marido deixam o bebê sob cuidados médicos /Fotos Arquivo Centrogesta
Montezuma Cruz (*)
Em Porto Velho
Cinco mulheres de Porto Velho, integrantes de um grupo de 16 acometidas por mola hidatiforme trofoblástica, tiveram licença para engravidar e geraram bebês saudáveis neste ano.
Mola hidatiforme [do grego-latino molar, massa e hydatisiaforme, aquosa] é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente. As células do embrião formam sacos de líquidos. Também pode ser chamado de tumor trofoblástico gestacional. Gravidez molar é um dos alvo da atenção de especialistas no Hospital de Base Ary Pinheiro. A maior parte das 121 atuais pacientes com mola segue em tratamento.
Não houve nenhum óbito, conforme informou a vice-coordenadora do Centro de Referência de Doença Trofobástica de Rondônia (Centrogesta-RO), psicóloga Rose Brito.
Vanessa, 28 anos, dona de casa, e o marido Max Well, 28, motorista, fazem parte do rol de casais felizes. Eles vieram de Rolim de Moura [Zona da Mata rondoniense] para Porto Velho, e ganharam a filha Quêren Hapuque, nascida com 2,580 quilos, há 14 dias. “Meu tratamento durou um ano e nove meses. Estou amamentando e vou fazer acompanhamento da saúde dela e da minha. Estou muito contente com o carinho e a atenção que recebemos do pessoal [do Centrogesta-RO]”, disse.
Quêren Hapuche: 14 dias, nasceu com 2,580 quilos
Quimioterapia
O 5º Congresso Sul-Americano e o 18º Congresso Brasileiro de Doenças Trofoblásticas, a ser realizado de 10 a 12 de novembro, em São Paulo, debaterão o regime mais adequado de quimioterapia para essa neoplasia de alto e baixo risco; o importante papel da assistente social como agente fundamental na busca ativa das pacientes que não aderem ao acompanhamento e tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar (NTG).
O Centrogesta-RO inteirou dois anos de atividades, recebendo o apoio do diretor do HB, médico pediatra Nilson Cardoso Paniágua, e da diretora adjunta, psicóloga Joelma Sampaio. Desde 2015, as pacientes se reúnem na Sala de Vivência Terapêutica para o acompanhamento psicológico, médico e nutricional.
A Associação Flores de Íris reúne mulheres vítimas de mola para reivindicar direitos de atendimento na rede pública. Referência na região Norte brasileira e na condição de hospital escola, o HB recebe pacientes encaminhadas pela rede municipal e algumas vindas de outras cidades do Sul do Amazonas, Noroeste de Mato Grosso e do Acre.
Na prática, o Centrogesta-RO atua desde 2011, sob a coordenação da médica ginecologista e obstetra Rita de Cássia Ferreira, mestre em doença trofoblástica gestacional (DTG).
O trabalho integrado da equipe multidisciplinar é essencial para recuperação da saúde com qualidade de vida. Juntas, assistência social, enfermagem, psicologia, nutrição e medicina são relevantes para o tratamento e apoio às pacientes e familiares.
“No segundo ano de trabalho, apelamos aos municípios para que enviem pacientes para cá, temos a única equipe especializada no estado para tratar desse problema de saúde”, afirmou Rose Britto.
Mais motivos a comemorar
Vanessa e o marido Max Well, pais de Quêren Hapuque
Há mais alegrias do que propriamente dores. Em maio de 2015, o Centro promoveu o 1º Simpósio de Oncologia e Ginecologia da Amazônia Ocidental, com a participação do médico Braga Neto. Ainda naquele ano, ocorreu o 1º Encontro de Homens [maridos de pacientes].
No computador, a psicóloga Rose Britto mostra imagens da Sala de Vivência Terapêutica, destacando-se o álbum intitulado “Nossas flores brotando”. Pacientes em tratamento e curados, parceiros do Centro, Casas de Apoio, estão noutros álbuns.
“Sabe o Kaio [Silvestre de Oliveira Ribeiro], jogador da seleção brasileira de vôlei? Ele é rondoniense e sempre apoia o Centrogesta. O doutor Antonio [Braga Neto] mencionou Rondônia num congresso em Bali [Índia]”, lembra Rose.
A psicóloga lamenta a falta que vem fazendo ao trabalho semanal o voluntariado de Raimunda Lopes”. Conhecida como dona Raimundinha, 65 anos, ela foi atropelada por um carro, quando caminhava com uma neta pela avenida Jatuarana [zona Sul da capital].
Considerada a “retaguarda” da equipe, ela conseguiu se aposentar. Deixou saudades na equipe: “Difícil agora contarmos com a assiduidade e dedicação de outra pessoa”.
Estudos da DTG nos congressos em São Paulo contarão com a participação de pesquisadores jovens e seniors do Brasil, América Latina, Estados Unidos e Reino Unido.
Eles deverão ampliar conhecimentos sobre diagnóstico e tratamento da gravidez molar e definir indicações de quimioterapia em pacientes que desenvolvem neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar (NTG).
“O resgate da paciente para a continuidade do tratamento e seguimento é importante pelo índice de cura elevado, em torno de 80%, mesmo em casos de doença quimiorresistente ou recidivada”, assinala estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, Julio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu.
(*) Originalmente publicada no Portal do Governo de Rondônia
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