Sexta-feira, 3 de janeiro de 2020 - 09h04
Rondônia, que viveu os ciclos da borracha, da garimpagem mineral, e atualmente o das hidrelétricas do rio Madeira, faz aniversário neste dia 4 de janeiro. A data comemora a instalação festiva do novo estado brasileiro, 38 anos atrás.
Com 1,78 milhão de habitantes, terceiro estado mais rico da região Norte, da qual detém 11% do Produto Interno Bruto nacional. Seu PIB é de aproximadamente R$ 40 bilhões, sua renda per capita [por cabeça] é superior a R$ 24 mil.
Lembrando a epopeia da construção do Estado, “uma luta de diversas classes sociais e de brasileiros de todos os quadrantes”, o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, reforçou a convicção no bom e indispensável diálogo com os poderes Judiciário e Legislativo. “Ele é o fator que sustenta o nosso crescimento determinado pelo equilíbrio essencial à liberdade”, afirmou.
Além do avanço na produção de grãos, peixes em cativeiro e na busca de organização do setor mineral e da modernização portuária– que depende diretamente do Congresso Nacional –, o governador garantiu no final deste ano a retomada de um antigo nó górdio administrativo: a regularização fundiária. Rondônia assentou a maior parte de seus migrantes em projetos* do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, entre 1975 e 1985.
Segundo ele, o presidente da República, Jair Bolsonaro, está sensível à situação rondoniense. Tanto que assinou a medida provisória prevendo regras para essa regularização, o que pressupõe o cumprimento de compromissos de gestão federal e estadual no fomento ao agronegócio, à agricultura familiar, ao fortalecimento da economia em geral.
“Desde os anos 1960, outras pessoas – políticos e militares – contribuíram muito para que Rondônia alcançasse a condição de estado, a exemplo do coronel Humberto da Silva Guedes, que planejou diversos municípios quando ainda eram escassos os recursos financeiros para cá”, disse Marcos Rocha, ao lembrar o papel fundamental do ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira, último mandatário do ex-território e primeiro do novo estado.
Em mensagem dirigida às autoridades e ao povo rondoniense, o governador apelou:
“Que hoje possamos abrir nossas mentes e voltar no tempo, para enaltecer o esforço de todos, enxergando desta maneira o papel preponderante dos que também vislumbravam o futuro desta parte da Amazônia Brasileira”.
Governaram o Estado até agora: Jorge Teixeira de Oliveira (gaúcho), o último do ex-território; Janilene Vasconcelos de Melo (paraibana), Ângelo Angelim (paulista), Jerônimo Garcia de Santana (goiano), Osvaldo Piana Filho (rondoniense), Valdir Raupp de Matos (catarinense), José de Abreu Bianco (paranaense), Ivo Narciso Cassol (catarinense), João Aparecido Cahula (paranaense), Confúcio Aires Moura (tocantinense), e Daniel Pereira (paranaense). O atual governador é do Rio de Janeiro.
Teixeirão, presidente João Figueiredo, ministro Mário Andreazza e senador Odacir Soares, durante entrega de títulos de terra em Ji-Paraná
Gaúcho nascido em General Câmara, a 76 quilômetros de Porto Alegre, Teixeirão teve coincidências pouco lembradas: sua terra natal é sede de um Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro, e em Manaus (AM), onde foi prefeito, ele criou o Centro de Instrução de Guerra na Selva, na condição de paraquedista oficial de Estado Maior.
A história revela um Teixeirão arrojado, destemido, disposto a fazer cumprir sua frase maior – “Vim em cumprimento à missão de elevar Rondônia a estado” – e conhecedor da geopolítica nacional. Ao mesmo tempo em que instalou em Vilhena um centro de triagem de migrantes, quando governava o extinto território federal, soube reconhecer a força dessa gente procedente de diversos estados brasileiros.
Disse ele na posse como primeiro governador: “No nascimento deste novo Estado, olhamos para trás e nos damos conta de que Rondônia se fez de mãos calejadas, de corpos suados e poeirentos e do divino trabalho da terra. Não é fruto elaborado por uma elite privilegiada. Lavradores e doutores, caminhoneiros e técnicos, comerciantes e artesãos, civis e militares, religiosos e leigos, confundem-se todos nesta paisagem humana, dinâmica e idealista, que se espalha, vertiginosamente, por esta região do Brasil”.
* Em 2016, o Incra computava mais de 70 mil famílias assentadas em Rondônia. A primeira unidade do Incra no extinto território foi instalada em Ouro Preto do Oeste, em 1970. Em seguida vieram: Projeto de Colonização Sidnei Girão, em Guajará-Mirim, Paulo Assis Ribeiro, em Colorado do Oeste, PIC Gy Paraná em Cacoal, PIC Padre Adholfo Rohl, em Jaru, PADs Burareiro e Marechal Dutra, em Ariquemes e PA Machadinho, em Machadinho d’Oeste, dentre outros.
Em seu livro Rondônia: geopolítica e estrutura fundiária, lançado em 2010, o engenheiro agrônomo e servidor do Incra, José Lopes de Oliveira, destacou que o Estado destinava naquela década, em média 25% de suas terras a trabalhadores rurais sem terra, e 6% à concorrência pública; 34% eram áreas de regularização fundiária, 35% áreas indígenas e unidades de conservação.
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