Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018 - 12h26
Folheto da Agevisa mostra riscos e contaminação
A Agência estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) retomará neste primeiro semestre todas as parcerias com órgãos públicos de produção, consumo e fiscalização sanitária em Rondônia, a fim de detectar e tratar casos de infecção do açaí por parasitos do protozoário Trypanosoma cruzi (barbeiro), inseto que se alimenta de sangue.
Atualmente, mais de 70% dos casos agudos de doença de chagas no Brasil resultam da transmissão alimentar, e esse novo padrão vem se refletindo na apresentação clínica do agravo.
No mais recente levantamento, a Agevisa cadastrou mais de 40 pontos de distribuição de vinho de açaí em Porto Velho, informou hoje (17) a diretora geral da Agevisa, médica Arlete Baldez.
Em Lábrea (sudoeste do Amazonas), a 400 quilômetros de Porto Velho, subiu para dez o número de casos de pessoas infectadas, informou a Fundação de Vigilância em Saúde daquele estado. Desde o primeiro diagnóstico em 29 de dezembro do ano passado. Uma criança internada recebeu alta. Quase todas são da mesma família.
De algum tempo para cá, a ocorrência de doença de chagas aguda tem sido observada em diferentes estados, em especial na região da Amazônia Legal, principalmente por causa desse tipo de transmissão. O último caso conhecido em Rondônia foi notificado em Cacoal: um homem se contaminou via oral.
Vítimas apresentam sintomas de edema de face, hemorragia e dor abdominal, além do comprometimento do coração, que também ocorre na forma clássica da doença.
O monitoramento e o controle por amostras são feitos no Laboratório Central (Lacen) da Secretaria Estadual de Saúde.
O Ministério da Saúde estima a existência de dois a três milhões de indivíduos infectados no País. “Boas práticas representam a segurança para o comércio e o consumo do vinho que pode ser agravado pela contaminação do barbeiro em ambiente silvestre”, ela disse.
O Programa Estadual de Controle da Malária promove cursos anuais para microscopistas, e esses mesmos servidores também são treinados para identificar parasitos na gosta espessa (tipo de amostra coletada para a pesquisa do plasmódio).
As duas maiores regiões fornecedoras de açaí – ainda não há estatística do total de litros diários – da capital são o Baixo Madeira e o Vale do Jamari.
“Água da lavagem dos grãos, embalagem e armazenamento do vinho devem ser bem observados; numa das recentes análises foi encontrado coliforme fecal no fruto, que é consequência da lavagem mal feita”, alertou o médico veterinário da Agevisa Edeildon Mendes Ramos.
A manipulação é fundamental: “A temperatura de congelamento não inativa o parasito. O barbeiro fica no cacho, a bateção deve ser bem feita, porque o açaí faz parte de uma atividade econômica para qual também se exige a credibilidade de quem o comercializa”.
CONTATO E CONTAMINAÇÃO
► A doença de chagas é uma doença infecciosa ou antropozoonose, também é conhecida por Tripanossomíase Americana, causada pelo barbeiro.
► O consumo de sucos batidos – açaí, caldo de cana – foi identificado em diversos casos como origem da doença: barbeiros são triturados acidentalmente junto com as bebidas.
► Ao picar um novo indivíduo, ele defeca e elimina parasitos nas fezes. Estes patógenos entram na corrente sanguínea das pessoas quando elas coçam a picada e acabam promovendo o contato das fezes do barbeiro com a área ferida da pele.
► Os barbeiros são insetos conhecidos das populações rurais de várias regiões do Brasil. Existem mais de 100 espécies . Algumas vivem somente na mata, mas outras se adaptaram totalmente às casas. Geralmente pretos ou acinzentados, possuem manchas vermelhas, amarelas ou alaranjadas ao redor de seu abdômem. São hematófagos, alimentam-se de sangue.
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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia
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