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Gente de Opinião

Joel Santos Guimarães

Solidárias


 

Joel Santos Guimarães (*)
Da Agência Solidare

Avançando com a outra economia, a solidária

Em recente entrevista ao site Brasil Debate (www.brasildebate.com.br) o vice-presidente de economia Solidária da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) Maurício Mopromizato (PT) disse que com as mudanças que estão acontecendo no mundo do trabalho a economia solidária tem um grande potencial para assumir uma centralidade nessa discussão e ser "a alavancadora de outra economia”.

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Maurício Mopromizato, prefeito de Ubatuba

Por meio dela, o prefeito acredita ser possível tirar grandes contingentes do trabalho informal e impulsionar atividades urbanas que encontram uma vocação local natural. No caso de Ubatuba, por exemplo, seriam as cadeias econômicas do surfe e do turismo.

Na opinião dele, para que a economia solidária tenha esse papel ela “não pode se apequenar”, restringindo-se apenas à agricultura familiar e aos catadores de lixo. Para o prefeito, é preciso que os Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) cheguem às cidades através do cooperativismo, associações ou mesmo por empreendedores individuais que atuam em diversas áreas como, por exemplo, no turismo, na pesca e vendedores ambulantes, organizados, tirando-os da informalidade.

Contrariando a filosofia básica da economia solidária, que é baseada no cooperativismo e no associativismo, o prefeito entende que pequenos empreendimentos individuais podem sim fazer parte do movimento de economia solidária.

Além do cooperativismo

“O movimento da economia solidária deve ir além do cooperativismo e associativismo e incluir pequenos empreendimentos individuais, além de pensar do ponto de vista da chamada economia criativa”, afirmou.

Para Mopromizato, a economia solidária precisa iniciar o que ele define como o segundo momento dessa atividade. “Exatamente a questão urbana, já que mais de 80% da população brasileira estão concentrados nas cidades, e para isso é necessário que os empreendimentos solidários sejam ampliados e criados nas cidades”, disse.

Segundo dados do último Mapeamento Nacional da Economia Solidária (SIES – 2009/2013), o meio rural é o espaço que concentra a maior parte dos EES no País, sendo que 54% dos EES estão no meio rural e 10,4%  atuam nos meios rural e urbano simultaneamente. Esses EES lutam por uma agricultura baseada na agroecologia e sem uso de veneno.

Sujeitos da história

Desvendar a economia solidária pelas lentes dos próprios agentes que a praticam é o objetivo d o segundo livro sobre a experiência que se desenvolve no ABC paulista em torno da Incubadora de Empreendimentos Solidários de São Bernardo do Campo (SBCSOL).

Metodologia de Incubação: Experiências de Economia Solidária em São Bernardo do Campo” foi organizado por Daniela Sampaio Kavasaki Gomes, Renata Mendes e Cristina Paixão Lopes, apresentado pelo professor Luiz Silvério Silva e prefaciado pelo reitor Marcio de Moraes, da Universidade Metodista de São Paulo, parceira no empreendimento por meio das Faculdades de Gestão e Negócios (FAE-Fages).

O projeto foi lançado em 2012 e o balanço de três anos de atividades mostra que é possível evoluir de uma ordem econômica voltada só ao lucro individual para empresas de benefício mútuo: são hoje 18 empreendimentos e três redes consolidadas (artesanato, alimentação e reciclagem), capacitação por meio de 10 oficinas gerenciais, biblioteca com 1,2 mil títulos, site, blog e perfil próprio no Facebook.

Toda essa bagagem teórica e prática está agora em versão digital gratuita disponibilizada pela Editora Metodista e que pode ser baixada pelo http://editora.metodista.br/publicacoes/metodologia-de-incubacao

Primo rico x primo pobre

Solidárias - Gente de Opinião
Pequenos empreendimentos individuais podem fazer parte do movimento de economia solidária


Embora seja responsável pela segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% dos alimentos saudáveis que chegam à mesa da população e emprego a 12,3 milhões de pessoas, a agricultura familiar, considerada o carro chefe da economia solidária, é tratada pão e água por alguns governos estaduais que em suas políticas públicas privilegiam o agronegócio em detrimento da agricultura familiar.

Um exemplo disso é o Governo do Estado de São Paulo, como revela a repórter Flaviana Serafim na matéria “Projetos ao agronegócio têm 10 vezes mais verba que a agricultura familiar em SP”, publicada no site da CUT- São Paulo (http://www.cutsp.org.br/destaques/3687/projetos-ao-agronegocio-tem-10-vezes-mais-verba-que-a-agricultura-familiar-em-sp)

De fato, os dados revelados pelo site da central sindical mostram que 70% dos R$ 1,129 bilhão da verba da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o mais rico da federação, são destinados ao “agronegócio, em projetos destinados à geração e transferência de conhecimento e tecnologias, à infraestrutura e logística, à modernização e gestão de qualidade.

Já nos programas estaduais de agricultura” voltados aos mais vulneráveis, a verba é 10 vezes menor (R$ 88,8 milhões em 2015) para fomento ao desenvolvimento regional, fortalecimento da competividade, abastecimento e segurança alimentar.  Vale lembrar que a agricultura familiar representa 55% dos EES da cadeia produtiva da economia solidária brasileira e responde por mais de 70% dos mais de R$ 12 bilhões que a economia solidária movimenta anualmente.

* Com informações da CUT/SP e Universidade Metodista de São Paulo

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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